Torcedores identificados por agredir goleiro do Santos devem depor na próxima semana

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul trabalha na identificação dos torcedores acusados de agredir verbalmente o goleiro Aranha, do Santos, na última quarta-feira (27), em partida disputada em Porto Alegre. Até agora, dois torcedores e sócios do Grêmio foram identificados, entre eles Patrícia Moreira, que apareceu em vídeos chamando o atleta de “macaco”. De acordo com o Correio do Povo, o titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil, delegado Herbert Moura Ferreira, afirmou que pretende fazer a intimação para torcedora na próxima semana.

Segundo o comissário Sousa, que coordena as investigações, mais três pessoas foram identificadas pelo Grêmio, que já excluiu os dois sócios de seus quadros. Para ter mais efetividade na investigação, a polícia solicitou as imagens do circuito interno do estádio ao clube, no dia seguinte ao do jogo (28). De acordo com Santos, até agora, os vídeos não foram entregues aos investigadores. A expectativa é que o inquérito seja concluído em 30 dias.

Racismo da torcida já rendeu punições ao clube

O comissário destacou que os torcedores identificados são, até agora, suspeitos de crime de injúria. "Ela não é foragida", destacou Santos, referindo-se à torcedora que aparece nas imagens veiculadas por emissoras de televisão. Santos preferiu não antecipar possíveis penalidades. De acordo com a lei que tipifica o racismo como crime, pessoas condenadas podem, inclusive, ser presas.

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A torcedora Patrícia Moreira foi afastada do trabalho. Ela era funcionária de uma empresa prestadora de serviços ao centro médico e atuava como auxiliar de saúde bucal.

— A autoridade policial que preside o inquérito ainda não cogitou essa hipótese.

Para Santos, primeiro, é preciso identificar qual foi a participação de cada torcedor nos fatos. Tudo “tem que ser provado no inquérito, não pode se provar na imprensa”, alertou, acrescentando que as investigações estão bem encaminhadas e seguem o procedimento padrão da polícia.

Perseguida, torcedora flagrada desaparece das redes sociais

Na sexta-feira (29), a STJD (Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva) informou que processará o Grêmio por injúria racial, já que o clube, conforme o Estatuto do Torcedor e o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), é responsável também pelos torcedores.

Também na sexta-feira, o clube divulgou nota em que repudia o que classificou como ato de racismo e afirma que busca identificar os torcedores que agrediram o goleiro santista.

Já a Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) procurou a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o Santos para discutir medidas efetivas de combate ao racismo no esporte, segundo nota divulgada pela secretaria. Nela, a ministra da pasta, Luiza Bairros, repudiou as agressões e disse que há "uma grande tolerância para práticas de racismo".