Veja como o Santos chegou à última rodada do Brasileiro com risco de cair para a Série B

Peixe fez uma temporada para o torcedor esquecer e pode ser rebaixado no Brasileirão caso perca em casa para o Fortaleza

05/12/2023 - 02h02 (Atualizado em 29/03/2024 - 10h17)

No primeiro ano após a morte de Pelé, o Santos faz uma temporada que envergonha o legado do Rei. Pela terceira vez consecutiva, o time brigou para não cair no Paulistão e não se classificou para as finais do torneio. Além de ter sido eliminado precocemente na Copa do Brasil e na Sul-Americana. No Campeonato Brasileiro, também pelo terceiro ano seguido, o Peixe luta contra uma inédita queda para a Série B.

Entre poucos acertos e inúmeros erros, a expectativa era que a terceira temporada sob o comando do presidente Andrés Rueda fosse diferente, com um time que, pelo menos, brigasse por algo maior do que contra a queda. Não foi o que aconteceu.

• Clique aqui e receba as notícias do R7 Esportes no seu WhatsApp

• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp

‌

• Compartilhe esta notícia pelo Telegram

• Assine a newsletter R7 em Ponto

‌

Mas o que o Santos fez de tão errado para chegar à última rodada precisando vencer o Fortaleza para escapar da Série B?

Montagem de elenco desequilibrada

‌

No fim de 2022, o diagnóstico sobre o elenco santista era de um time desequilibrado em quase todos os setores. Com 2023 também perto do fim, o diagnóstico continua igual, mesmo com 20 reforços contratados no ano.

Um exemplo são as laterais, em que quatro atletas da posição chegaram à Vila Belmiro, mas o Santos teve, na derrota por 3 a 0 contra o Athletico-PR, os atacantes Lucas Braga e Stiven Mendoza improvisados nas funções.

Ao todo, chegaram Vladimir (goleiro), Júnior Caiçara (lateral-direito), João Lucas (lateral-direito), Gabriel Inocêncio (lateral-direito), João Basso (zagueiro), Joaquim (zagueiro), Messias (zagueiro), Dodô (lateral-esquerdo), Alison (volante), Tomás Rincón (volante), Luan Dias (meia), Nonato (meia), Dodi (meia), Jean Lucas (meia), Lucas Lima (meia), Daniel Ruiz (meia), Mendoza (atacante), Bruno Mezenga (atacante), Julio Furch (atacante) e Maximiliano Silvera (atacante).

Troca de treinadores

Pesaram também no trágico ano santista as constantes mudanças no banco de reservas. Comandaram o time Odair Hellmann, Paulo Turra, Diego Aguirre e, por fim, o auxiliar Marcelo Fernandes, efetivado até o fim de 2023. Por mais que os profissionais tenham características parecidas, as trocas não refletiram bem nos jogadores.

Isso porque não é só o técnico que muda, são as comissões, os treinos, a dieta e as demais atividades que envolvem o dia a dia do clube. Além disso, a relação com os atletas muda de profissional para profissional.

Enquanto Turra "chacoalhou o vestiário", afastando Soteldo e impondo mais rigidez nos bastidores, Marcelo Fernandes chegou como o "paizão", abraçando os jogadores.

Gestão decepcionante

Não é possível falar sobre a crise do Santos sem mencionar o presidente Andrés Rueda. O mandatário foi eleito com promessas de cortes de gastos, o que até foi visto em 2021 e 2022, mas completamente descartado em 2023, especialmente com o risco cada vez maior de rebaixamento e a necessidade de qualificar um elenco frágil.

Além disso, a gestão Rueda foi a responsável pelas constantes trocas de treinador e pela montagem defeituosa do time. Um exemplo foi Paulo Turra, que recebeu total autonomia para contratar jogadores no meio do ano e foi demitido logo após o fechamento da janela.

O jogo da vida

Apesar de todos os erros cometidos ao longo do ano, o Santos chega à última rodada do Campeonato Brasileiro dependendo apenas de si. Basta uma vitória diante do Fortaleza, na Vila Belmiro, nesta quarta-feira (6), às 21h30 (de Brasília), para que o Peixe escape do rebaixamento.

Em caso de derrota ou empate, o Santos tem que torcer por derrotas de Vasco e Bahia, que enfrentam RB Bragantino e Atlético-MG, respectivamente. Isso porque os três times têm o mesmo número de vitórias, mas o Peixe tem o pior saldo de gols disparadamente, com -25 gols.

Não é só o Botafogo! Veja outros times que perderam edições do Brasileirão que estavam 'ganhas'

O Botafogo vive um dos maiores dramas da história recente do Brasileirão. Após fazer 47 pontos no primeiro turno, e chegar a abrir vantagem de 13 pontos para o segundo colocado, o Glorioso entrou numa espiral de tropeços e está deixando escapar o título do campeonato — ocupa a segunda colocação, com 63 pontos, atrás do Palmeiras. Na história dos pontos corridos, outros clubes também viveram situações parecidas e deixaram o título escorregar

• Clique aqui e receba as notícias do R7 Esportes no seu WhatsApp

Com o tropeço do Botafogo, o Palmeiras é o grande favorito a levar o título, e, de quebra, garantir o bicampeonato. O Alviverde tem 66 pontos e pode ser campeão já neste domingo (4). Atlético-MG e Flamengo, ambos com 63 pontos, ainda sonham com a conquista. Relembre abaixo outros dramas vividos em edições passadas do Brasileiro:

Grêmio (2008)
O Imortal liderou a maioria do campeonato, e em dado momento do segundo turno chegou a ter 11 pontos de vantagem para o São Paulo. Na 33ª rodada, o clube gaúcho tropeçou em casa e empatou com o Figueirense, enquanto o Tricolor venceu o Internacional, por 3 a 0, assumiu a liderança e não deixou mais o topo

Comandado por Muricy Ramalho, o São Paulo chegou ao tricampeonato em sequência. O clube fez 75 pontos contra 72 pontos do Grêmio, que amargou a vice-colocação

Palmeiras (2009)
Quem vê o ainda jovem Diego Souza sorrindo talvez não se lembre desta edição do Brasileirão, em que o Verdão tropeçou próximo à linha de chegada e deixou escorregar um título praticamente "ganho". Apesar de ter liderado grande parte do torneio, o clube somou apenas cinco pontos nas últimas seis rodadas e terminou na quinta colocação, fora da Libertadores

Em uma das reviravoltas mais épicas do Brasileirão, o Flamengo, que chegou a lutar contra o rebaixamento em 2009, se recuperou no segundo turno, não tropeçou e foi campeão de maneira heroica. O Rubro-Negro assumiu a liderança na 37ª rodada e venceu o Grêmio de virada na última partida para soltar o grito de "É campeão"

São Paulo (2020)
O Tricolor Paulista ainda vivia uma longa seca de títulos, e na edição de 2020 teve uma das chances mais palpáveis de encerrar o jejum. Comandado por Fernando Diniz, o clube liderou a disputa por 14 rodadas, mas viu o elenco "rachar", perdeu confrontos diretos e amargou a quarta colocação

Internacional (2020)
No mesmo ano, o Colorado teve em suas mãos a chance de encerrar o jejum de 41 anos sem comemorar o título do Brasileirão. Assim como o São Paulo, liderou por 14 rodadas, sob a batuta de Abel Braga. Na última rodada, precisava de uma vitória simples para garantir o título, já que o Flamengo, rival direto, perdeu a sua partida, mas o destino foi cruel. A equipe apenas empatou com o Corinthians, que contou com uma atuação de gala de Cássio, que fechou o gol e sentenciou a perda da taça colorada

O Mengão terminou o campeonato com 71 pontos, contra 70 do Internacional e 66 do São Paulo. Este foi o oitavo título brasileiro da equipe carioca

O Botafogo vive um dos maiores dramas da história recente do Brasileirão. Após fazer 47 pontos no primeiro turno, e chegar a abrir vantagem de 13 pontos para o segundo colocado, o Glorioso entrou numa espiral de tropeços e está deixando escapar o título do campeonato — ocupa a segunda colocação, com 63 pontos, atrás do Palmeiras. Na história dos pontos corridos, outros clubes também viveram situações parecidas e deixaram o título escorregar • Clique aqui e receba as notícias do R7 Esportes no seu WhatsApp