Ex-Barça, Edmílson defende regalias a Messi e revela chilique do argentino após título em 2006

Volante pentacampeão conta detalhes da intimidade do melhor jogador do mundo

Futebol|Do R7

07/10/2013 - 00h30 (Atualizado em 20/04/2024 - 10h35)

A notícia de que Lionel Messi seria arrogante com seus companheiros de Barcelona e teria o hábito de humilhá-los durante os treinamentos chocou os fãs do argentino, sempre muito discreto fora dos gramados. E para compreender melhor o comportamento do melhor jogador do mundo, o R7 entrevistou o pentacampeão Edmílson, parceiro do camisa 10 em seus primeiros passos no Camp Nou. O ex-volante falou também sobre a saída de Ronaldinho do clube catalão, encheu a bola de Xavi, Iniesta e Puyol e revelou uma atitude inusitada de Messi na final da Liga dos Campeões de 2006.

(Reportagem: Luiz Felipe Castro)

Assim como Cristiano Ronaldo, o atual tetracampeão Messi também tem números espetaculares no ano, mas foi prejudicado pelas seguidas contusões na coxa esquerda, sobretudo no segundo semestre. Mas não pense que só os três craques brilharão na festa. O Brasil também estará bem representado em Zurique.

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O ex-volante, no entanto, confirmou que, na final da Liga dos Campeões de 2006, Lionel Messi teve uma atitude bastante estranha, após a vitória de sua equipe por 2 a 1 diante do Arsenal, da Inglaterra. Naquela noite, em Paris, Messi se recuperava de lesão e acabou cortado do banco pelo então treinador Frank Rijkaard

Segundo Edmílson, Messi, então com 20 anos, não digeriu bem a notícia de que não jogaria a final e não comemorou a conquista histórica da equipe junto de seus companheiros.

— É verdade, me lembro que ele teve lesões sérias e não
jogou a reta final, mas ficou um tempo em recuperação e tinha esperança de
jogar. No dia da final, ele foi cortado
do banco e não comemorou mesmo com o grupo, ele estava bastante chateado. Talvez
ele não se sentisse tão campeão quanto os outros, até por esse instinto dele, de querer ganhar sempre. Foi um
título que significou muito pro Barcelona, depois de muito tempo, e ele ficou
mesmo chateado de não ter participado

Para confirmar as palavras do brasileiro, basta olhar as fotos daquela partida, em 17 de maio de 2006. Lionel Messi não aparece em nenhuma das fotos da festa blaugrana

Naquela partida, o lateral brasileiro Belletti foi o grande herói da conquista, ao marcar o gol do título nos minutos finais

Apesar do chilique, Edmílson não vê maldade nas atitudes de Messi e, inclusive, defendeu o argentino das últimas acusações feitas pelo craque Ibrahimovic. Segundo o sueco, o técnico Pep Guardiola teria dado regalias ao número 1 do mundo e atrapalhado a sua vida no clube catalão

Edmílson não só defendeu os benefícios ao argentino, como também revelou que esta é uma prática normal em todas as equipes.

— O cara que mete 90
gols na temporada tem que ter regalia mesmo. Eu conheço o Ibra, joguei contra ele no Ajax e Inter de Milão. Ele é um cara que gosta de
protagonismo, mas naquele momento tinha um jogador que estava à frente dele e
ele deve ter tido muito ciúmes. Mas o futebol é assim mesmo, como teve com
Ronaldinho, Ronaldo, Romário, sempre o craque tem suas regalias.

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Edmílson, que já enfrentou Messi pelo Zaragoza (foto) e Villarreal, disse ser fã do futebol argentino e contou o que falta para que ele possa ser comparado a nomes como Pelé, Maradona, Ronaldo e Zidane.

— Eu
acho que ele está no nível desses caras, só falta mesmo fazer um grande
Mundial, e ele está se preparando pra isso. A Argentina tem um grande time do
meio pra frente. E ele vem com um foco muito grande de conquistar esse título,
está jogando cada vez melhor com a seleção dele

Com passagens por XV de Jáu, São Paulo, Lyon, Palmeiras, Villarreal, Zaragoza e Ceará, Edmilson elogiou a organização do Barcelona e disse que a preocupação do clube com a formação dos atletas é o segredo para o êxito dos últimos dez anos

Citando três das maiores referências desta geração vitoriosa do Barça, Edmílson aproveitou para criticar a atitude dos empresários e dirigentes brasileiros.

— Aí
é que entra a questão de formação. Hoje
em dia, no Brasil, se tem um jogador jovem que está despontando e fica uma ou
duas partidas no banco, já vem empresário se meter, conselheiro fica no pé, a
imprensa derruba o treinador... Na Europa isso não existe. O Iniesta e o Xavi ficaram na reserva na final de 2006. É uma coisa muito
cultural, lá eles respeitam as decisões e é isso que faz com que esses
jogadores como Puyol, Xavi e Iniesta tenham uma carreira não de cinco, mas de
15 anos de sucesso. Hoje os clubes brasileiros, desde muito cedo,
já pagam salários muito acima do que os jovens estão preparados para receber e
esse processo custa caro para todo mundo, clube, jogador. Todos querem ser ricos
e famosos, mas não sabem o peso disso

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Por fim, Edmílson relembrou o ano de 2008, que marcou sua saída e do ídolo Ronaldinho da equipe.

— Foi
um término de ciclo, o Rijkaard também saiu na temporada 07/08, outros
jogadores importantes. O Ronaldinho ficou cinco anos no clube, ganhou tudo, e
acabou o ciclo, ele precisava ter novos ares. Todo mundo quer que você jogue da
mesma forma, mas nem sempre acontece, e foi uma continuação. Depois veio o
Guardiola e o Barcelona conseguiu manter o mesmo nível. Treinei com o Guardiola no Barça B, quando estava lesionado. Ele não teve nada a ver com a minha saída, eu já estava negociado com o Villarreal quando ele assumiu o profissional

Edmílson defendeu a seleção brasileira de 2000 a 2007 e viveu seu grande momento na conquista do pentacampeonato, na Coreia e no Japão. Na primeira fase, o volante marcou um golaço de bicicleta na goleada por 5 a 2 sobre a Costa Rica

A notícia de que Lionel Messi seria arrogante com seus companheiros de Barcelona e teria o hábito de humilhá-los durante os treinamentos chocou os fãs do argentino, sempre muito discreto fora dos gramados. E para compreender melhor o comportamento do melhor jogador do mundo, o R7 entrevistou o pentacampeão Edmílson, parceiro do camisa 10 em seus primeiros passos no Camp Nou. O ex-volante falou também sobre a saída de Ronaldinho do clube catalão, encheu a bola de Xavi, Iniesta e Puyol e revelou uma atitude inusitada de Messi na final da Liga dos Campeões de 2006. (Reportagem: Luiz Felipe Castro)

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