Advogada de jovem estuda apelar ao Supremo contra absolvição de Daniel Alves: ‘Retrocesso’
Ester García, representante da mulher que acusa o jogador de agressão sexual, afirma que a decisão é um passo atrás na luta contra a violência sexual
Futebol|Do Estadão Conteúdo

Ester García, representante da jovem que acusa Daniel Alves de agressão sexual, lamentou a absolvição do jogador no Tribunal de Justiça da Catalunha, na sexta-feira (28) — ele foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão. A advogada disse que estuda entrar com uma apelação, mas tenta evitar o prolongamento do “inferno” pelo qual sua cliente teria passado.
“Juridicamente, vamos apelar da sentença, mas levaremos em consideração o estado emocional da cliente”, afirmou Ester García à imprensa espanhola.
“Questionar uma mulher sobre se ela estar dançando em uma boate antes de sofrer uma agressão sexual é um debate que não deveríamos ter no século 21”, observou García.
De acordo com a emissora estatal RTVE, o Ministério Público de Barcelona também analisa a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal da Espanha, segundo fontes do Ministério Público.
Ester diz que sua cliente “está muito decepcionada, triste e, de certa forma, sente como se tivesse voltado ao banheiro onde os eventos ocorreram”.
Para a advogada, a absolvição foi uma surpresa e “representa um retrocesso, tanto legal quanto social, na luta contra a violência sexual”. “De alguma maneira, pode desencorajar as mulheres que denunciam violações sexuais sofridas depois de algum tempo”, afirmou à RTVE.
Daniel Alves foi absolvido pelo Tribunal de Justiça da Catalunha de sua condenação de quatro anos e seis meses de prisão por agressão sexual, em uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022.
A decisão sobre a absolvição do ex-jogador foi unânime, e se baseou na “insuficiência de provas” para que o atleta fosse condenado, inicialmente.
O jogador foi condenado pelo Tribunal Provincial de Barcelona em 22 de fevereiro de 2024.
Ele havia sido preso, preventivamente, em janeiro de 2023, enquanto aguardava denúncia e julgamento, e estava em liberdade provisória após pagar uma multa de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões à época). Ele ainda teria de cumprir mais dois anos de sua sentença.
A decisão favorável ao lateral anula dois outros recursos, que corriam em paralelo no Tribunal de Justiça da Catalunha. Ambos apelavam pelo aumento da pena: a promotoria pública defendia uma condenação de nove anos, enquanto outra ação, movida pelos representantes da vítima, pedia para elevá-la a 12 anos.
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