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A noite em que Felipão 'engoliu' Abel. Athletico acabou com a invencibilidade de 20 jogos do Palmeiras. E está a um empate da final

Sem invenções, com muita marcação e vibração, o Athletico de Felipão conseguiu derrotar o Palmeiras de Abel. Mesmo com um jogador a menos, desde os 22 minutos do segundo tempo. Castigo duro e justo sem Danilo e Scarpa

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

A estratégia tradicional de Felipão, 73 anos, derrotou a modernidade de Abel, 30 anos mais jovem
A estratégia tradicional de Felipão, 73 anos, derrotou a modernidade de Abel, 30 anos mais jovem A estratégia tradicional de Felipão, 73 anos, derrotou a modernidade de Abel, 30 anos mais jovem

São Paulo, Brasil

Danilo e Gustavo Scarpa fizeram muita falta.

Foi o preço caro pelas expulsões infantis contra o Atlético Mineiro.

Na defesa.

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Desprotegida, sem Danilo, a zaga do Palmeiras sofreu, foi muito mal, principalmente no primeiro tempo, quando o Athletico Paranaense buscou o ataque, na Arena da Baixada.

Foi assim que conseguiu o gol de Alex Santana, aos 22 minutos, depois de titubeada dupla, de Murilo e Gabriel Menino.

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E no ataque.

Com Raphael Veiga muito marcado, faltavam os neurônios, os lançamentos, os dribles e os chutes de Gustavo Scarpa.

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Não houve contragolpes mortais nem ataques em bloco articulados. Nem triangulações pelas laterais do campo. Mas a centralização das jogadas, a insistência em dribles, que facilitaram a marcação, a destruição das jogadas pelo time de Felipão.

O Athletico fez o que se esperava, superpovoando a intermediária, principalmente depois de estar na frente do placar, como sempre fez na carreira.

Mesmo com um jogador a menos desde os 22 minutos do segundo tempo, depois da expulsão inacreditável de Hugo Moura, por dar um tapa na bola. 

O irônico é que Abel Ferreira deu uma aula a Cuca, após eliminar o Atlético Mineiro, como uma equipe com superioridade numérica deve jogar para ganhar uma partida. Mas agora ele teve 11 atletas contra dez, por 34 minutos, e seu time não conseguiu sequer empatar.

O Palmeiras foi muito fraco taticamente.

Time sem movimentação, sem criatividade. 

Esperando que os dribles de Dudu decidissem a partida.

E o argentino López teve outra péssima atuação e perdeu gol cara a cara com Bento.

O bilionário clube comandado por Leila Pereira fez péssima economia ao não comprar um artilheiro de verdade. E meras promessas com López, Merentiel e Navarro.

Por reclamação, lógico, Felipão também foi expulso.

Mas mesmo assim a equipe conseguiu fazer história.

Acabou com a invencibilidade de 20 partidas do Palmeiras jogando fora de casa.

18 jogos seguidos.

Contando os desta Libertadores.

Venceu o Palmeiras, atual bicampeão da América.

Alex Santana, um dos três volantes de Felipão, decidiu o jogo. Em falha da desprotegida zaga palmeirense
Alex Santana, um dos três volantes de Felipão, decidiu o jogo. Em falha da desprotegida zaga palmeirense Alex Santana, um dos três volantes de Felipão, decidiu o jogo. Em falha da desprotegida zaga palmeirense

Bastará um empate para completar a façanha e eliminar a equipe paulista para chegar à final da Libertadores, na próxima terça-feira, no Allianz.

Hoje, Felipão deu uma lição tática a Abel Ferreira.

E o "engoliu".

Mostrou por que é o recordista, com seis semifinais de Libertadores.

Com a colaboração dos expulsos Danilo e Gustavo Scarpa.

A partida foi exatamente como se esperava.

Com Felipão sabendo que seu adversário só teria Raphael Veiga e Dudu com potencial ofensivo. E colocou Hugo Moura, Fernandinho e Alex Santana. Trio de volantes inteligentes, de excelente potencial físico. E que sabe como encurtar os espaços. E, principalmente, "matar" contragolpes no início, com faltas. Situação importantíssima para qualquer time que decida vencer o Palmeiras, jogando em casa.

Gabriel Menino não protegeu a zaga. Nem conseguiu sair com a bola com objetividade. Saudade de Danilo
Gabriel Menino não protegeu a zaga. Nem conseguiu sair com a bola com objetividade. Saudade de Danilo Gabriel Menino não protegeu a zaga. Nem conseguiu sair com a bola com objetividade. Saudade de Danilo

O uruguaio Canobbio e Vitinho também se doaram, preencheram os espaços, quando o Athletico estava sem a bola. E auxiliaram os laterais Khellven e Abner. Na frente, Vitor Roque. Felipão fez sua obrigação ao escalar a grande revelação do futebol brasileiro em 2022. E não Pablo, que tem muito menos potencial do que o menino de 17 anos.

Abel Ferreira tratou de colocar Gabriel Menino no lugar do suspenso Danilo. Substituição que sempre abriu seu meio-campo. Desprotege a zaga. E faz o time ter saída de bola mais lenta, pelos toques a mais que Menino se acostumou a dar na bola. Passa longe a objetividade e poder de marcação de Danilo.

Sem Gustavo Scarpa, Abel optou por recolocar Rony na sua posição original, a ponta direita. Deixou Dudu na esquerda. E escalou o argentino López como "centroavante". O atacante de 21 anos outra vez mostrou insegurança, falta de repertório. Uma aposta muito duvidosa que o Palmeiras fez ao comprá-lo do Lanús.

Ou seja, enquanto o Athletico Paranaense atuava sem a bola no 4-5-1, o Palmeiras jogava espaçado, no 4-3-3. Rony e Dudu não auxiliavam tanto na marcação como deveriam. 

Antes de o Athletico se impor, aos 5 minutos, coube a López ter a "bola do jogo" para o Palmeiras. Ele recebeu um passe simples e genial de Dudu. Cara a cara com Bento, o argentino mostrou toda sua precipitação, batendo para o gol "de qualquer maneira" e chutando fora. Foi um lance bizarro para um atacante do atual bicampeão da Libertadores.

Alex Santana comemora. Ele entrou no time para ajudar na marcação. E fez o gol da vitória
Alex Santana comemora. Ele entrou no time para ajudar na marcação. E fez o gol da vitória Alex Santana comemora. Ele entrou no time para ajudar na marcação. E fez o gol da vitória

O Athletico, menos técnico, mas com superioridade numérica na intermediária, aproveitou o embalo de sua fanática torcida. E a Arena da Baixada se transformou no caldeirão tradicional. Pressão gigantesca para os times rivais.

E foi assim, na base da força física, muita briga, com Vitor Roque mostrando seu potencial diferenciado, que o Athletico conseguiu a vantagem importantíssima.

Com Gustavo Gómez e Murilo inseguros de tão expostos, veio a falha fatal. Porque antes o excelente zagueiro paraguaio quase fez um gol contra de pura afobação. Ao tentar aliviar bola cruzada, chutá-la para fora, obrigou Weverton a fazer uma sensacional defesa, de puro reflexo.

Mas aos 22 minutos, não houve jeito. Na sobra de bola, Vitor Roque ganhou de Murilo e conseguiu chutar para o gol, Gustavo Gómez cortou. Mas no rebote, Alex Santana teve tempo de dominar e bater colocado, sem chance para Weverton. Gabriel Menino chegou atrasado para tentar evitar o chute.

A partir daí, com a vantagem na mão, o Athletico passou a se preocupar em preencher os espaços. Encaixotou Raphael Veiga e Dudu.

Estava travado o potencial ofensivo palmeirense.

No segundo tempo, Felipão fez o de sempre. Recuou ainda mais seu time, que estava vencendo um adversário superior. E o Palmeiras, mesmo ajudado pela tola expulsão de Hugo Moura, não conseguiu organizar jogadas ofensivas. Apelou para cruzamentos, o que facilitou o trabalho da defesa paranaense.

Abel Ferreira teve um jogador a mais por 34 minutos. O Palmeiras não conseguiu fazer nada diferente
Abel Ferreira teve um jogador a mais por 34 minutos. O Palmeiras não conseguiu fazer nada diferente Abel Ferreira teve um jogador a mais por 34 minutos. O Palmeiras não conseguiu fazer nada diferente

No final, justa derrota palmeirense.

Que começou no jogo contra o Atlético Mineiro.

Com a expulsão de Danilo e de Gustavo Scarpa.

É possível que o Palmeiras consiga reverter.

E chegar à final, na próxima terça-feira.

Mas o fraco futebol hoje em Curitiba foi decepcionante...

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