Por racismo, STJD adia partida entre Santos e Grêmio
Goleiro Aranha foi alvo de insultos no duelo da última quinta-feira (28) no Sul
Futebol|Do R7
As ofensas racistas dos torcedores do Grêmio ao goleiro Aranha, do Santos, fizeram com que nesta sexta-feira (29) o jogo de volta entre as duas equipes, marcado para a próxima quarta (3), na Vila Belmiro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, fosse adiado. O clube gaúcho confirmou a informação e disse que a CBF ainda não indicou uma nova data para o duelo.
Segundo Paulo Schmitt, procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi feito um pedido para que o confronto fosse adiado por causa da gravidade dos fatos.
Racismo da torcida gremista já rendeu punições ao clube
— A gente denunciou rapidamente, para não ter atraso. Queremos avaliar a denúncia, para a comissão disciplinar julgar, antes que haja o outro jogo, revelou.
Schmitt lembra que a denúncia tem de ser julgada na próxima semana.
— Entre as penas existe inclusive a exclusão do Grêmio da competição, disse.
De acordo com o presidente do STJD, Caio César Rocha Vieira, todo o processo deve durar 20 dias, incluindo o julgamento pelo Pleno.
Perseguida, torcedora flagrada desaparece das redes sociais
— Achei um pedido adequado, algo feito pela procuradoria, e deferi o pedido, disse em entrevista à rádio Guaíba, de Porto Alegre.
O clube será denunciado por ato discriminatório e responderá por infração ao artigo 234-G do CBJD. Outra punição cabível ao Grêmio é a multa de até R$ 100 mil. A possibilidade de o clube ser eliminado uniu os dirigentes, que estão tomando as medidas necessárias para evitar uma punição pesada.
O Grêmio garante que está colaborando com as autoridades e afirma que já identificou 10 torcedores que praticaram atos racistas na partida da última quinta. Dois deles pertencem ao quadro de associados do clube.
— Estamos levantando as imagens, com as câmeras do nosso estádio, para identificar todos os torcedores. Estamos agindo em duas frentes, auxiliando as autoridades e tomando medidas internas, garantiu o vice-presidente Nestor Hein. As provas serão entregues à Polícia Civil.