São Paulo, Brasil
O Palmeiras foi um vexame.
Em quatro minutos, Everton Cebolinha acabou com o principal objetivo de 2019.
Apesar dos milionários patrocínios, o clube está outra vez eliminado da Libertadores da América.
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Em casa.
Foi a terceira vez consecutiva.
Barcelona de Guayaquil, Boca Juniors e hoje, o Grêmio.
Everton Cebolinha, estranhamente, teve toda a liberdade para jogar.
Com um toque de primeira para as redes e uma arrancada impressionante, que desmanchou a defesa de Felipão, o atacante gremista decidiu o jogo no Pacaembu.
As duas jogadas, aos 17 e 21 minutos do primeiro tempo acabaram com o equilíbrio psicológico palmeirense.
Toda a experiência do elenco se esvaiu.
Foi um desastre emocional.
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O time paulista se deixou levar pelo nervosismo, pela ansiedade da torcida.
Parecia formado por juvenis, que só sabiam cruzar, levantar a bola para a área, desesperados.
Isso por 73 minutos de jogo.
Só consagrou Geromel, excelente cabeceador, só esperava as bolas levantadas.
A falta de variação tática palmeirense foi constrangedora.
Merecida a vitória por 2 a 1 do Grêmio.
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Time consciente do que deveria fazer, com personalidade, firmeza, convicção.
Totalmente ao contrário do rival paulista.
E a classificação do time de Renato Gaúcho para a semifinal da competição mais importante da América Latina, em pleno Pacaembu lotado.
Em cinco Libertadores que já disputou como técnico, Renato chega agora à sua quarta semifinal.
É um treinador especial.
O futebol que o Palmeiras mostrou foi vexatório.
A torcida que foi empolgada ao estádio, sonhando com a classificação, afinal, a equipe havia vencido em Porto Alegre, não se conteve.
E tratou de gritar, em coro, ao final da partida.
"Time sem vergonha, time sem vergonha."
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Com a eliminação, o Palmeiras completa 20 anos de fracassos, desde a sua primeira e única Libertadores, conquistada em 1999.
Entre os culpados da eliminação, Felipe Melo não pode ser esquecido.
O líder do Palmeiras não jogou pela expulsão infantil em Porto Alegre. O que é inaceitável.
"Posso dizer que pagamos caro pelos nossos erros do primeiro tempo, tanto na parte defensiva como na ofensiva. Criamos boas oportunidades e não conseguimos fazer o segundo gol. Pagamos por erros que cometemos e sabíamos, estudamos o adversário.
"Tínhamos a consciência das situações desenhadas. Por alguma razão não estávamos no lugar certo. Pagamos com a eliminação em uma situação que era interessante para nós. Saímos vencendo. Agora é tentar corrigir para, no futuro, as coisas não acontecerem da maneira que aconteceram."
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"Nós temos lições ano a ano. Temos a lição do Cruzeiro ano passado, a lição do Inter esse ano e agora mais essa lição. Ou aprendemos ou vamos ser derrotados, principalmente em situações como essa, em todas as competições que disputarmos dessa forma."
Estas as desculpas formais de Felipão, após a eliminação.
Falou, calmamente, como falou nas quedas do Palmeiras nas duas últimas Libertadores, nas duas últimas Copas do Brasil, no último Campeonato Paulista. Fracassos sob seu comando.
Se alguém precisa aprender algo com as derrotas é o próprio treinador de 70 anos.
Como a valorizar o meio de campo, passes, tabelas.
E precisa acordar que seu time não tem força psicológica.
Não conseguiu vencer uma partida sequer de virada.
Se o adversário fica na frente no placar, não reverte.
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Mas ele continua intocável, de acordo com o presidente Mauricio Galiotte.
O jogo foi emocionante, mas com uma dinâmica repetitiva.
O Grêmio começou de maneira tensa, errando muitos passes, precipitado. Acabou faciltando as coisas para o Palmeiras, que marcava forte.
E, pegando uma sobra da disputa de bola de Paulo Vitor, Luiz Adriano marcou 1 a 0 para o Palmeiras, aos dez minutos de jogo.
O que obrigava o Grêmio a marcar dois gols, vencer por virada, se quisesse sobreviver na Libertadores.
Sem saída, Renato Gaúcho adiantou a marcaçao, assumiu o protagonismo do jogo.
Mas com consciência, sair atrás no placar trouxe, estranhamente, consciência aos gremistas.
E eles não demoraram a conseguir os dois gols que precisavam.
É algo muito estranho o Palmeiras ter dado toda a liberdade para Everton Cebolinha, o principal jogador do Grêmio.
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Foi assim que, aos 17 minutos, quatro minutos depois do gol palmeirense, ele empatou o jogo.
De bola parada, que Felipão tanto treina.
Jean Pyerre cruzou e o Everton Cebolinha, às costas de Marcos Rocha, empatou, com um belo toque de primeira.
O gol desestruturou emocionalmente o Palmeiras.
Everton Cebolinha se aproveitou do nervosismo, da tensão juvenil do milionário elenco adversário.
E decidiu invadir a intermediária, a área palmeirense, em uma belíssima arrancada. No último instante, Weverton saiu e cortou a jogada.
Mas a bola procurou os pés de Alisson.
2 a 1, Grêmio.
Dos 21 minutos do primeiro tempo até o apito final de Néstor Pitana, o Palmeiras apelou para cruzamentos, já que não conseguia chegar à área gremista tocando a bola.
Willian conseguiu ganhar duas destas bolas levantadas.
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Em uma acertou a trave direita.
E, na outra, perdeu gol incrível.
Mas foi só.
No segundo tempo, com o confuso Deyverson na vaga de Willian, o Palmeiras piorou muito.
E não criou sequer uma chance clara de gol.
Caiu eliminado para o ótimo Grêmio.
Do ótimo trabalho de Renato Gaúcho.
Outra vez o Palmeiras se frustra na Libertadores.
Que Felipão descubra onde errou.
Para o bem do Palmeiras...
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