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Filme sobre time de várzea de SP concorre a prêmio no Cinefoot

'Eu sou favela', que concorre a prêmio no festival Cinefoot, conta a história do Favela FC, time da zona leste de São Paulo que foi abraçado pela população

Futebol|Cesar Sacheto, do R7

Favela FC uniu moradores da região e se tornou motivo de orgulho no bairro
Favela FC uniu moradores da região e se tornou motivo de orgulho no bairro Favela FC uniu moradores da região e se tornou motivo de orgulho no bairro

O documentário "Eu sou favela", que conta a história de um time de várzea de São Paulo, concorrerá ao prêmio Taça Cinefoot, festival de cinema sobre futebol que abrange obras do Brasil e de outros países da América Latina, no próximo domingo (30), no Museu do Futebol, em São Paulo.

Com 76 minutos de duração, o longa-metragem começou a ser produzido em 2014, quando o cineasta Alex Miranda decidiu ajudar um amigo gravando imagens da final dos Jogos da Cidade de São Paulo, um torneio de futebol varzeano cuja decisão foi disputada no Pacaembu, entre o AEC Favela FC, do Jardim Miragaia (equipe do amigo), e o Divisa FC, da Vila Rica. No entanto, a reação da torcida e a grandiosidade surpreendente do evento chamaram a atenção do cineasta.

"Quando cheguei, tinha muita gente. Fiquei assustado. Perguntei para o pessoal da Tropa de Choque, que tem experiência com grandes públicos. Disseram que havia cerca de 6.000 pessoas. O Favela perdeu, as pessoas choravam. Não entendi o por quê de tanta gente em um jogo de várzea", contou Alex.

A partir de então, aquilo que seria um simples vídeo para um amigo se transformou em um projeto ousado de documentário — que consumiu cerca de um ano e meio de gravações — sobre a relação entre o time e os moradores da comunidade situada na região do Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo.

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Escudo do Favela FC, do Jardim Miragaia
Escudo do Favela FC, do Jardim Miragaia Escudo do Favela FC, do Jardim Miragaia

A equipe foi criada em 1996 por traficantes do bairro. Aos poucos, com a prisão ou morte dos fundadores, os moradores decidiram se juntar para fazer do Favela uma forma de lazer para as crianças. Com o tempo, o Favela passou a se envolver em iniciativas sociais, arrecadar donativos para instituições, entre outras ações.

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"O símbolo do time era a Playboy [revista masculina] e um trevo de maconha. Apologia ao crime. Mas foi trocado por uma criança empinando pipa. Os moradores se aproximaram, começaram a vender camisetas para ajudar. É a renda do time. Ninguém é pago para nada", revelou o cineasta.

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Alex diz que o sentimento de inferioridade dessas pessoas em relação àquelas que habitam regiões centrais da capital paulista ficou evidente durante as filmagens. Mas o cineasta enfatiza que a história do Favela FC, agora contada no cinema, encheu a população de orgulho.

"A gente queria mostrar que o time de várzea não ajuda somente no campo, que não é só futebol. E o documentário mudou o modo como as pessoas do bairro enxergam a vida. É motivo de orgulho para a comunidade", finalizou o idealizador do longa.

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