Dos chamados clubes grandes do Estado, o Palmeiras e o Santos inauguraram positivamente as suas séries de jogos nas quartas-de-final do “Paulistão” de 2019. No sábado, no Pacaembu, o seu estádio por causa da reforma da Vila Belmiro, o “Peixe” despachou o Red Bull Brasil por 2 X 0. E, em viagem a Novo Horizonte, o “Verdão” arrancou um bom empate ao “Tigre do Vale” local, 1 X 1. Como, porém, se portariam neste domingo, dia 25 de Março, os outros dois da estirpe de privilegiados, o São Paulo, sem um título desde 2006, e o "Timão", bi em 2017/18? Brilhou o “Tricolor”. No sufoco sobreviveu Corinthians.
Em seu Morumbi, diante de mirradas 18.573 pessoas, o São Paulo, segundo no Grupo D da fase de chaves, 15 pontos, enfrentou o líder Ituano, que havia obtido 17, e venceu por 2 X 1. Impressionante: o “Tricolor” não batia o “Galo” desde 2013. Ampliou, porém, a sua vantagem robusta nas estatísticas, 12 triunfos e apenas 4 fracassos em 21 jogos. O treinador, Vagner Mancini, embora um interino à espera da recuperação de Alexi Cuca Stival, o titular do cargo, soube como utilizar o peso da torcida e da História. Desde o apito inicial de José Cláudio Rocha Filho, o mediador, assumiu o domínio das ações.
Aos 32’, conseqüência de um desenho belíssimo, surgiu o lance do 1 X 0. No flanco esquerdo, junto à entrada da grande área do Ituano, Reinaldo se desvencilhou de dois marcadores e, de trivela, remeteu a pelota até o vôo do estreante Igor Gomes, que aparou de chapa, de destra, em pleno ar. Instigante o “Tricolor”, apático o “Galo”, complicação que caberia a Vinícius Bergantin, seu treinador de 38 de idade, resolver durante o intervalo.
De fato, mesmo sem alterações, o Ituano voltou aceso à etapa derradeira e começou a exigir mais atenção do controvertido arqueiro Tiago Volpi. Fogo de palha, no entanto. Além de aceso, efetivamente inflamado, o time de Mancini dobrou o placar aos 60’. Numa saída errada do “Galo”, Antony surrupiou a pelota de Ricardo Silva e enfiou em diagonal até Everton Felipe, que desferiu um petardo. O arqueiro Pegorari rebateu e Igor Gomes, ele, sim, de novo o garoto que completou 20 anos em 17 de Março, esperto, saboreou 2 X 0.
Até então, o São Paulo realizava a sua performance mais elogiável da temporada. Aos 82’, contudo, numa terrível falha da sua bequeira e, principalmente, de Tiago Volpi, o avante Morato, um ex, apenas 1m70 de altura, diminuiu de cabeça enquanto o arqueiro decolava, pateticamente. Tarde demais para buscar a igualdade. E, apesar dos seis minutos de acréscimos, o “Galo” amargou a derrota. Na pugna de retorno, quarta-feira, dia 27, para seguir à fase das semis, precisará de um triunfo com uma diferença de dois tentos. Difícil. Ao “Tricolor” bastará um empate.
Em visita à Arena da Fonte Luminosa de Araraquara, o Corinthians, 21 pontos, dividiu uma platéia de 12.998 presentes com a hospedeira Ferroviária, 16, e já quase nos acréscimos do combate, no sufoco se safou, um empate por 1 X 1. Trata-se do mais antigo dentre os duelos das quartas. No seu primeiro desafio, cotejo pelo Estadual, em 23 de Setembro de 1956, no Pacaembu, o “Mosqueteiro” esculhambou a “Locomotiva” por 6 X 2. Com o placar deste domingo, em 81 cotejos, o Corinthians manteve a sua vantagem de 47 vitórias a somente 15, nos tentos praticamente o dobro, 150 contra 76.
O gaúcho Vinícius Munhoz, 39 de idade, o treinador da Ferroviária, evidentemente sonhava com o triunfo e com a sua promoção às semis. Originalmente um professor de Educação Física, ele ostenta no currículo, como a sua missão mais significativa, a direção da seleção feminina da China nos Jogos Olímpicos de Pequim/2008. E, diante do já experiente Fábio Carille, que conseguiu a magia de somar o título do Estadual ao título do Brasileiro logo na sua estréia, em 2017, não lhe restou alternativa além de se armar na precaução, à espera de um ataque fortuito. Aos 11’ se desesperou quando o tiro de Léo Artur, da linha da área do “Timão”, raspou um poste de Cássio.
Acontece que, do outro lado, o Corinthians trançava em demasia, sem arrematar, ou a bater de tornozelo na bola. Natural que o primeiro tempo terminasse em 0 X 0. No segundo, o “Mosqueteiro” insistiu, sofridamente, no seu tique-taque inútil. Até que, aos 55’, num rompante pelo flanco direito, Diogo Mateus perpetrou um foguete de 25 metros que o arqueiro Walter, no lugar de Cássio, trocado por lesão, não teve como conter. Imediatamente, Carille colocou Jadson no lugar de Ralf e o Gustagol na posição de Perdinho. Resolveu muito pouco. Ou quase nada, até os 88’, quando um cruzamento de Clayson encontrou o artilheiro do “Timão” à frente do arqueiro Tadeu, o nono gol de Gustavo na temporada. Um simples sucesso, quarta-feira, na sua Arena ainda-sem-nome de Itaquera, conduzirá o Corinthians às semis.
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