Familiares de vítimas do acidente com voo da Chape cobram indenização na Bolívia
Após dois anos do acidente na Colômbia, juristas voltam ao país e pedem apoio de instituições para cobrar indenização que ainda não foi quitada
Lance|Do R7
Restando pouco para completar dois anos do acidente com o voo da Chapecoense, familiares das vítimas desembarcaram na Bolívia nesta quinta-feira para solicitar o pagamento de uma indenização que até o momento não foi quitada. Para solucionar o imbróglio, juristas e membros da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense (AFAV-C) estão na cidade de Santa Cruz, local situado 900km a leste de La Paz, de onde decolou a aeronave da LaMia, que caiu sobre uma montanha próxima ao aeroporto de Medellín, na Colômbia.
- Não recebemos nem um centavo - disse o advogado brasileiro Josmeyr Oliveira em entrevista ao jornal boliviano El Deber.
De acordo com a AFP, o jurista, que está acompanhado por Fabienne Belle e Mara Paiva, presidente e vice-presidente da associação de vítimas, respectivamente, tenta se reunir com autoridades de instituições que tenham influência para ajudar a cobrar a indenização pela perda dos entes, já que trata-se de uma gestão de urgência, pois estão no limite do prazo de dois anos para reivindicar o pagamento.
No acidente, que aconteceu enquanto a delegação alviverde viajava para a Colômbia, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, 71 pessoas perderam a vida, entre elas 19 jogadores, 14 membros da comissão técnica e nove dirigentes do clube. Apenas seis pessoas sobreviveram a queda: uma aeromoça, um técnico de aviação, um jornalista e três jogadores (Alan Ruschel, Neto e Jackson Follmann).
Relembre o caso
O avião da LaMia partiu de Santa Cruz com a delegação da Chapecoense após o grupo ser transferidos de um voo comercial que havia saído do Brasil. Uma investigação de autoridades colombianas concluiu que a aeronave caiu a poucos quilômetros do aeroporto José María Córdova, no dia 28 de setembro de 2016, por falta de combustível.
Em 2017, um relatório da empresa boliviana BISA revelou que a LaMia não tinha cobertura de seguro, apesar de ter aberto um fundo de assistência às vítimas. O caso segue sob investigação da justiça local, que apontou como responsáveis pelo acidente funcionários aeroportuários de de aviação civil e da mesma empresa por terem cometidos falhas técnicas para a realização do voo.