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Cardiologista diz que Eriksen teve "morte súbita abortada"

Segundo o médico, agora Eriksen faz parte de um grupo de menos de 10% das pessoas que sofrem um infarto fulminante e sobrevive

Futebol|Do R7

Eriken sofreu um infarto fulminante em jogo válido pela Euro 2020 neste sábado (12), mas sobreviveu
Eriken sofreu um infarto fulminante em jogo válido pela Euro 2020 neste sábado (12), mas sobreviveu

Não seria exagero dizer que Eriksen, jogador de 29 anos, da Dinamarca e da Inter de Milão, morreu em campo na tarde deste sábado (12), defendendo seu país em um jogo da Eurocopa. Porém, graças aos médicos que prestaram um rápido atendimento ao jogador, a morte foi 'abortada'. É o que diz o cardiologista e eletrofisiologista Jose Alencar, autor do livro Manual de Medicina Baseada em Evidências.

- O jogador dinamarquês Christian Eriksen não teve uma convulsão. O que ocorreu foi uma morte súbita. E, devido ao rápido atendimento, essa morte súbita foi "abortada". Morte súbita é aquela inesperada, que ocorre até 1 hora após o início dos sintomas (no caso de Eriksen, foi instantâneo). 13% das pessoas morrem subitamente. 50% das pessoas que morrem do coração morrem subitamente. No esporte, ocorre 0,5-2,1 morte súbita por 100 mil pessoas/ano - começou explicando, em postagem feita no Twitter.

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- Quanto mais rápido uma pessoa em morte súbita por ritmo chocável recebe a desfibrilação, melhores as suas chances. A cada minuto sem desfibrilação, a chance de sobreviver cai 10%! É a maior emergência de toda a Medicina - afirmou.

Eriksen segue repousando e sendo monitorado em um hospital após assustar milhões de pessoas que acompanhavam a partida em todo o mundo. O jogador, segundo o cardiologista, agora faz parte de um grupo seleto de menos de 10% das pessoas que sofrem morte súbita, também conhecido como 'infarto fulminante', e sobrevivem.


- Atualmente, a taxa de sobrevivência de um episódio de morte súbita é de 7,6% em países desenvolvidos. Em locais onde há DEA e há treinamento em massa da população para oferecer suporte básico de vida (compressões de qualidade e manuseio correto do DEA), a chance é maior - disse.

- A principal causa de morte súbita é o temido infarto (o que chamam de "infarto fulminante"). Antes dos 35 anos, contudo, essa causa ainda é frequente, mas começa a perder espaço para outras doenças cardíacas: cardiomiopatia hipertrófica, displasia do VD, entre outras - concluiu.


José Alencar explicou ainda que em casos como o de Eriksen é comum a implantação de um aparalho conhecido como CDI, que tem função semelhante ao popular marcapasso, mas que não precisa ser trocado com tanta frequência, pois age por demanda.

- CDI é um cardiodesfibrilador móvel que implantamos no paciente. O aparelho detecta arritmias e entrega um choque sempre que necessário. A causa que levou à arritmia também deve ser diagnosticada e tratada (infarto deve receber stent, por exemplo). Se for descoberta uma cardiomiopatia ou canalopatia (doença dos canais iônicos do coração) genética, os familiares devem ser rastreados - analisou.


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