Chefe do Comitê Olímpico dos EUA renuncia ao cargo após escândalo da ginástica
Futebol|Do R7
O chefe do Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC, na sigla em inglês), Scott Blackmun, renunciou ao cargo nesta quarta-feira sob justificativa que precisa cuidar da saúde. O dirigente de 60 revelou ter câncer na próstata e por esse motivo também não foi aos Jogos de Inverno em Pyeongchang.
A saída acontece após Blackmun ter sido alvo de críticas nos últimos meses pela maneira que conduziu o escândalo de abusos sexuais envolvendo o ex-médico da equipe norte-americana de ginástica Larry Nassar. O cargo, que ele ocupou por oito anos, será ocupado interinamente por Susanne Lyons, que é membro do conselho da USOC.
O ápice das críticas ao dirigente aconteceu após uma reportagem do Wall Street Jornal, que revelou que a USOC soube das acusações sobre Nassar em 2015, mas nada fez para intervir. Por conta disso, diversos senadores dos Estados Unidos passaram a cobrar publicamente a renúncia de Blackmun.
O presidente da USOC, Larry Probst, emitiu comunicado nesta quarta-feira e disse que Blackmun é uma pessoa distinta e não há motivo para ninguém do conselho desconfiar dele. "Mas devido a situação de saúde dele, nós mutuamente entendemos que era melhor que deixasse o cargo para que fosse nomeado outra pessoa em seu lugar."
O Comitê Olímpico dos Estados Unidos está conduzindo uma revisão do caso de abuso de maneira independente e informou que está preparando uma série de novas iniciativas. A principal delas é criar um fundo destinado às vítimas de Nassar.
John Manly, advogado que representa os atletas que foram vítimas do médico, acredita que os membros da USOC é que forçaram o dirigente a renunciar. Ele também aproveitou para criticar a entidade. "A USOC sempre concentrou seus esforços em arrecadar dinheiro e ganhar medalhas, enquanto a segurança dos atletas se tornou secundária."
Nassar se declarou culpado por ter abusado de atletas mulheres sob disfarce de tratamento médico. Autoridades acreditam que ele tenha abusado de mais de 260 mulheres. Quase 200 delas testemunharam durante audiência de sentença, no início deste ano. Nassar foi condenado a prisão perpétua.
Por conta desse escândalo, toda a diretoria da Ginástica dos Estados Unidos renunciou, além do presidente e do diretor da Universidade de Michigan, onde Nassar trabalhava. Blakmun é mais uma que deixa o cargo após o escândalo.