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Que Brasil é esse que disputa o torneio Pré-Olímpico Sub-23?

Uma análise do elenco e dos problemas que André Jardine enfrenta na busca da vaga que pode levar o País à tentativa do bi nos Jogos de Tóquio/2020

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Gabriel Jesus, Neymar e Gabigol, com o ouro do Rio/2016
Gabriel Jesus, Neymar e Gabigol, com o ouro do Rio/2016 Gabriel Jesus, Neymar e Gabigol, com o ouro do Rio/2016

Como diria algum cronista esportivo de antigamente, na sua estréia diante do Peru, domingo, 9 de Janeiro, pelo certame Pré-Olímpico de Futebol da América do Sul, a seleção Sub-23 do Brasil venceu – mas não convenceu. Predominou com fartura de predicados na etapa inicial da estréia na competição. Anotou um tento solitário logo no comecinho da peleja, e daí desperdiçou meia-dúzia de oportunidades deliciosas. No tempo derradeiro, então, no ramerrão, só por um triz não cedeu à tragédia e ao empate punitivo de 1 X 1.

Os grupos do Pré-Olímpico da Colômbia
Os grupos do Pré-Olímpico da Colômbia Os grupos do Pré-Olímpico da Colômbia

Agora na sua 13ª edição, este torneio continental oferece duas vagas nos Jogos de Tóquio/2020, programados para o período de 24 de Julho até 9 de Agosto. Com dez países no seu regaço, a Conmebol os dividiu em duas turmas. O Brasil integra o Grupo B com o Peru e mais o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela. A hospedeira Colômbia integra o A com a Argentina, a Bolívia, o Chile e o Equador. Nesta quarta-feira, dia 22, o Brasil batalha pela liderança com o Uruguai, que superou o Paraguai, também por 1 X 0. No seu outro combate se digladiam o Paraguai e a Bolívia. Obterão a classificarão os dois melhores de A e B, os quais, do dia 3 até o dia 9 de Fevereiro, participarão de um quadrangular, todos contra todos. Irão a Tóquio só o campeão e o vice. 

O elenco dos Jogos do Rio/2016
O elenco dos Jogos do Rio/2016 O elenco dos Jogos do Rio/2016

O Brasil é o atual detentor do ouro dos Jogos. Na final do evento do Rio, em 2016, sobrepujou a Alemanha, 5 X 4 nos penais, depois de 1 X 1 nos 90’ regulamentares e nos 30 da prorrogação. Havia inaugurado a sua participação numa Olimpíada em Helsinque/1952. Apenas ficou fora dos Jogos em Moscou/1980, em Barcelona/1992, e em Atenas/2004. Então, de forma patética, mesmo com uma geração primorosa, em que fulguravam Diego, Maicon e Robinho, acabou eliminado pelo Paraguai e ainda viu, pela TV, a rivalíssima Argentina abocanhar o ouro. Além do seu laurel no Rio, o Brasil já arrebatou três medalhas de prata (em Los Angeles/1984, em Seul/1998 e Londres/2012), e mais duas de bronze (Atlanta/1996 e Pequim/2008).

André Jardine
André Jardine André Jardine

Um gaúcho de Porto Alegre, nascido em 8 de Setembro de 1979, André Soares Jardine, o treinador da seleção de agora, bateu bola nas categorias de base do Grêmio, foi até parceiro de Ronaldinho Assis, bronze em 2008, mas não se profissionalizou. Assumiu as pranchetas em 2003, no Sub-10 do Internacional e lá permaneceu por dez anos até se transferir ao Sub-17 do “Mosqueteiro do Sul”. Em 2015 se mudou para o São Paulo, sempre com os elencos dos menores, até se efetivar na posição de Diego Aguirre, em 25 de Novembro de 2018. Ficou praticamente nada no cargo. Caiu em 14 de Fevereiro de 2019, o “Tricolor” logo eliminado nos prolegômenos da Copa Libertadores.

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O arqueiro Ivan, da Ponte Preta
O arqueiro Ivan, da Ponte Preta O arqueiro Ivan, da Ponte Preta

Principiou a acumular sucessos em 3 de Abril, quando a CBF o convidou a dirigir a seleção Sub-20. E depressa, entre 1º e 15 de Junho, conduziu a sua garotada ao nono título em nove decisões no celebrado Torneio de Toulon, na França. Antes de 2019, o Brasil já havia arrebatado o troféu em 1980, 1981, 1983, 1995, 1996, 2002, 2013 e em 2014. Em 40 edições do campeonato de Toulon, só a anfitriã somou mais galardões: doze. Na final de 2019 os rapazes de Jardine empacaram diante do Japão, 1 X 1, e então, no bingo dos penais, realizaram 5 X 4. O arqueiro Ivan (Ponte Preta), que evoluiu até se tornar o titular da atual Sub-23 na Colômbia, agarrou a cobrança crucial.

O meia-atacante Pedrinho, do Corinthians
O meia-atacante Pedrinho, do Corinthians O meia-atacante Pedrinho, do Corinthians

Além de Ivan, também advêm da Sub-20 outros cinco titulares de Jardine no Pré-Olímpico: os meio-campistas Matheus Henrique (Grêmio) e Pedrinho (Corinthians), os atacantes Antony (São Paulo), Matheus Cunha (Leipzig/Ale) e Paulinho (Bayer Leverkusen/Ale). Aliás, Paulinho e Matheus Cunha são apenas dois dos dezessete que estão no Exterior e que o treinador, originalmente, imaginou para a sua seleção. O fato de a FIFA não oficializar o Pré-Olímpico fez com que agremiações da Europa sumariamente vetassem as presenças de oito deles, a quem Jardine chegou a listar e inclusive comunicar à Mídia.

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O atacante Rodrygo, hoje no Real Madrid
O atacante Rodrygo, hoje no Real Madrid O atacante Rodrygo, hoje no Real Madrid

Forçado, ele abdicou dos laterais Emerson (Betis/Esp) e Ayrton Lucas (Spartak Moscou/Rus). Dos zagueiros Gabriel (Lille/Fra) e Ibañez (Atalanta/Ita). Dos volantes Douglas Augusto (Paok/Gre), Wendel (Sporting/Por) e Douglas Luiz (Aston Villa/Ing). E do atacante Gabriel Martinelli (Arsenal/Ing). Para não se constranger com uma recusa, Jardine sequer convocou o lateral Renan Lodi (Atlético de Madrid/Esp) e os avantes Vinicius Junior e Rodrygo, ambos do Real Madrid/Esp. Precisou se consolar com os laterais Iago (Augsburg/Ale) e Dodô (Shakhtar/Ucr), o volante Maycon (Shakhtar/Ucr) e o meia Bruno Tábata (Portimonense/Por). Pena. Seria uma seleção poderosa, capaz de vencer – e, sem dúvida, de convencer e de agradar a qualquer cronista mal-humorado.

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