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No adeus ao Inter, a mágoa de D'Alessandro

No pior momento de 2020, com o clube mergulhado na crise, D'Alessandro decide avisar que não ficará em 2021. Cansou de ser desrespeitado

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

D'Alessandro sai do clube com muitos títulos. Mas triste, desrespeitado
D'Alessandro sai do clube com muitos títulos. Mas triste, desrespeitado D'Alessandro sai do clube com muitos títulos. Mas triste, desrespeitado

São Paulo, Brasil

"Senti nestes 12 anos, nem todo mundo é colorado e quer o bem do clube. Conheci bem muitas pessoas e nem tudo o que parecer ser é o que é. Gostaria de um clube mais unido.

"Um clube sem tanta falta de respeito.

"Podem não gostar do que entrego em campo, mas têm que respeitar a pessoa, o meu caráter e a minha índole.

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"Nunca faltei com o respeito com ninguém do clube."

D'Alessandro cansou.

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O ídolo, líder maior do clube gaúcho se cansou.

Aos 39 anos, o meia sentiu a falta de respeito com que estava sendo tratado, com a queda do Internacional neste momento agudo, com a saída de Coudet e chegada de Abel Braga.

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O clube perdeu a liderança do Brasileiro, foi eliminado da Copa do Brasil pelo América Mineiro e, desacreditado por muitos, decidirá a sobrevivência na Libertadores com duas partidas diante do Boca Juniors.

A imprensa gaúcha dá conta que ele é o maior salário do Internacional.

E que os quatro grupos políticos que disputam a presidência do clube não querem sua renovação de contrato.

No máximo uma extensão até o final do Brasileiro, em fevereiro de 2021.

D'Alessandro tem uma personalidade muito forte.

Ele não quis se sujeita a encerrar sua passagem de 12 anos no clube colorado essa maneira.

Foi por isso que decidiu hoje, avisar a todos que não seguirá no Beira-Rio um dia sequer depois de encerrar seu contrato, no próximo mês.

D'Alessandro foi um grande vencedor com a camisa colorada. Líder nato
D'Alessandro foi um grande vencedor com a camisa colorada. Líder nato D'Alessandro foi um grande vencedor com a camisa colorada. Líder nato

Ele quer seguir jogando por pelo menos uma temporada.

Não definiu ainda onde.

Só que no Internacional não quer mais ficar.

"Minha vida no Inter termina em 31 de dezembro. A decisão tem sido amadurecida há alguns meses. Pela sequência da carreira, não poderia deixar até o fim. Por isso, resolvi antecipar o anúncio. O Inter seguirá gigante comoé. Eu seguirei como atleta, mas não sei por quanto tempo."

Os ataques nas redes sociais estavam pesados demais. Ofensas à sua idade, seu salário, sua cada vez menor participação, já que se tornou reserva.

D'Alessandro não escondeu sua mágoa.

"Quando jogamos quatro ou cinco finais em 2009, a capa do jornal foi o meu salário, o que ganhava por mês, dias, minutos e segundos. Um dos jornalistas se diz muito colorado. Trabalhou no clube. Coincidência ou não, deixou de bater quando estava no clube. Agora, voltou a bater. Esse cara não merece o meu respeito, pois não me respeitaram como pessoa.

"Daí tenho que concordar com o Renato (Gaúcho, técnico do Grêmio). Quando o Renato fala, muitos se ca (*) na frente dele.

"Renato, vou concordar contigo. Eles (jornalistas) querem destruir histórias, grupos e gestões.

O melhor momento de D'Alessandro passou. Há pelo menos três anos ele não consegue ser o meia produtivo, intenso, driblador, com excelente visão de jogo, que marcou o River Plate e o Internacional.

Seu futebol caiu.

A posição de meia armador, e não meia-atacante, exige demais do argentino.

A sua saída era prevista.

A parceria com Abel Braga sempre teve cumplicidade. Rompida no pior momento
A parceria com Abel Braga sempre teve cumplicidade. Rompida no pior momento A parceria com Abel Braga sempre teve cumplicidade. Rompida no pior momento

Mas não dessa maneira.

De maneira abrupta.

Anunciada em plena crise do Internacional.

Deixa o clima mais tenso.

Mas é compreensível.

D'Alessandro cansou de ser desrespeitado.

Pela torcida, pela imprensa, nas redes sociais.

E, principalmente, dentro do Internacional.

Ele percebeu que não merece.

Seus 513 jogos.

Sul-Americana (2008), Libertadores (2010), Recopa (2011), seis Gaúchos (2009, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015) e duas Recopas Gaúchas (2016 e 2017) falam por si.

Um grande líder deixa o Beira-Rio.

Magoado.

Desrespeitado...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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