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Palmeiras usou a estratégia. Abel voltou ao céu. Duas finais de Libertadores em dez meses

O treinador português não teve vergonha em colocar o Palmeiras com três zagueiros e três volantes. Assumiu que o Atlético era melhor. Saiu atrás no placar, mas Dudu marcou o gol da classificação

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Dudu fez o gol de empate, que levou o Palmeiras à inesperada final da Libertadores
Dudu fez o gol de empate, que levou o Palmeiras à inesperada final da Libertadores Dudu fez o gol de empate, que levou o Palmeiras à inesperada final da Libertadores

São Paulo, Brasil

Foi a vitória da estratégia, da humildade.

E da raiva.

Do treinador que sabia que o único caminho para sobreviver ao Atlético Mineiro, time de R$ 180 milhões, seria se defendendo em casa e no Mineirão. 

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O time de Cuca era o favorito disparado, por seu potencial muito maior.

E foi eliminado invicto da competição mais importante da América do Sul.

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Foi assim, com três zagueiros, três volantes, com o time todo encolhido, que Abel Ferreira conseguiu levar, em dez meses, o Palmeiras à segunda final da Libertadores. 

Enfrentará Flamengo ou Barcelona de Guayaquil, em Montevidéu.

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Com o empate em 1 a 1, em pleno Mineirão. Dudu marcou o gol da classificação, depois de Vargas colocar o Atlético na frente do placar. Na Libertadores, há o 'gol qualificado'. Na primeira partida da semifinal, no Allianz Parque, foi 0 a 0. E hoje, o gol do Palmeiras, no empate, decidiu a vaga para o time paulista.

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A raiva com que os jogadores e, principalmente, Abel Ferreira, comemoraram a classificação, foi a demonstração de quanto estavam incomodados pelo favoritismo dado ao Atlético Mineiro de Cuca.

"Antes do Dudu, eu vou falar. As pessoas podem duvidar da nossa capacidade, mas não podem duvidar de onde Deus pode nos levar. Podem desacreditar e não saber nada de nós, mas Deus é bom o tempo todo", disse Weverton, um dos grandes responsáveis pela classificação. Fez ótima partida, de novo, contra o poderoso ataque do Atlético.

"É um sonho, né?! Estou no clube desde 2015. Vivi grandes momentos e, infelizmente, tive que sair por problemas fora de campo. O torcedor sabe o amor e carinho que eu tenho pelo clube e eles têm por mim", comemorava Dudu.

Palmeiras não teve o menor constrangimento em se defender. Hulk sofreu forte marcação
Palmeiras não teve o menor constrangimento em se defender. Hulk sofreu forte marcação Palmeiras não teve o menor constrangimento em se defender. Hulk sofreu forte marcação

O Palmeiras não ampliou por acaso sua recordista série de 14 partidas como visitante sem derrotas na Libertadores. Mostrou que, gostem ou não do estilo defensivo de Abel Ferreira, quando enfrenta uma equipe forte, fora dos domínios palmeirenses, ele sabe como travar o adversário.

Ele sabia que só faria seu time sobreviver no Mineirão se o Palmeiras defendesse com competência e tivesse muita força física para travar a volúpia mineira.

Cuca teve um desfalque importantíssimo.

Diego Costa não conseguiu se recuperar de estiramento na coxa esquerda. E ficou fora. O ataque perdeu presença de área, para brigar com a defesa palmeirense. Principalmente fazendo o trabalho de pivô, finalizando ou abrindo espaço para companheiros. Hulk sentiu muito a falta do companheiro.

Vargas tem velocidade, é artilheiro, mas não é tão decisivo quanto Diego Costa.

Abel Ferreira surpreendeu ao apostar em três zagueiros. 

Colocou Felipe Melo, Danilo e transformou Raphael Veiga em terceiro volante.

Dudu mais ajudava na articulação, com Rony mais adiantado.

Marcos Rocha e Piquerez ficavam presos, como laterais de 40 anos atrás, presos, parecendo proibidos de passar pela linha do meio de campo.

Em compensação, Cuca soltou seu time. Queria o Atlético Mineiro se impondo, acabando de vez com a semifinal. Queria os gols quando adiantou suas linhas. Fez Jair e Allan quase meias. Nacho Fernández enfiado com Zaracho, quase ao lado de Hulk e Vargas. Mariano e Guilherme Arana eram pontas e não laterais.

Só que esta disposição ofensiva encontrou o Palmeiras e sua fortíssima marcação. Não só com número de jogadores, com atletas formando um time compacto, intenso, vibrante. Mas raivoso e muito preparado fisicamente. 

Dudu comemora o gol da classificação. "Palmeiras na final da Libertadores é um sonho"
Dudu comemora o gol da classificação. "Palmeiras na final da Libertadores é um sonho" Dudu comemora o gol da classificação. "Palmeiras na final da Libertadores é um sonho"

Foi a maneira que Abel descobriu para não se submeter ao toque de bola envolvente, vibrante, do time mineiro, que tinha o apoio de sua fanática torcida.

Se no primeiro tempo houve mais estudo mútuo do que chances de gols, no segundo, tudo ficou mais escancarado. Com Cuca optando por pressionar de vez o Palmeiras na saída de bola. E com seu meio de campo adiantado, obcecado por abrir o placar, para que o adversário se abrisse.

Foi o que aconteceu, quando Jair acertou um excelente cruzamento com curva, para cabeçada violenta de Vargas, indefensável para Weverton. 

Gol do Atlético Mineiro, aos seis minutos.

Só que o plano de Cuca não deu certo. Abel Ferreira, assim que o Palmeiras sofreu o gol, fez questão de avisar seus jogadores, com um simples gesto, colocando os dedos na testa. Ele queria que o time acalmasse e mantivesse a tranquilidade.

Foi o que aconteceu. Ao contrário do que esperava Cuca, o Palmeiras seguiu não se abrindo.

Mas Vargas teve a classificação nos pés, aos dez minutos, quando tocou para Nacho Fernández e recebeu passe genial. Cara a cara com Weverton teve a coragem de chutar fora.

O Palmeiras seguia pressionado, quando Abel Ferreira trocou Roni por Gabriel Verón, aos 21 minutos. No minuto seguinte, aos 22, o jovem atacante ganhou dividida com o ótimo Nathan Silva, que fez sua pior partida pelo Atlético Mineiro, e cruzou para Dudu empatar o jogo.

Palmeiras comemora a classificação, em pleno Mineirão. O desconsolo do eliminado e invicto Atlético
Palmeiras comemora a classificação, em pleno Mineirão. O desconsolo do eliminado e invicto Atlético Palmeiras comemora a classificação, em pleno Mineirão. O desconsolo do eliminado e invicto Atlético

A partir do 1 a 1, o Atlético Mineiro perdeu seu controle emocional. Passou a forçar jogadas, levantar a bola de qualquer maneira para a área palmeirense.

Muito bem postado, o sistema defensivo de Abel Ferreira segurou a blitz.

E saiu do Mineirão classificado para a final da Libertadores.

Derrubou o favorito e invicto Atlético Mineiro.

Vitória da estratégia, da marcação, da humildade.

Da defesa sobre o ataque.

Simples assim...

Palmeiras empata em 1 a 1 em BH e se garante na final da Libertadores

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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