Bélgica enfrenta França e o desafio de se tornar potência no futebol
Seleção tenta, diante da equipe francesa, vencer semifinal da Copa do Mundo de 2018 para atingir a definitiva independência futebolística
Copa 2018|Eugenio Goussinsky, do R7
Bélgica e França sempre tiveram uma forte ligação ao longo da história. Na maior parte das vezes, era uma relação de dominador, a França, e dominado, a Bélgica. O embrião disso já vem desde o Império Romano (57 a.c-406 d.c), passando por Carlos Magno (742-814 d.c), fim da Idade Média (814-1492) e Napoleão Bonaparte (1799-1815), entre outros.
A Bélgica sempre se viu entre França, Holanda e Alemanha. Mas, desde 1830, após insurreição que culminou com a independência belga, o país busca andar sobre seus próprios pés. E isso tem tudo a ver com futebol.
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Diante da França, portanto, nesta terça-feira (10), pela semifinal da Copa do Mundo de 2018, às 15h, em São Petesburgo, Courtois, Hazard, Lukaku, De Bruyne e cia. serão verdadeiros soldados belgas, no bom sentido, em busca de mais uma vitória sobre o rival.
Para conquistar, desta vez, a definitiva independência futebolística. Chegando à sua primeira final de Copa e, com isso, se tornando uma potência no esporte.
A questão de o atacante Hazard, revelado no Lille, ter torcido desde 1998 para a França é mais uma prova de que os belgas, cuja média de idade é de 27,5 anos, querem deixar essa influência para trás.
Inclusive o próprio Hazard, que deverá ser mantido na mesma posição (ou posições?) que jogou contra o Brasil: nas beiradas do campo, entrando como uma flecha, em diagonal, rumo ao gol.
A inversão entre Lukaku e De Bruyne, graças à entrada de Fellaini como volante, foi muito bem-sucedida no primeiro tempo daquele jogo. E deverá ser mantida diante de uma equipe versátil defensivamente como é a França. Há sempre um Kanté na cobertura. Ou um Umtiti ocupando o espaço do lateral Hernadéz, que avançou.
O importante, para o surpreendente técnico espanhol Roberto Martínez, da Bélgica, é corrigir os erros apresentados pelo time no segundo tempo do jogo contra o Brasil.
Foi uma etapa em que os belgas, por mais que tivessem o resultado favorável, deram espaços e correram sério risco de levar o empate. O melhor marcador da equipe, o ala-direito Thomas Meurnier, está fora, por ter levado seu segundo cartão amarelo.
Nos dois confrontos entre as seleções em Copas do Mundo, os franceses foram vitoriosos. Na Copa de 1938, venceram por 3 a 1. E na decisão pelo terceiro lugar, em 1986, fizeram 4 a 2 no time do goleiro Pfaff, do lateral Gerets, do volante Van der Elst e dos meias Scifo e Ceulemans, que compuseram a melhor geração belga até agora.
No banco, Martínez tem como auxiliar o francês Thierry Henry, campeão em 1998. Ele tem ajudado a dar dicas ao treinador, inexperiente em Copas do Mundo. Mas, se nenhuma modificação der certo, Martinez tem a história ao seu lado. A derrota derradeira do francês Napoleão foi em Waterlooo, que fica justamente...na Bélgica.
Equipes prováveis
França x Bélgica
Data e local: terça-feira (10), às 15h, no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo
Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai)
Assistentes: Nicolas Taran (Uruguai) e Mauricio Espinosa (Uruguai)
França: Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Lucas Hernández; Kanté, Mtuidi e Pogba; Mbappé, Griezmann e Giroud. Técnico: Didier Deschamps.
Bélgica: Courtois; Alderweireld, Kompany e Vertonghen; Chadli, Witsel, Fellaini, De Bruyne e Carrasco; Hazard e Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.