Parreira defende futebol moderno, mas ressalta: 'talento é a essência'
Tetracampeão mundial pelo Brasil na Copa de 1994, ex-treinador vai liderar um grupo de estudos técnicos da Fifa durante o Mundial da Rússia
Copa 2018|Cesar Sacheto, do R7

O ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira defendeu a evolução técnica do futebol ao longo das décadas, como o aumento da velocidade e as mudanças táticas, mas lembrou que o jogo ainda depende do talento dos jogadores. Parreira irá utilizar a experiência adquirida em mais de cinco décadas no futebol para liderar o Grupo de Estudos Técnicos da Fifa durante a Copa da Rússia.
"O que me surpreende hoje é o ritmo em que eles alternam entre defesa e ataque. É incrível. Nos anos 1970, os jogadores percorriam entre quatro e seis quilômetros. Hoje, eles correm entre 12 e 14. Estou feliz que as táticas mudaram, mas sempre diremos que a essência do jogo é o talento. Se quiser ganhar a Copa, você sempre precisará de dois ou três jogadores de destaque: um Neymar, um Messi, um Cristiano Ronaldo. Eles sempre farão a diferença, o que é bom para o futebol" enfatizou o ex-treinador em entrevista ao site da Fifa.
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O consultor da Fifa esperar ver no Mundial de 2018 exatamente essa nova filosofia do futebol, que é disputado agora com velocidade e marcação. "Futebol onde as equipes jogam e se defendem com o maior número possível de jogadores, pressionando e avançando em velocidade. Times muito compactos, com muitos jogadores atrás da bola, fechando espaço e jogando no ritmo do ataque", projetou o brasileiro.
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Parreira participou de todas as Copas desde 1966, seja como treinador ou integrante das comissões técnicas. O ex-técnico foi preparador físico do Brasil em 1970, campeão do mundo em 1994, comandou o Kwait (1982), Emirados Árabes Unidos (1990), Arábia Saudita (1998) e África do Sul (2010), além do Brasil novamente no Mundial de 2006. Mas Parreira iguala a emoção de ganhar um título como treinador com o trabalho ao lado de Pelé.
"São sentimentos diferentes, mas importantes mesmo assim. Foi um privilégio trabalhar com o melhor jogador da história e tê-lo como amigo até hoje. Então, eu colocaria isso no mesmo nível. Ganhar é a coisa que sempre se destaca: Menotti em 1978, Bilardo em 1986, Zagallo em 1970. Sempre que sou apresentado em algum lugar, eles nunca mencionam todas as coisas que fiz no futebol árabe ou no Brasil, mas dizem: 'Carlos Alberto Parreira, o vencedor da quarta Copa do Mundo do Brasil'. Deixa uma marca", comentou.
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Como treinador de clubes, Carlos Alberto Parreira conquistou títulos pelo Fluminense (Carioca de 1975 e Brasileiro de 1984), Corinthians (Copa do Brasil e Torneio Rio-São Paulo de 2002) e Fenerbahçe (Campeonato Turco de 1996). O técnico também ficou marcado pela campanha que levou o modesto Bragantino ao vice-campeonato brasileiro de 1991.
VAR
Carlos Alberto Parreira também elogiou a utilização do árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês) pela primeira vez em uma Copa do Mundo. Ele considera normal que surjam questionamentos e críticas ao modelo, mas aposta na eficiência da tecnologia.
"Espero ver o fim de quaisquer dúvidas, incertezas e decisões incorretas que, às vezes, influenciam o resultado final de um jogo. Isso vai acabar e isso fará com que os árbitros se sintam mais seguros. Então, o que você vai ter é a melhor equipe como vencedora e não porque o árbitro cometeu um erro", finalizou Parreira.
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