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Roma e Liverpool despacham os milionários Barça e City

Em noite inesquecível, a Roma e o Liverpool se classificaram para a semifinal da Champions. Os favoritos Barcelona e Manchester City mereceram a eliminação

Cosme Rímoli|Cosme Rímoli

A Roma eliminou o Barcelona. E lavou a sofrida alma dos italianos, fora da Copa
A Roma eliminou o Barcelona. E lavou a sofrida alma dos italianos, fora da Copa A Roma eliminou o Barcelona. E lavou a sofrida alma dos italianos, fora da Copa

"Barcelona 4, Roma 1. Placar mentiroso

O placar deixa o time catalão a um passo da semifinal.

Mas a Roma desperdiçou várias chances e ainda marcou dois gols contra."

Este foi o título e 'linha fina' da crítica sobre a vitória do time catalão diante do italiano, na quarta-feira passada, dia 4. Resumiam a ideia principal deste jornalista sobre a partida disputada no Camp Nou.

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E a terça-feira termina não só com a Europa, mas com o mundo chocado com o resultado no Estádio Olímpico. A Roma venceu o Barcelona por 3 a 0 e está na semifinal da Champions League, eliminando os catalães, mesmo com o jogador mais talentoso deste planeta, Lionel Messi.

"Nós nunca deixamos de acreditar. Sabíamos o que havíamos feito na Espanha. Não merecíamos aquela derrota tão grande. E acreditamos que nesta segunda chance, mostraríamos o nosso poder. E veio a justiça", resumia, tentando conter a empolgação, Eusebio Di Francesco.

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Não era para menos. Desde a eliminação da Copa do Mundo da Rússia, a Itália não vivia uma noite de tanto orgulho. Não se cobre alegria dos eternos rivais da Lazio, com um feito da Roma. Mas os demais clubes, como a Inter e o Milan, tiveram a dignidade de elogiar publicamente o massacre dos comandados de Di Francesco.

Ainda mais diante da disparidade econômica entre os clubes. O multimilionário elenco do Barcelona não pode se comparar individualmente com o time romano. Só a estratégia, a intensidade, a gana, a atitude poderiam acabar com a lógica. E quem teve a sorte de assistir ao jogo acabou um pouco mais apaixonado pelo futebol.

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A Roma havia perdido por 4 a 1 para o Barcelona, time que estava invicto na Champions como também no Campeonato Español. Mas como foi escrito na matéria no dia daquela goleada, a Roma marcou dois gols contra. E ainda desperdiçou várias chances diante do excelente goleiro Ter Stegen. Já havia provado que era possível o impossível.

E foi assim que imprensou os catalães. Primeiro, tratou de envenenar Messi. Colocou o ríspido zagueiro/lateral Juan para acompanhar o argentino de perto. As divididas arrancavam tufo de grama. Ele entrou para não deixar o argentino respirar. E o camisa 10 do Barcelona, estava em um péssimo dia. Não conseguiu se livrar da marcação. Quase como acontece na seleção de seu país, sentiu muita falta de um companheiro pensante no meio de campo.

Triste Barcelona. Time sem alma, força ou tática. Foi engolido pela Roma
Triste Barcelona. Time sem alma, força ou tática. Foi engolido pela Roma Triste Barcelona. Time sem alma, força ou tática. Foi engolido pela Roma

Iniesta é mortal, foi vencido pelo tempo. A um mês de completar 34 anos, não consegue mais chegar antes dos volantes para tocar a bola de primeira, abrir espaço na defesa adversária. Foi um dos responsáveis pelo Barcelona ter mais a posse de bola do que os italianos. Mas uma posse estéril, inútil, sem sentido. Longe da grande área do time romano.

A Roma atuava em bloco, mas explorando dois pontos fraquíssimos dos catalães. As bolas longas, com Piquet e os péssimos Semedo e Umtiti atuando em linha. E os cruzamentos aéreos. Qualquer bola levantada encontrava os voluntariosos italianos contra os preguiçosos e mal posicionados zagueiros do Barcelona.

O estonteante preparo físico dos italianos foi também um dos grandes segredos do 'milagre de Roma'. Do primeiro ao último minuto, o time se impôs na correria, na força, na disposição contra os espanhóis.

O placar mentiroso por 4 a 1 também pesou no ânimo do Barcelona. Estava claro antes da partida que a confiança era imensa. Eles não se imaginavam podendo perder a partida por três gols de diferença. Afinal, o diário esportivo Sport, da Catalunha, havia anunciado em letras garrafais, quando aconteceu o sorteio das quartas, que o time de Messi havia recebido um 'bombom' de presente e já poderia se considerar classificado para as semifinais da Champions.

Bombom indigesto. A Roma, a fórceps, já conseguiu abrir o placar. Da maneira mais treinada por Di Francesco. O veterano De Rossi fez um excelente lançamento para o tanque de guerra bósnio batizado como Edin Dzeko. Seu 1m93 de músculos partiu para cima de Umtiti. Ganhou e deslocou Ter Stegen, trocando a perna antes do chute final. Trocou a passada e não bateu com a direita, mas com a esquerda.

1 a 0 Roma. O gol aos seis minutos de jogo foi a senha. Era possível. E foi porque Ernesto Valverde não havia preparado seu time para a realidade. Desprezou o que ocorreu de ruim na Catalunha no primeiro jogo. E pagou caro pelo erro de acreditar que a Roma entraria tão assustada, tão respeitosa quanto foi no Camp Nou. 

O Barcelona esperou por liberdade, por medo do talento individual de seu time. E medo foi tudo o que a Roma não teve. Só era permitido o toque de bola na intermediária catalã. Todo o potencial ofensivo de Messi e Suárez foi anulado porque a bola não chegava nos dois sul-americanos.

A Roma foi muito melhor no primeiro tempo do que o bilionário rival. O placar de 1 a 0 foi injusto. Mas a maneira com que o time utilizou o versátil 3-5-2 foi brilhante. Ficou no ar, a expectativa da classificação. A não ser se Valverde tomasse qualquer atitude no intervalo. Não tomou.

E mal começou o segundo tempo, mais pressão. E aos 13 minutos, a justiça começou a se concretizar. O tanque de guerra Dzeko foi lançado e teve de ser agarrado por Piquet. Pênalti. De Rossi se vingou do gol contra da semana passada. 2 a 0.

A blitz seguiu e o terceiro gol, a consagração, veio da maneira mais infantil possível. Em um escanteio. Bola levantada e Manolas testou com convicção de quem já se sentia semifinalista da Champions League. 3 a 0. 

O gol, aos 37 minutos, sacramentou a justa volta da Roma à semifinal do melhor campeonato de clubes do planeta. As lágrimas de alegria dos torcedores tocou a fundo todos que lamentam a Itália fora da Copa do Mundo.

Enquanto isso, em Manchester, Pep Guardiola colocou tudo a perder. Primeiro com sua expulsão infantil. Reclamar de um gol legal anulado tem limite. O catalão já conhecia Antonio Mateu Lahoz. Pagou para ver. Acabou fora, prejudicando a equipe que paga seu peso em ouro.

E depois Guardiola resolveu mudar seu esquema tático que estava derrotando o Liverpool do excelente Jürgen Klopp. No intervalo, o Manchester City ruiu. Já havia perdido por 3 a 0 na partida de ida. Ganhava o jogo por 1 a 0, gol de Gabriel Jesus, aos dois minutos do primeiro tempo. A expectativa era de uma monumental virada.

A virada veio, mas do Liverpool. Graças a Salah e Firmino, se aproveitando do descontrole e do péssimo sistema de marcação do City.

Caíram os favoritos.

Os milionários Barcelona e Manchester City.

Passaram, com louvor, Roma e Liverpool para a semifinal.

A Champions League de 2017/2018 está sensacional.

E deixando inúmeras lições...

A arrogância de Guardiola foi uma das principais causas da queda do City
A arrogância de Guardiola foi uma das principais causas da queda do City A arrogância de Guardiola foi uma das principais causas da queda do City

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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