Reservas do Palmeiras estragam a festa do poderoso e milionário Atlético. 2 a 2
Se o time de Cuca vencesse, abriria dez pontos do Flamengo, faltando quatro rodadas. Mas os nervos e a vibração dos reservas palmeirenses permitiram apenas um empate suado. Festa estragada
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
O Atlético Mineiro tropeçou nos nervos e na raça dos reservas do Palmeiras, no Allianz Parque. E suou sangue para empatar o jogo em 2 a 2. Mas o líder do Brasileiro foi beneficiado com o empate do Flamengo diante do Grêmio. E manteve oito seguros pontos de distância na primeira colocação.
Diante de tanta afobação, o empate acabou até sendo um resultado aceitável. Porque resta uma rodada a menos, apenas quatro para o time de Cuca confirmar o título nacional, depois de 50 anos. Mas está claro que o lado psicológico, a vontade de antecipar a conquista do Brasileiro precisa ser dominado.
O resultado impediu que o clube possa comemorar o título já no domingo, no Mineirão, com uma vitória contra o Fluminense, como era desejado.
Já os reservas palmeirenses têm motivo para orgulho. Foram melhores que o poderoso elenco milionário atleticano. Foram muito mais efetivos que os próprios titulares de Abel Ferreira contra o temido adversário. Wesley, principalmente, ganhou pontos importantes para a final da Libertadores.
O empate em 2 a 2 teve o direito imenso questionamento de Anaderson Daronco, em relação ao segundo gol atleticano. Hulk chutou, Nacho Fernandez estava impedido, na trajetória da bola, na frente de Jailson. Tudo indicava que o lance foi irregular. Daronco confirmou o gol.
No sábado, o Palmeiras teve um lance idêntico, em chute de Patrick de Paula, que entrou, contra o Fortaleza. Mas foi anulado, porque Gustavo Gómez estava na direção da bola, impedido, atrapalhando o goleiro Marcelo Boek.
"O Palmeiras é um time muito forte, mesmo não jogando com seus titulares habituais. Tem a questão do gramado (artificial), que não estamos acostumados. É um pouco duro e muito mais rápido.
"Mas o que trouxe a gente até aqui, na liderança, foi nosso trabalho, nossa humildade, nosso empenho. Vai ser assim até (o Brasileiro) acabar. Quando for a hora de gritarmos 'é campeão' será no momento certo. Temos de continuar trabalhando, focado, para que isso aconteça o quanto antes", dizia, conformado, Hulk.

A partida começou 30 minutos depois do início de Grêmio e Flamengo, o que deu mais dramaticidade à partida. Abel Ferreira escalou seus reservas, preservando a equipe principal para a final da Libertadores. Ele mesmo, suspenso, estava fora do banco de reservas. Seu auxiliar, João Martins, comandou o time.
Enquanto Cuca tinha todos os seus titulares. Mas a afobação do técnico era evidente. E passou para seus jogadores. O treinador e o time mineiro se deixaram levar pelos nervos. E erraram demais. Passes, marcação, compactação, intensidade. O Atlético estava irreconhecível.
Os reservas palmeirenses, desentrosados, conseguiam igualar o jogo, lutar de igual para igual como o líder e virtual campeão brasileiro.
E acabaram fazendo uma partida frenética.
No primeiro tempo, Wesley já havia feito Everson fazer uma boa defesa, mas aos 27 minutos, recebendo ótimo passe de Veron, ele fez o que quis com Guga, e bateu cruzado, sem chance de defesa. Palmeiras 1 a 0.
A reação de Cuca foi adiantar a marcação. Seus jogadores se mostravam irritados, incomodados com a chance de perder a partida. Aos 35 minutos, Jailson ótimo goleiro, falhou ao rebater um chute de Guilherme Arana. A bola sobrou para Zaracho empatar. 1 a 1.
O intervalo veio, com os reservas palmeirenses melhores.
Keno voltou no lugar de Diego Costa, ótimo jogador, mas que perdeu a concentração discutindo com o garoto Renan. O Palmeiras teve a chance de marcar de pênalti. Danilo Barbosa chutou, Junior Alonso estava com os braços abertos. Pênalti. Patrick de Paula se apresentou para cobrar. Bateu muito forte, mas Everson fez excelente defesa no canto esquerdo, aos 10 minutos.

Um minuto depois, mostrando o quanto futebol pode ser cruel, Eveson falha feio na cobrança de escanteio. E Deyverson cabeceia para as redas 2 a 1, Palmeiras.
Os jogadores do Atlético partiram para o ataque. Com a liberação de Cuca. E aos 15 minutos, Mariano cruzou, a zaga rebateu e Hulk chegando na corrida, bateu forte. Nacho Fernández estava na frente. Prejudicou a visão de Jailson. Mas Anderson Daronco confirmou o gol. 2 a 2.
A partir daí, os reservas palmeirense cansaram, já que não atuam constantemente. E o time atleticano preferiu não se expor mais.
O 2 a 2 acabou sendo um prêmio.
Aos dois times.
Mesmo melhores em campo, os suplentes de Abel Ferreira têm o mérito de empatar com o líder absoluto do Brasileiro.
Enquanto o Atlético comemora.
Um ponto suado que conseguiu no Allianz Parque.
Importantíssimo na caminhada para ser campeão do Brasi....