Do Karate Kid para as Olimpíadas: conheça a história de Douglas Brose
Atleta, de 32 anos, começou a carreira influenciado por filmes de ação e logo pegou gosto pelas vitórias; hoje o sonho é competir em Tóquio 2020
Especiais|André Avelar, do R7

Minha primeira medalha em campeonato mundial foi em Tóquio, na Arena Budokan, onde será o caratê em 2018. Doze anos depois, espero trocar aquele bronze por quem sabe um ouro.
Lá é o templo das artes marciais, tenho sempre bons sentimentos e bons momentos sobre aquele lugar.
A preparação para os Jogos Olímpicos, claro, ela existe, mas posso dizer que o que mudou foi a renovação da motivação. Sempre brinco que não vou fazer nada a mais, nem a menos do que fiz até agora. Se fizer algo a mais do que fiz nesses últimos 25 anos, estarei me enganando. Não é menosprezar os Jogos, mas não vou mudar nada do que fiz até agora.
Comecei no caratê com 7 anos, sempre gostei de filmes de luta, sempre gostei de brincar de lutinha com meus amigos e acabou que o caratê ajudou na construção do caráter de vida pessoal. O caratê entrou na minha vida por brincadeira e depois comecei a levar isso a sério, principalmente depois que comecei a ganhar.
Karate Kid e O Grande Dragão Branco foram filmes que acompanharam minha infância e sempre foram os que mais me motivaram. Assistia aos filmes antes de ir para os treinos, queria fazer igual tudo igual e repetia os movimentos para ser um grande carateca.
Hoje, apesar de tudo, ainda é muito complicado manter aquele sonho de criança. O atleta de caratê tem que viajar, muitas vezes pelas próprias forças, sem um incentivo da confederação ou do Comitê Olímpico.
Na preparação para os Jogos Olímpicos, Douglas Brose luta para representar o Brasil no caratê. O esporte estreia do esporte no programa olímpico em Tóquio 2020. Conheça um pouco mais do atleta
Na preparação para os Jogos Olímpicos, Douglas Brose luta para representar o Brasil no caratê. O esporte estreia do esporte no programa olímpico em Tóquio 2020. Conheça um pouco mais do atleta
O que dificulta mais não é nem a questão de estrutura de treinamento, mas sim conseguir participar de todas as etapas e mundiais para se manter entre os líderes do ranking.
Vim para essa viagem com apoio do Exército Brasileiro, sou sargento das Forças Armadas, mas nem sempre é possível ajudar. Já tive que tirar dinheiro do próprio bolso para me manter e, claro, isso dificulta bastante no cenário mundial.
O atleta acaba não sendo somente o atleta, mas o agente de viagem, organizador da logística, o contador... Essa é a nossa realidade ainda. A gente espera que a entrada do caratê mude esse cenário um pouco.
Douglas Brose, de 32 anos, nasceu em Cruz Alta (RS), é bicampeão do Mundial (2010 e 2014), campeão Pan-Americano (2015) e hexacampeão do Brasileiro de Caratê.