São Paulo, Brasil
Um toque de mão de Jusino Cerruto mudou o destino da estreia do Brasil na Copa América. A irritação já começava a dominar o Morumbi, pelo péssimo primeiro tempo, com o justo 0 a 0, quando o VAR chamou o árbitro argentino Nestor Pistana.
Ele não havia percebido o toque.
E aos três minutos foi marcado o pênalti salvador.
Phelippe Coutinho cobrou, marcou.
E mudou o jogo.
Os bolivianos ficaram assustados, desanimados. Perderam a concentração. E aos sete minutos assistiram Firmino livre na direita cruzar na cabeça de Coutinho. 2 a 0.
A partida estava decidida.
A Bolívia era fraca demais para tentar reagir.
E aos 39 minutos, Everton fez ótima jogada individual, cortou da esquerda para a direita e acertou um chute violentíssimo. 3 a 0, Brasil.
Vitória no primeiro jogo, mostrando futebol irrregular.
Cumpriu sua obrigação.
A geração que fica ofuscada toda vez que Neymar está em campo, tinha uma grande chance de se mostrar injustiçada.
Fazer o jogo de abertura da Copa América contra a fraca Bolívia deve ser encarada como grande oportunidade para qualquer grande seleção do mundo.
Ainda mais jogando em casa, no Morumbi.
Só que o primeiro tempo não poderia ser mais frustrante.
Sem Neymar, cortado pelo rompimento dos ligamentos no tornozelo direito, Tite decidiu apostar no futebol coletivo do Brasil.
Phellipe Coutinho teria a liberdade para atuar como gosta, só pensando em articular o ataque. Caindo pela esquerda, para tabelar, infiltrar, bater da entrada da área, de direita.
Ele deveria servir Richarlison, Roberto Firmino e David Neres.
Só que no primeiro tempo, Coutinho estava afobado, tenso, forçando jogadas pelo meio, facilitando a marcação boliviana: previsível 4-5-1.
Com Casemiro e Fernandinho, a saída de bola era lenta, facilitava a recomposição boliviana.
Também não havia explicação para, com Fernandinho em campo, não haver triangulações pelos lados, o que complicaria a situação para a defesa boliviana.
Só restaram os escanteios para assustar os bolivianos. Thiago Silva era o jogador que mais se destacava, cabeceando com perigo.
Mas era muito pouco diante da diferença técnica entre os dois times.
Outro lado negativo foi a pouca vibração do time, que contagiava a exigente torcida paulista.
O 0 a 0 refletiu bem o que se viu.
Daí, a primeira vaia para a Seleção Brasileira, assim que veio o intervalo.
Tite voltou com o mesmo time. Apenas mandou que seus jogadores adiantassem a marcação. Sufocassem os bolivianos. Tivessm atitude.
Procurassem o gol rápido para amenizar a pressão da torcida paulista.
E um toque de Jusino, aos três minutos, caiu do céu.
O VAR acusou o pênalti.
Phelippe Coutinho marcou e o cenário mudou.
Tudo ficou mais fácil.
Os bolivianos sentiram demais o golpe.
E tomaram o segundo gol como se fosse um treino. Roberto Firmino dominou a bola livre do lado direito da grande área e cruzou na cabeça do baixinho Coutinho. 2 a 0, aos sete minutos.
A partir daí, o ritmo caiu.
O Brasil sabia que havia vencido o jogo.
E, os bolivianos perdido.
Mas Everton roubou a cena.
Aos 39 minutos mostrou confiança e autoestima.
Fugiu da burocrática troca de bola e fez ótima jogada individual.
Marcou um golaço.
3 a 0.
Tem grande chance de roubar a vaga do travado David Neres.
Vitória brasileira, com futebol irregular.
O primeiro tempo demonstrou.
Tite tem de trabalhar.
A abertura da Copa América foi um fracasso de público.
Apenas 46.342 mil pessoas.
A capacidade do Morumbi é de 72 mil torcedores.
Mas a maior arrecadação da história do Brasil.
R$ 22.476.630,00.
A média do preço do ingresso?
Inacreditáveis R$ 485,01...
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