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Milionário Palmeiras fica marcado por não segurar treinadores

Saída de Cuca é a quinta troca de comando da 'Era Mattos/Crefisa'

Futebol|Do R7*

Há dez meses, Mattos queria segurar Cuca; agora, escolhe mandá-lo embora
Há dez meses, Mattos queria segurar Cuca; agora, escolhe mandá-lo embora Há dez meses, Mattos queria segurar Cuca; agora, escolhe mandá-lo embora

Foi no início de 2015 que o Palmeiras, aliviado por se salvar daquele que seria seu terceiro rebaixamento no Campeonato Brasileiro, tomou uma atitude para deixar para trás os anos inglórios. Alexandre Mattos, respeitado diretor bicampeão nacional pelo Cruzeiro chegou para colocar ordem na casa e devolver o clube a uma posição de destaque no cenário do futebol. Entretanto, desde então, o que se viu no Palmeiras foi um vai e vem de jogadores e treinadores — nesta sexta-feira (13), Cuca foi desligado do cargo após empate por 2 a 2 em casa contra o Bahia.

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Nenhum dos treinadores trazidos por Alexandre Mattos ao Verdão conseguiu completar dez meses no cargo. Quem chegou mais longe foi o próprio Cuca, na primeira passagem, quando ficou nove meses e 18 dias à frente do time. Considerando apenas o período de jogos - ignorando, portanto, pré-temporada -, Eduardo Baptista foi o técnico de menor duração. Ele estreou em janeiro e foi mandado embora no início de maio de 2016. Dessa vez, Cuca resistiu no clube por cinco meses e quatro dias.

Para começar o planejamento de 2015, Alexandre Mattos chegou com um elenco cheio de novas caras e com um novo comandante já em janeiro: Oswaldo de Oliveira. Além das peças que vestiriam a camisa verde dentro de campo, um novo patrocinador chegou ao Allianz Parque. A Crefisa assinou contrato com a missão de dar aporte financeiro ao dirigente conhecido pela fama de bom negociador e ajudar a fechar contratações, especialidade de Mattos.

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O plano não correu como esperado e Oswaldo, hoje no Atlético Mineiro, sofreu para dar entrosamento ao remontado elenco alviverde. Ele foi dispensado em junho, quando Marcelo Oliveira pintou no mercado.

A contratação do técnico bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro parecia ideal para reconduzir o Palmeiras ao caminho das glórias. Entretanto, a parceria de Oliveira com Mattos que deu certo em Belo Horizonte em 2013 e 2014 não rendeu os mesmos frutos no Verdão. É verdade que o treinador levou o time ao título da Copa do Brasil daquele ano, mas o futebol apresentado pela equipe não convencia os torcedores e o troféu quase não veio após duas disputas por pênaltis e muita emoção no mata-mata.

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Mesmo com as críticas da torcida, Marcelo Oliveira foi mantido no cargo para 2016. O voto de confiança não durou muito. O fraco desempenho do time na Libertadores, principal objetivo da temporada, gerou a segunda troca de comando da “Era Crefisa/Mattos”. O técnico foi mandado embora após a derrota em casa para o Nacional, do Uruguai, por 2 a 1, pela fase de grupos do torneio continental.

Para o lugar do campeão da Copa do Brasil, a escolha foi Cuca. Badalado por ter conduzido o Atlético Mineiro à conquista da Libertadores em 2013 – última taça levantada por um brasileiro na competição -, o treinador chegou como o grande nome para comandar um elenco cheio de opções. O trabalho começou com tropeços, como a derrota por goleada para o Água Santa no Paulistão, mas as peças engrenaram aos poucos e deram ao alviverde o troféu do Campeonato Brasileiro que não vinha há 22 anos.

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Em fevereiro, Crefisa e Palmeiras renovaram contrato
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Se os resultados eram incontestáveis, o futebol não convencia. Cuca foi criticado diversas vezes pela falta de um padrão de jogo convincente de sua equipe. Para 2017, ele era o desejo da diretoria, mas alegou questões pessoais e familiares para deixar o cargo. Veio, então, Eduardo Baptista.

A obsessão de torcida e patrocinadora pelos títulos da Libertadores e do Mundial pressionaram o novo treinador. Leila Pereira, presidente da Crefisa, bancou contratações de peso do futebol internacional, como Alejandro Guerra e Miguel Borja - o mais caro da história do clube - que, somados, custaram R$ 43 milhões. Ainda assim, Baptista foi demitido na sequência da derrota para o Jorge Wilstermann, pela 5ª rodada da fase de grupos do torneio continental. Seu substituto foi Cuca, que retornava ao clube após cinco meses de descanso. Com a vinda do campeão brasileiro, a Crefisa passou a ostentar a marca de mais de R$ 80 milhões investidos no elenco palmeirense.

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Nesta sexta-feira, a direção palmeirense optou por desligar o comandante, assumindo a quinta troca de treinador desde a chegada de Mattos e da patrocinadora. A Crefisa seguiu fortalecendo o elenco e atendeu ao pedido de Cuca por um atacante. Deyverson foi contratado no meio do ano por R$ 18 milhões, mas o sonho de um título na temporada foi por água abaixo com as eliminações para Cruzeiro, na Copa do Brasil, e Barcelona de Guayaquil, na Libertadores. Mesmo com os investimentos no projeto de Cuca, a diretoria optou por rescindir com o treinador antes mesmo do fim do Campeonato Brasileiro.

Assim como fez quando demitiu Oswaldo, Marcelo e Eduardo, o Palmeiras visa o nome de maior impacto no mercado na esperança de concretizar o sonho do título internacional. Se em 2015 trouxe o bicampeão brasileiro e, um ano depois, o último técnico do País a levantar uma Libertadores, desta vez o principal alvo parece ser Mano Menezes, atual campeão da Copa do Brasil com o Cruzeiro.

Alguns podem acusar o Palmeiras de priorizar troféus em detrimento da chance de estabelecer um padrão de jogo para a equipe. Outros talvez citem que a patrocinadora não ficará no clube para sempre e que o momento para acumular conquistas está passando rápido. Independentemente da opinião de cada um, a realidade é que o Palmeiras está, novamente, sem treinador e, mais preocupante, sem um caminho claro pelo qual deverá seguir. A torcida segue atenta aos próximos capítulos dessa história.

*Pedro Rubens Santos, estagiário do R7

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