Caçula entre oito irmãos, Miguel Borja driblou até a fome para hoje se tornar esperança de gols do Palmeiras
Tímido, colombiano foge do perfil boleiro e passa tempo com quem já dividiu dias difíceis
Futebol|Do R7
A principal esperança de títulos do Palmeiras para 2017 está nos pés do atacante Miguel Borja. O colombiano, goleador dentro dos campos e extremamente tímido fora dele, conseguiu pelos lados do Palestra Itália enfim mudar os rumos de sua família. Não à toa, o jogador sempre que pode passa o tempo ao lado de pessoas com quem já dividiu a fome.
Caçula entre oito irmãos (seis homens e duas mulheres), Borja, o Miguel em casa, nasceu na pobre Tierralta, pequeno município no norte da Colômbia. Hoje, do alto dos seus 1,83 metros, recebe cerca de R$ 300 mil mensais no Verdão, o maior salário da carreira que ganhou novo impulso no ano passado no Atlético Nacional-COL. Ainda assim, prefere até fugir do perfil boleiro e se manter reservadamente ao lado de quem o simplesmente ajudou a sobreviver.
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Nicolásia, mãe do atleta, tinha as tarefas do lar e complementava a renda vendendo esfirras e outros salgados; enquanto o pai, José Maria Hernández, se dedicava à venda de bilhetes do jogo do bicho. A infância tem roteiro parecido com a de muitos garotos pobres do Brasil, talvez daí tamanha adaptação em gramados brasileiros. O herdeiro da mítica camisa 12 palmeirense passou fome e afirmou que é isso que faz com que ele supere as dificuldades.
"A fome foi o que me fez um homem. Em todos os momentos difíceis no futebol, foi a lembrança dela que me fez superar os obstáculos. Quando havia algo para o café, não havia para o almoço, quando tínhamos o almoço, ficávamos sem o jantar", revelou o atleta em entrevista a Joza Novalis, do site Futebol Portenho.
Borja também contou que quando era garoto, varria a frente das casas dos vizinhos e se oferecia para outros pequenos serviços e acabava ganhando um dinheirinho. "Eu ganhava alguns trocados e sempre os levava para minha mãe. Só que ela dizia para eu guardar para comer um lanchinho na escola."
Apesar de ter apenas 24 anos, Borja já pode se considerar chefe de família. Além da mulher, o atacante tem um filho, o pequeno Samuel, que roubou a cena na chegada do atacante ao Palmeiras, com direito a vídeos e fotos comoventes que foram postadas nas redes sociais.
É neste homem que o palmeirense aposta para comemorar o tão sonhado bi da Libertadores. O começo dele com a camisa alviverde foi animador, com direito a gol logo no jogo de estreia. O torcedor espera que esse seja apenas um aperitivo do que esse casamento entre Borja e Palmeiras pode oferecer em 2017.
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