O genial Arrascaeta acabou com a valentia do Corinthians. Flamengo na semifinal da Libertadores
Vítor Pereira colocou seu time para encarar o Flamengo de Dorival Júnior, no Maracanã lotado. Equilibrou o jogo. Mas um passe espetacular de Arrascaeta para Pedro acabou com a semifinal da Libertadores
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O sonho durou até os 6 minutos do segundo tempo.
Foi quando Arrascaeta entrou às costas de Fagner e deu um passe magistral, de "três dedos", com efeito, com a bola saindo da direção de Cássio.
Pedro, de carrinho, empurrou a bola para as redes.
Depois do gol, Bruno Méndez foi expulso, acabando com qualquer possibilidade de reação.
Se não fosse Cássio, haveria uma goleada.
Muito egoísta, querendo igualar Luizão como brasileiro com maior número de gols na Libertadores, Gabigol desperdiçou várias chances. Inclusive com seus companheiros livres.
Somado à vitória por 2 a 0, na semana passada, em Itaquera, 3 a 0.
O time carioca, de excelente trabalho de Dorival Junior, classificado para a semifinal da Libertadores.
Com toda justiça.
Terá como adversário Talleres ou Vélez.
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O valente Corinthians, de Vítor Pereira, caiu eliminado.
E como primeira consequência poderá perder Willian, que tem o interesse de Fulham, da Inglaterra, e do Fenerbahçe.
"Foi a diferença de uma equipe madura, que sabe definir os jogos. Em uma bola o Pedro acabou definindo o jogo. Vale como experiência (porque o Corinthians) é uma equipe que está sendo montada, ainda não tem uma cara. E contra uma equipe que vem fazendo finais e finais", definiu de forma corajosa e verdadeira, Fábio Santos, assumindo a superioridade do rival Flamengo.
O time paulista terá um caminho difícil: o Palmeiras, sábado, em Itaquera, pelo Brasileiro. E, na próxima quarta-feira, decidirá sua vida na Copa do Brasil, também no seu estádio. Diante do embalado Atlético Goianiense, que venceu o primeiro jogo por 2 a 0. E que hoje eliminou o Nacional do Uruguai, nas quartas da Copa Sul-Americana, mesmo reforçado de Suárez.
O jogo foi muito equilibrado, com o Corinthians jogando bem melhor do que em Itaquera. Com coragem e vibração, durante todo o primeiro tempo. Mas logo após o gol rubro-negro, a Libertadores da América de 2022 acabou.
Enquanto Dorival Júnior colocou seu time que já vem sendo até decorado pelos flamenguistas, Vìtor Pereira tratou de surpreender. Deixou Renato Augusto de fora. Escalou três volantes: Du Queiroz, Roni e Fausto Vera. Para que Adson, Yuri Alberto e Willian pudessem atacar, sem tanta preocupação na recomposição.
Fagner também teve liberdade para apoiar.
O Flamengo entrou ao seu estilo, principalmente no Maracanã, de forma intensa, marcando pressão, querendo a vitória desde os primeiros minutos.
E quase fez seus torcedores que lotaram o estádio irem ao delírio, com uma belíssima bicicleta de Pedro, que foi para fora, por muito pouco.
O Corinthians deu a resposta, em uma arrancada de Adson pela direita, obrigando Santos à uma difícil defesa.
Dorival Junior não esperava o Corinthians tão ousado. Ainda mais que, em Itaquera, tinha se travado atrás, paralisado diante do ótimo toque de bola flamenguista.
Precisando vencer por dois gols de diferença para provocar a decisão por pênaltis, Vítor Pereira comprou a briga. E privilegiou a intensidade, o preenchimento de espaço, para não permitir que o Flamengo ditasse o ritmo de jogo.
Por trás dessa estratégia, no entanto, havia uma falha importante. Arrascaeta se colocava à frente da linha dos três volantes, nas costas de Fagner. Ele teve muito espaço para jogar. E não se dá a mínima liberdade para o genial meia uruguaio.
O Flamengo terminou o primeiro tempo com 59% de posse de bola. Mas o Corinthians foi mais agudo. Conseguiu seis arremates contra três do Flamengo.
Gabigol foi um capítulo à parte. Sabendo que poderia se igualar a Luizão como o brasileiro que mais marcou gols na Libertadores, o atacante forçava arremates mesmo marcado pelos zagueiros corintianos, com companheiros livres dentro da grande área paulista. Dorival Junior foi muito passivo em relação ao egoísmo de Gabigol, durante todo o jogo.
O segundo tempo começou com o Corinthians com Renato Augusto no lugar do argentino Fausto Vera. A equipe paulista ganhava em qualidade nos passes, no toque de bola.
Iria partir para tentar a consagradora vitória.
Mas a falha grave do primeiro tempo não foi corrigida.
Arrascaeta seguia se movimentando com muita inteligência, pelo espaço mal protegido, nas costas de Fagner. Roni não percebia o deslocamento do uruguaio.
E, aos 6 minutos, Arrascaeta invadiu pelo lado esquerdo, sendo perseguido pelo desesperado volante corintiano. O meia flamenguista deu um passe fabuloso, com muito efeito, fazendo com que Cássio, mesmo esticado, não chegasse nem perto da bola. Pedro, de carrinho, marcou.
O Corinthians desabou psicologicamente.
Os jogadores sabiam que a Libertadores havia acabado.
Vítor Pereira ordenou que o time fosse para o ataque, tentando um milagre. E o Corinthians acabou exposto a contragolpes fulminantes do Flamengo.
Por falta de calma, na definição do último passe, o time carioca não ampliou. A "pá de cal" para a equipe paulista foi quando, aos 21 minutos, Pedro foi lançado. Bruno Méndez cortou a bola com a mão, fora da área. E foi corretamente expulso.
O Corinthians, com um jogador a menos, não conseguiu levar o menor perigo ao Flamengo.
Com liberdade, os comandados de Dorival Júnior trocavam passes e conseguiam arrematar ao gol de Cássio. O excelente goleiro evitou um vexame.
No final, a vitória do melhor time.
O Flamengo, arrumado por Dorival Junior, chega com favoritismo à semifinal. Seja Vélez ou Talleres. E ainda tem enorme chance de contar com Oscar como reforço.
Ao Corinthians só resta juntar forças.
Para seguir lutando pela Copa do Brasil e Brasileiro.
No fundo, Vítor Pereira sabe que foi longe demais, lutando para formar um time confiável.
Não está fácil...
Classificado! Veja as fotos da vitória do Flamengo no Maracanã
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