Ronaldinho paga fiança e irá para prisão domiciliar no Paraguai
Craque brasileiro está detido em um quartel nos arredores de Assunção desde o dia 6 de março. Ele e o irmão, Assis, terão que continuar em Assunção
Fora de Jogo|Do R7
Ronaldinho finalmente deixará a cadeia. Nesta terça-feira, a Justiça paraguaia, através do juiz Gustavo Amarilla, aceitou o pedido do craque e de seu irmão, Assis, que passarão a cumprir prisão domiciliar.
Cada um dos dois terá que pagar uma fiança de 800 mil dólares (1,6 milhão), aproximadamente R$ 8,3 milhões e ficarão em prisão domiciliar em um hotel em Assunção.
Os promotores do Ministério Público presentes à sessão aceitaram as condições mostradas pelos defensores. O único pedido da Fiscalía, no entanto, foi que Ronaldinho e Assis tenham custódia policial permanente no hotel.
Desde que chegaram à Agrupación Especializada, um quartel da Polícia Nacional do Paraguai transformado em prisão de segurança máxima, os irmãos tiveram três recursos apresentados por sua defesa e negados pela Justiça paraguaia. Esta foi a quarta tentativa de tirá-los da detenção.
A Justiça paraguaia está trabalhando em regime de urgência por conta do isolamento social para combater o avanço do novo coronavírus no país. Pedidos como o feito agora pelos defensores dos irmãos estão entre os poucos que continuam podendo ser realizados.
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O caso
Ronaldinho e Assis chegaram ao Paraguai no dia 4 de março para realizar ações publicitárias de um livro, sendo recebidos com festa logo no aeroporto de Assunção. Eles apresentaram passaportes falsos logo no desembarque, que afirmavam que os dois eram paraguaios naturalizados, o que é mentira. Os policiais notaram a veracidade duvidosa dos documentos na hora, mas optaram por não realizar as prisões de imediato para não gerar um grande alvoroço no local.
Na madrugada de quarta-feira para quinta, uma equipe policial chegou no local onde os dois brasileiros estavam hospedados para realizar uma investigação, onde encontraram os dois passaportes falsificados. Tanto Ronaldinho como Assis foram levados à uma delegacia para prestar depoimentos.
O Ministério Público culpou o empresário Wilmondes Sousa Lira, que teria sido acusado de confeccionar os documentos falsificados, e as paraguaias María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero por participarem do esquema. Todavia, Ronaldinho e Roberto Assis teriam sido enganados e, por colaborarem com detalhes ricos à investigação e admitirem culpa no caso, foram enquadrados no esquema de critério de oportunidade pela promotoria paraguaia, que os deixariam livres de qualquer processo judicial no país.
Reviravolta e prisão
Na audiência em que seria definida o tamanho dessa "pena social", houve uma reviravolta. A justiça não aceitou dar o "critério de oportunidade" para Ronaldinho e Roberto. O MP mudou sua posição e pediu a prisão preventiva dos irmãos. Às 22h de sexta-feira, 6 de março, quando estavam num hotel próximo ao aeroporto, os irmãos Assis foram detidos e levados para a Agrupación Especializada. Desde então três recursos apresentados pela defesa de Ronaldinho foram negados pela Justiça. Os advogados de defesa não conseguiram nem mudar os irmãos Assis para uma prisão domiciliar, e nem anular a prisão preventiva, que no Paraguai pode durar até seis meses. O argumento para mantê-los presos foi sempre o mesmo: soltá-los poderia prejudicar o andamento das investigações.
O último os recursos foi negado no dia 13 de março, uma semana depois da prisão.
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