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Disputa tecnológica pelo tênis de corrida mais rápido é grande antes da Olimpíada

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Na tentativa de ajudar os corredores a serem cada vez mais velozes, as grandes fabricantes de materiais esportivos também fazem uma disputa velada dentro de laboratórios de design e tecnologia. Segredos são guardados e produtos desenvolvidos à exaustão até que se consiga resultados relevantes. Depois de sair atrás de sua concorrente Nike, que lançou um tênis com uso de placa de carbono entre a sola e a palmilha, a Adidas chegou ao seu modelo mais competitivo com a apresentação nesta semana do Adizero Adios Pro.

Foi com esse calçado que a queniana Peres Jepchirchir quebrou o recorde mundial na Meia Maratona de Praga, na República Checa, com o tempo de 1h05min34s, há pouco mais de uma semana. É claro que o vencedor de uma prova dessas não chega em primeiro apenas pelo uso do calçado. Depende muito das condições climáticas, vento por exemplo, e do esforço quase sub-humano do corredor. O calçado tem sido mais um componente importante, segundo especialistas e atletas, nessa corrida.

"É um tênis especial para a gente. Acreditamos que é o melhor de corrida que já fizemos e provavelmente o melhor do mundo", acredita Sam Handy, vice-presidente global de design da Adidas.

Em 2017, a Nike inovou ao lançar seu primeiro tênis com a fibra de carbono. Era o Vaporfly 4%, que provava ser nas pistas um calçado diferente e que tornava o atleta mais rápido. Na evolução do produto, a empresa fez o Alphafly Next%, que ajudou a derrubar diversas marcas no atletismo. Outras empresas passaram a buscar soluções com essa tecnologia de placa de carbono, como Asics e New Balance. Até que a Adidas apresentou seu modelo, que parte de outros conceitos para ajudar os corredores principalmente nas longas distância.

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A principal diferença entre os dois principais modelos é que o Alphafly tem uma placa de carbono inteira dentro do calçado, enquanto que o Adios Pro tem cinco hastes de carbono mais finas. São detalhes que as empresas escolheram para chegar ao resultado final e tentar extrair o melhor que essa tecnologia de fibra de carbono pode oferecer para os atletas. O conceito não se difere das ideias, projetos e soluções implementadas na Fórmula 1, na construção dos carros a cada mudança de temporada, quando os pilotos permanecem os mesmos, mas a tecnologia usada não.

Além disso, em comum, os calçados têm um "drop" alto, ou seja, a diferença de altura entre a ponta do tênis e a sola no calcanhar é nítida. É tão evidente que o tênis parece te "jogar" para frente, ou seja, é para impulsionar mesmo - isso significa que é um produto para correr, não para passear ou fazer caminhadas. Para o corredor de fim de semana no parque, pode parecer bobagem. Mas não é para um atleta de ponta.

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"Começamos há dois anos e trabalhamos próximo de um grupo de atletas de elite no Quênia. Eles sabiam exatamente o que precisavam. Fizemos muitos protótipos, várias configurações, sempre analisando a biomecânica dos atletas. Estou muito empolgado e com a expectativa de que esse tênis ajude as pessoas a baterem recordes", explicou Handy, reforçando que o modelo não é inovador apenas por causa das cinco placas de carbono. "É preciso pensar esse calçado como um sistema, nada funciona sem as outras partes", disse.

As cinco hastes de carbono no novo produto da marca alemã estão posicionadas seguindo o desenho dos ossos metatarsos do pé. Elas ajudam a impulsionar a passada do atleta, devolvendo a energia que é empregada quando se pressiona o tênis no chão. Além disso, e bastante leve, permite uma ventilação interna e tem outro segredo na entressola. "As propriedades químicas dela são muito importantes. É o melhor tênis de corrida que já fizemos, um passo de evolução", acredita Handy.

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O adiamento da Olimpíada por um ano por causa da pandemia do novo coronavírus não alterou os planos da marca, segundo Handy. Ele garante que o tênis estaria pronto para os Jogos de Tóquio, mas sabe que agora poderá inclusive aprimorar o modelo. "Esperamos que os Jogos de Tóquio sejam fantásticos", comentou o executivo, lembrando que o calçado está dentro das regras estipuladas pela World Athletics, a federação internacional de atletismo, que determinou parâmetros para os tênis tecnológicos poderem ser usados em competições oficiais.

Segundo a Adidas, o modelo será fabricado em grande escala e chegará ao mercado brasileiro na primeira quinzena de dezembro, ao custo de R$ 1.299,99.

Daniel Chaves, brasileiro que já tem índice para a maratona na Olimpíada, testou o tênis e espera se valer dele nos seus treinamentos. "Ele dá um retorno de energia grande. Tenho terminado meus treinos mais inteiro, mesmo os longos, de muita intensidade. A musculatura fica mais intacta. Outra coisa que me surpreendeu é que é um tênis estável. Treino em uma zona rural, e até nesse terreno fica confortável", disse.

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