Palmeiras não consegue se livrar do 'problema' Luiz Adriano. R$ 1 milhão por mês só para treinar
Com contrato até junho de 2023, rompido com a torcida, afastado do time, treinando sozinho, Luiz Adriano, 34 anos, não se importa. Recebe R$ 1 milhão por mês. Só sai pelo mesmo salário. Clubes não aceitam pagar tanto
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O Palmeiras pagou um ano e dois meses para Guerra apenas treinar, entre 2019 e 2020.
Ele recebia 85 mil dólares por mês, atuais R$ 478 mil.
O clube gastou R$ 7,1 milhões com o atleta que não usava.
A presidente Leila Pereira ficou assustada ao saber desses números.
Só que tem um problema ainda pior nas mãos.
Luiz Adriano.
Assim que o atacante se desligou do Spartak Moscou foi contratado a peso de ouro.
Em julho de 2019, assinou um contrato de quatro anos.
Até o meio de 2023.
Entre luvas e salários, ele recebe R$ 1 milhão por mês.
O desempenho do jogador jamais foi o que se esperava.
Contusões e Covid-19 atrapalharam seu rendimento.
Mas os treinadores ficaram decepcionados com o rendimento, com a falta de explosão muscular, de vibração, das arrancadas, da movimentação empolgante que marcaram a primeira fase de sua carreira.
Muito vaidoso, Luiz Adriano foi se irritando com as vaias dos torcedores do Palmeiras.
Passou a encará-los, desafiá-los. Principalmente as torcidas organizadas.
A situação foi ficando cada vez mais constrangedora.
Luiz Adriano jogando pior e mais vaiado.
Tudo piorou de vez quando ele marcou contra o Sport, em outubro, no Allianz Parque.
Ele decidiu mandar a torcida organizada, que o vaiava quando tocava na bola, calar a boca.
Os torcedores exigiram retratação.
Passaram a pressionar a diretoria para se livrar do jogador.
Os pedidos chegaram até o ex-presidente Mauricio Galiotte.
E à atual, Leila Pereira.
A essa altura, ele já havia rompido com seu empresário Gilmar Veloz.
Abel Ferreira foi avisado pela nova diretoria que Luiz Adriano não seguirá no Palmeiras neste ano.
Ele vai passar a treinar, a partir do dia 19, em separado, como Guerra.
Ganhou uns dias a mais de folga para tentar arrumar clube.
Houve consultas do Internacional, do Cerro Porteño, do Fortaleza, do Botafogo.
Só que, ao contrário de Galiotte, que aceitava "rachar o salário" de jogadores emprestados pelo Palmeiras, Leila Pereira é absolutamente contrária.
Ela não quer pagar para atletas palmeirenses atuarem em outras equipes.
E os clubes não querem bancar R$ 1 milhão pelo atacante.
Assim como ele só aceita ir para uma equipe importante, com time forte.
A situação já pesa.
O jogador tem a solidariedade de todo o elenco.
Abel Ferreira teve inúmeras conversas, fez o que pôde para recuperá-lo.
Mas seu desempenho em 2021 foi fraquíssimo.
Apenas cinco gols.
Luiz Adriano e Junior Mendoza, seu novo empresário, não têm pressa.
Analisam o mercado norte-americano.
Mas sem afobação.
Se não surgir uma negociação que entendam ser interessante, o jogador seguirá treinado sozinho.
E recebendo, no fim do mês, R$ 1 milhão.
Leila não cansa de cobrar Anderson Barros.
Quer que ele encontre um clube para o atacante.
O "mais rápido possível".
Na sua visão como empresária é absurdo um empregado receber sem produzir.
O único caminho.
Seria a rescisão amigável.
Mas o jogador não se mostra disposto a perder dinheiro.
Sabe que, em abril, fará 35 anos.
Não encontrará um clube que lhe pague R$ 1 milhão por mês.
Por isso segue treinando.
E ganhando seu salário milionário...
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