Não houve uma disputa, sequer ocorreu uma exibição. Aconteceu apenas um exercício unilateral, um simulacro de perseguição durante uma caçada, até que, ao invés do abatimento da presa, sucedesse o gol. Fraquíssimo o time da Bolívia, muito elegante, bonito, o time do Brasil, que resgatou o fardamento do Maracanazo de 1950, calções azuis e camisas brancas. Faltaram, todavia, mais agilidade na armação e o indispensável entrosamento ofensivo.
ALISSON BECKER (7,0)
O craque do Liverpool na decisão da Champions League mal percebeu que a pelota era alva com detalhes escuros. Bem, mal percebeu até uma defesa preciosa aos 87’, quando evitou o que seria o gol-de-honra da Bolívia.
DANIEL ALVES (6,0)
Deveria funcionar como um salvo-conduto a escalação de dois volantes, Casemiro e Fernandinho, na proteção da bequeira. Ousou pouquíssimo nas descidas ao ataque. E, quando avançou, se limitou aos cruzamentos insípidos.
MARQUINHOS (6,5)
Basicamente sem trabalho.
THIAGO SILVA (7.0)
Recuperou a postura que, antes do seu patético fracasso na Copa de 2014, lhe garantiu a braçadeira de capitão, agora entregue a Daniel Alves. Altaneiro, impositivo, Thiago jogou de cabeça erguida.
FILIPE LUÍS (5,5)
Essencialmente um desaparecido. Saudades de Marcelo. Chamou mais atenção pelo birotinho do seu penteado.
CASEMIRO (5,5)
Mesmo com a escolta de Fernandinho, permaneceu preso em demasia à sua metade do gramado. Desnecessário. Mas não por culpa sua.
FERNANDINHO (6,0)
Com certeza apenas iniciou a pugna como titular porque Tite optou por poupar Arthur, que ficou dias no estaleiro, contusão sofrida no amistoso dos 7 X 0 sobre a frágil equipe de Honduras. Desnecessário.
PHILLIPE COUTINHO (8,0)
Cobra escanteios, bate infrações, trança e re-trança diante da meia-lua, mas ainda carece da centelha que distingue os já ótimos dos extraordinários. Acabou por inaugurar o resultado aos 49’, num penal justificado pelo VAR. E duplicou o seu tesouro aos 52, numa investida de Firmino pela direita e uma corrida em busca da testada fulminante, direta, fatal.
RICHARLISON (8,5)
Personalidade. Não se atemorizou com a súbita condição de principal definidor em um ataque sem Neymar. E foi o indutor do toque de braço que levou ao penal do 1 X 0. Um quase desconhecido até Agosto de 2018, se tornou o insubstituível desta seleção, ao menos por enquanto.
WILLIAN (S/N)
Entrou, no lugar de Richarlison, aos 83'. Nada.
DAVID NERES (7,5)
Igualmente, personalidade. No entanto, ainda, meramente em lampejos intermitentes. Tem talento. O tempo, mais a certeza de que não precisará se preocupar, afortunadamente, com a sombra de Neymar, cuidarão de propiciar o seu inexorável aprimoramento. Belíssima promessa.
ÉVERTON (8,0)
Entrou tarde o Cebolinha do Grêmio, só aos 81’. De todo modo, aos 84’, num lance individual, espetacular, provou ser indispensável, hoje, como parceiro de Richarlison. Em menos de 15', foi quase o melhor do prélio.
ROBERTO FIRMINO (7,0)
Muita movimentação. Contudo, decepcionou porque não finalizou uma única vez à meta da rival. Ao menos construiu o lance que redundou nos 2 X 0.
GABRIEL JESUS (S/N)
Entrou, no lugar de Firmino, aos 64’. Nada, nadica.
ADENOR BACCHI, o TITE (6,5)
Apostou bem ao preservar Arthur diante de uma rival tão incipiente. Apostou pessimamente, porém, ao desafiar a pobre Bolívia com dois mastins de meio-campo. Poderia ter utilizado Lucas Paquetá na posição. Como, em vez de Willian, para o posto de Neymar, deveria ter convocado o palmeirense Dudu. Uma partida, ahn, feijão-com-arroz. Quando poderia ter colocado alguma pimenta no cotejo, ao trocar Neres por Éverton, imediatamente neutralizou o seu tempero no equívoco de trocar Richarlison por Willian.
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