Desestabilizado, Palmeiras mergulha na crise. Quarta derrota seguida no Brasileiro. Pior momento do desgastado Abel Ferreira
Sem intensidade, desenho tático confiável, o Palmeiras foi presa fácil para o Atlético. Felipão soube explorar a tensão com que a torcida palmeirense envolveu o time de Abel Ferreira. Derrota por 2 a 0 foi mais que justa
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Leila Pereira e Abel Ferreira estão descobrindo o pior lado da torcida do Palmeiras.
O da pressão, o da revolta.
Capaz de transformar a arena da Água Branca em um local insuportável para o próprio time.
Foi assim ontem, na derrota, mais do que merecida, diante do Atlético Mineiro, por 2 a 0. O quarto fracasso seguido no Campeonato Brasileiro.
O clube caiu para a quinta colocação.
Está fora do grupo que garante a classificação para a fase de grupos da Libertadores.
Situação inaceitável para um elenco curto, mas muito forte.
O gol-relâmpago de Hulk, logo no primeiro minuto, em uma rara falha de Weverton, foi a senha para o time montado nos 11 dias de data Fifa.
Rony e Raphael Veiga se xingando, e passando mais confiança para o Atlético, foi o retrato perfeito do descontrole.
Afobado, tenso, irritadiço, nervoso, o Palmeiras se ofereceu para os contragolpes articulados por Felipão, que conhece bem demais o clima nas arquibancadas verdes, que contamina o time.
E Paulinho marcou no segundo tempo, em um lançamento perfeito mas previsível de Saravia, encontrando o sistema defensivo do Palmeiras escancarado, clara marca de desespero. Diante de Weverton, o atacante não teve dificuldade para marcar o segundo gol.
A partir daí, a revolta se materializou. Vaias, palavrões e cobranças aos jogadores que se entregaram.
"Realmente: não há como fugir, estamos na pior fase, desde que chegamos ao Palmeiras. Temos que assumir isso.
"Queríamos muito estar na final da Libertadores, fizemos tudo, mas infelizmente não conseguimos.
"Falar de emocional, lógico que uma eliminação em uma meia final abala, e temos sentido isso", assumiu o auxiliar Vitor Castanheira. Ele estava no lugar de Abel Ferreira, suspenso.
Castanheira foi muito sincero.
"É um fato, está visível que a equipe não está com a fluidez e lucidez que já mostrou. Não há como esconder isso. Agora, temos que reverter a situação. Ponto. Como? Com trabalho? Não conheço outra forma. Os jogadores perceberem quem são, perceberem que não é o momento que queríamos, é um momento mau, temos que assumir.
"Ainda temos 11 jogos até o final, somos uma equipe de caráter e não há outra forma que não seja trabalho, acreditar no processo e no grupo. Só assim vamos sair desta situação."
O Palmeiras não vence há seis partidas.
Leila Pereira e o executivo Anderson Barros foram xingados por toda a torcida, após a partida contra o Atlético Mineiro.
Não apenas a organizada.
O torcedor palmeirense comum se mostrou revoltado.
Leila e Barros não deram entrevista após a derrota de ontem...
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