Foi o confronto do time de maior torcida dentro de sua casa, o Flamengo, a média primorosa de 60.444 espectadores na competição, contra o único invicto dentre os clubes do Brasil ainda em ação, o Internacional de Porto Alegre. Nesta quarta-feira, 21 de Agosto, pelas quartas-de-final da Copa Libertadores de 2019, no Estádio do Maracanã, diante de 66.366 pessoas, cerca de 10% acima da média, o “Urubu” e o “Colorado” se desafiaram no cotejo de número 98 de sua história, placar de 2 X 0. Agora, as estatísticas exibem 34 vitórias do Fla, 28 empates e 36 triunfos do Inter, 126 gols a 138.
O “Urubu” advinha da sua melhor porfia desde a chegada de Jorge Jesus, o seu treinador português, em meados de Junho. No sábado, dia 17, detonou o rivalérrimo Vasco da Gama, 4 X 1, e tomou do Palmeiras a segunda posição do Campeonato Brasileiro. O “Colorado” provinha de dois preciosos triunfos em viagem. Na Copa do Brasil, 1 X 0 no Cruzeiro em Belo Horizonte. No Brasileiro, 1 X 0 no Bahia. Não concedia um gol sequer, aliás, desde a derrota diante do Fluminense, no Maracanã, por 1 X 2, no dia 3, a sua meta incólume já fazia 383 minutos. Resistiu bravamente, para enfim sucumbir nos 458.
Dono da melhor ofensiva do Brasileiro, dramaticamente o Fla recuperou, num teste de vestiários, o seu artilheiro absoluto, Gabriel Barbosa, o Gabigol, responsável por 11 dos seus 32 tentos. Com uma lesão na sua coxa esquerda, o craque de São Bernardo do Campo, ex-Santos, parecia condenado a testemunhar a pugna das tribunas. Aceitou o risco. Impecável, todavia, a retaguarda do Inter, definida por Odair Hellmann com dois volantes adiante da dupla de centrais, não lhe permitiu os espaços de manobra. Só o peruano Guerrero, na ofensiva do “Colorado”, isolado na sua metade do gramado, se demonstrou mais solitário. E também mais desamparado, claro.
Mirradinha, em relação ao volume de apoiadores do Fla, a torcida do Inter, talvez 2.000 abnegados no Maracanã, mais vibrou com os seus beques do que com as escassas aproximações de Guerrero & Cia. à grande área de Diego Alves. Em toda a etapa inicial, a propósito, se destacou o arqueiro visitante, o sólido Marcelo Lomba, com um par de intervenções cruciais. Obviamente, Jorge Jesus se irritou com a inapetência absurda dos seus pupilos. Culpa exclusivamente sua, no entanto, por escalar Arrascaeta sem condições, depauperado por uma indisposição intestinal. Só no intervalo o lusitano colocou Gérson, recém-repatriado da Itália, no lugar do uruguaio.
Hellmann, por sua vez, mais consolidou a sua estratégia de sair do Rio com 0 X 0 no marcador. E, na medida em que o cronômetro zunia e os fãs do “Urubu” se afligiam, brilhavam, pela firmeza, os zagueirões Rodrigo Moledo e Victor Cuesta. Brilhavam, até que, aos 75’, ambos cometessem uma barbeiragem descomunal. Moledo se adiantou numa tentativa de avanço, Victor Cuesta se atrapalhou numa dividida com Bruno Henrique, Gerson empurrou a sobra a Bruno Henrique, que fez 1 X 0. Pior, para o Inter, aos 79 o Gabigol enfiou a pelota a Bruno Henrique, livre e solto na invasão da área, Flamengo 2 X 0. Em menos de cinco minutos o “Colorado” amargou duas falhas patéticas e, agora, dia 28, no seu Beira-Rio, necessitará de uma reviravolta de enciclopédia. Vil consolo: uma tarefa menos complexa que a do seu rivalérrimo Grêmio, que precisará de quase um milagre, suplantar o Palmeiras dentro de São Paulo.
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