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R7 destrincha a dívida do Corinthians; parcelas do Itaquerão começam a ser pagas em julho

Parte dos direitos de imagem de alguns jogadores foi quitada nos últimos dias

Futebol|Do R7

Arena ainda não se mostrou um bom negócio para o Corinthians
Arena ainda não se mostrou um bom negócio para o Corinthians Arena ainda não se mostrou um bom negócio para o Corinthians

A tão comentada renovação de contrato do atacante Paolo Guerrero, que termina em 15 de julho, é de longe o menor dos problemas no horizonte do Corinthians. A prioridade é acertar todas as pendências atrasadas com o elenco antes de discutir um possível novo acerto com o peruano. Entre estas pendências, direitos de imagem não pagos de seus principais atletas, premiações antigas, empréstimos de empresários e dívidas contratuais com jogadores que já há um bom tempo deixaram o Timão. Valores que, somados, chegam a R$ 30 milhões. Como se não bastasse, ainda tem a conta do Itaquerão.

Parte da dívida do Corinthians foi acertada na última semana, quando o clube conseguiu a pré-aprovação de 40% de um empréstimo de cerca de R$ 20 milhões. Ralf, Elias, Renato Augusto, Danilo, Jadson e Guerrero receberam uma cota do valor a que têm direito. Outros jogadores ainda esperam a próxima parcela do empréstimo para receber. Entre eles, Alexandre Pato, que está emprestado ao rival São Paulo e fatura R$ 800 mil por mês, sendo que 50% deste valor são pagos pelo Timão — a outra metade é de responsabilidade do Tricolor. Porém, há alguns meses, Pato não vem recebendo a parcela do Corinthians. Informações dão conta de que o atleta tem dez meses de atrasos a receber do clube, totalizando R$ 4 milhões.

Leia também: Guerrero vale os R$ 20 milhões que está pedindo?

"Vamos honrar isso. Temos compromisso com ele, temos de honrar. Por isso que insisto no discurso. Não dá para pegar dinheiro para fazer alguma coisa diferente do que pagar as dívidas. Primeiro, vamos acertar os atrasados, inclusive os do Pato", garantiu o diretor financeiro do clube, Emerson Piovesan, em recente entrevista ao diário Lance.

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Fator Itaquera

Surpreendentemente, a crise financeira do Corinthians se intensificou quando o time passou a usar sua nova arena em Itaquera. Mesmo com arrecadações de bilheteria recorde, o clube não pode contar com o dinheiro vindo das arquibancadas já que toda a verba angariada vai para um fundo destinado ao pagamento da obra do estádio que custou mais de R$ 1 bilhão. O Timão calcula que já tenha mais de R$ 45 milhões nesta “poupança”.

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A grana começará a sair do cofre em julho, quando o Corinthians terá de começar a usar o fundo para pagar ao BNDES parcelas mensais de quase R$ 5 milhões — o total levantado com o banco público é de R$ 400 mi. E em novembro o acerto é maior, desta vez com a Caixa, que passará a recolher o empréstimo de R$ 350 milhões.

Como pagar tudo isso e ainda manter em dia uma folha de pagamento de quase R$ 9 milhões? Eis o assustador desafio do departamento financeiro corintiano.

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Longe desde 2011, Souza precisa receber

Além de ter de administrar toda esta dor de cabeça, o Corinthians convive também com ex-funcionários batendo a porta do clube para cobrar valores atrasados. É o caso do atacante Souza, atualmente no Paysandu, que não veste a camisa do Timão desde 2011 e ainda assim tem R$ 2,5 milhões para receber. Como ele, outros quatro atletas (Anderson Martins, Elton, Rodriguinho e Lodeiro), além do técnico Mano Menezes, cobram direitos de imagem não pagos num total superior a R$ 10 milhões. Todo este montante foi incluído no balanço financeiro do Corinthians de 2014 com projeção de pagamento em 2015 (veja mais detalhes abaixo).

O pagamento (ou não) do uso de direito de imagem é prática comum no futebol brasileiro. Com contratos exorbitantes, alguns jogadores recebem 20%, 30% dos vencimentos fora da carteira de trabalho (no caso de Alexandre Pato esse número chega a 50%). No entanto, nos últimos anos, o número de contratos deste tipo tem diminuído bastante graças ao “pente-fino” da Justiça do Trabalho, que vê em alguns desses casos uma forma de os clubes burlarem a CLT e o pagamento de tributos.

Para se ter ideia, no Corinthians, os atletas com contrato apenas na carteira de trabalho, sem direito de imagem, estão com os pagamentos em dia, como é o caso do goleiro Cássio, por exemplo. Vale citar que, na carteira de trabalho, o Corinthians não possui salários atrasados com nenhum atleta do elenco.

Empresários na lista

Empresários também estão na planilha de custos do Alvinegro. Parte da dívida de R$ 30 milhões com pessoal diz respeito aos débitos do clube com agentes de jogadores.

Bruno Paiva, que cuida da carreira de Jadson e Guerrero, por exemplo, tem cerca de R$ 400 mil. Para a GP Sports, pelos direitos de Ralf, o Corinthians deve cerca de R$ 3 milhões. O empresário Carlos Leite, de Mano Menezes e outros, também realizou alguns empréstimos para o clube e tem a receber R$ 2 milhões. Até mesmo o conselheiro Fernando Garcia entra nos recebedores: mais de R$ 6 milhões por empréstimos efetuados ao longo da gestão Mário Gobbi.

Balanço Financeiro

Os últimos balanços mostram que a dívida corintiana não para de crescer. Em 2012, era de R$ 177 milhões. Em 2013, atingiu R$ 194 milhões. Em 2014, pulou para R$ 314 milhões. O R$ 1 bilhão do estádio entra à parte na conta.

Alguns detalhes sugestivos do balanço de 2014: em relação à temporada de 2013, a receita do Corinthians caiu 18,29%. O endividamento e déficit operacional chegam a R$ 21 milhões, no futebol. Os empréstimos saltaram de R$ 34,82 milhões em 2013 para R$ 42,09 milhões em 2014. As dívidas com fornecedores passaram de R$ 36,22 milhões para R$ 56,93 milhões. 

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