Fracasso de Lucas Lima no Fortaleza. Seis partidas. E já há a pressão para devolvê-lo ao Palmeiras
Meia chegou para ser a grande estrela do time cearense, que era a sensação do futebol brasileiro. Lento, sem vibração ou intensidade. Quebrou o ritmo da equipe de Vojvoda. Uma decepção
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O plano era 'perfeito'.
Economizar R$ 800 mil.
E ainda valorizar, expor para o mercado, lembrar aos clubes o jogador que o Palmeiras tem à disposição para vender, emprestar, trocar.
Não teria como dar errado.
O pedido foi do presidente Marcelo Paz ao presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte.
O Fortaleza era o clube que surpreendia o Brasil. O argentino Juan Pablo Vojvoda saberia como encaixar o meia talentoso, que era o principal jogador do Santos. Habilidoso, versátil, driblador, lançador, excelente cobrador de falta.
Mas que era visto como acomodado no elenco de Abel Ferreira, com seu salário de R$ 1 milhão por mês desde 2018 até 2022.
No Fortaleza, teria um choque de realidade, pela comparação entre o potencial econômico do clube cearense em relação ao paulista.
E chegaria para ter a sequência de jogos como titular que não conseguiu no Palmeiras de Abel Ferreira.
O empréstimo, de agosto a dezembro. Quatro meses. Com o Fortaleza pagando apenas R$ 200 mil, 20% do salário do jogador. Não teria como dar errado.
A recepção para Lucas Lima foi grandiosa, no aeroporto cearense, recebeu toda a empolgação, festa, expectativa que um dia a torcida do Palmeiras nutriu por ele.
O meia ficou emocionado com tanto carinho. Principalmente depois de ter sido flagrado pelas organizadas do clube em uma balada. E recebeu inúmeras ameaças, pediu desculpas, mas os membros das organizadas recomendaram que ele fosse embora do Palmeiras.
Ele aceitou, assim que surgiu a proposta do Fortaleza, Lucas Lima aceitou.
"Ah, estou muito feliz. É uma sensação única. Não tenho palavras. Só agradecer cada um que compareceu aqui. Sem dúvidas, vou fazer o meu melhor e dar a vida em campo para honrar todo esse carinho", promenteu.
Mas sua promessa foi em vão.
Tem sido fraquíssima sua participação como jogador.
Com ele em campo, o Fortaleza disputou seis partidas. Perdeu quatro, empatou uma e ganhou outra. Rendimento de 22%.
O péssimo rendimento tem explicação na sua lentidão, falta de vibração, participação efetiva com e sem a bola. Não marcou nenhum um gol e nem deu assistência.
A rejeição da torcida, e até da imprensa, é assustadora.
Já há a pressão para que o Fortaleza o devolva, tamanha a desilusão.
Mas como acontece no Palmeiras, o jogador sabe que não está rendendo. Mas não vai fazer qualquer movimentação para sair. Porque tem 31 anos.
E mais 14 meses como funcionário do clube paulista e mais R$ 14 milhões a receber.
Em clube algum do planeta ele receberia este mesmo salário.
O Palmeiras acompanha em silêncio essa situação, já que o jogador 'é do Fortaleza' até dezembro. A partir de janeiro, Lucas Lima volta a ser problema do clube.
A situação chega a ser surreal.
Porque em novembro de 2017, quando não quis renovar com o Santos, a contratação do meia pelo Palmeiras teve a intermediação do próprio pai de Neymar. Havia vários clubes rivais interessados: o São Paulo, o Internacional, o Atlético Mineiro.
Mas o pai de Neymar garantiu à diretoria palmeirense que seria um ótimo negócio fechar com o jogador, que teria mercado na Europa. Sua multa rescisória, até 2019 era de 20 milhões de euros, cerca de R$ 125 milhões. A partir de 2019, sua multa é de 8 milhões de euros, cerca de R$ 50 milhões.
Não há quem pague.
O jogador não consegue render o suficiente para justificar os R$ 200 mil por mês que o Fortaleza paga a cada 30 dias.
Antes de ir para o Fortaleza, houve um movimento na Vila Belmiro, quando Fernando Diniz era o técnico, articulando seu retorno. Mas conselheiros, diretores e, principalmente, chefes de organizadas, prometeram 'uma guerra' caso ele voltasse, já que desprezou o Santos para jogar no Palmeiras.
A situação de Lucas Lima dentro do campo é constrangedora.
Fora, ele está milionário...
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