Desde o início do ano, São Paulo e Palmeiras reavivaram uma rivalidade histórica e, entre picuinhas dos dirigentes de ambos os clubes, iniciaram um período de rusgas que beiram a agressividade. A rixa mais parece um duelo de UFC, onde, ao contrário do que ocorre no MMA, têm sido válidos alguns golpes baixos e troca de alfinetadas
O último round deste embate ocorreu com a ida de Thiago Mendes, ex-volante do Goiás, para o São Paulo. O Palmeiras estava tentando o jogador, interessado em comprar os 40% pertencentes ao Goiás. O São Paulo, então, foi atrás dos empresários do volante, que detêm outra porcentagem, e fecharam o negócio
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O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, garantiu na última quarta (17) que isso faz parte das negociações de mercado
— Não estou disputando nada com o Palmeiras
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Mas os dois clubes têm se desentendido e muito ultimamente. Depois do revés com Thiago Mendes, o Palmeiras está interessado em tirar do São Paulo o lateral Álvaro Pereira, cujos direitos pertencem à Inter de Milão
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O clima ficou pesado em abril deste ano, quando o Palmeiras, após reduzir em R$ 5.000 a proposta de R$ 220 mil de salários, perdeu Alan Kardec para o Tricolor. O recém-empossado presidente Paulo Nobre, do Palmeiras, esbravejou dizendo que a relação entre os dois clubes não era boa desde os anos 40
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Como resposta, o também recém-empossado Carlos Miguel Aidar, mandatário do São Paulo, respondeu de forma dura, dizendo que o Palmeiras estava se apequenando e sua direção mantinha uma postura infantil no caso
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A situação do meia Wesley também coloca em xeque a relação entre ambos. Há a forte suspeita de que ele já esteja acertado com o São Paulo, após atuar no Palmeiras. Mas, neste período de recesso, o jogador se esquiva quando perguntado
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A rivalidade entre Palmeiras e São Paulo teve início nos anos 40 e beirou a inimizade durante a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, o então Palestra Itália teve de mudar o nome para Palmeiras, para diluir um pouco sua origem italiana. A exigência ocorreu porque o presidente do Brasil, Getúlio Vargas, declarara guerra ao Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão
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Nesta época, conta-se que uma das que mais defenderam a mudança do nome foi a diretoria do São Paulo, o que deixou os dirigentes palestrinos, ou melhor, palmeirenses, indignados. Na primeira partida entre ambos, em 20 de setembro de 1942, o Palmeiras entrou em campo, no Pacaembu, carregando uma bandeira do Brasil
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O jogo, ironicamente, decidia o título paulista. O Palmeiras venceu por 3 a 1 e o São Paulo abandonou o jogo aos 21 minutos da etapa final, indignado com a marcação de pênalti cometido por Virgílio. Entre 1942 e 1950, ambos dividiram os nove títulos paulistas
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Desde então a rivalidade cresceu a ponto de, em muitas ocasiões, ser ainda maior do que a existente entre Palmeiras e Corinthians. O próximo capítulo é a disputa das duas equipes por dois jogadores de meio-campo: Conca, do Flu, e Cleiton Xavier, do Metalist. O gongo, neste combate, parece que está longe de soar