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Magoada, família de Pelé se cala diante do desprezo dos ídolos brasileiros ao velório de Pelé. Kaká dá resposta constrangedora

O mundo repercutiu a falta de consideração dos tetra e dos pentacampeões mundiais. Aposentados, milionários, que não foram ao velório. Kaká deu uma longa e vazia resposta. Sem dizer por que não foi. Vexame histórico

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Kaká deu a sua 'resposta'. Vazia. Não explicou o motivo de não ter ido ao funeral
Kaká deu a sua 'resposta'. Vazia. Não explicou o motivo de não ter ido ao funeral

São Paulo, Brasil

Passaram-se dois dias do enterro de Pelé, e Kaká deu sua "resposta" às críticas que recebeu.

Quando se completaram sete dias do falecimento.

Foi longa a resposta: ele se desculpou com Ronaldo, a quem se referiu, no canal inglês BelN Sports, como só "um gordo qualquer" no Brasil. 

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E disse que sua frase "brasileiros não valorizam seus ídolos" foi tirada do contexto.

Quando, na verdade, isso foi exatamente o que disse, completamente contextualizado.

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A negativa é sem sentido.

Só não manteve o que falou.

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Elogiou Pelé em um longo texto.

Lembrou que recebeu das mãos do maior jogador de todos os tempos o troféu de melhor do mundo em 2007.

Escreveu, escreveu, escreveu.

Mas fugiu da resposta que precisava dar.

Por que não foi ao velório, demonstrar respeito, despedir-se de Pelé?

Kaká está aposentado.

É milionário.

E um dos maiores ídolos da história moderna do futebol brasileiro.

Faz parte de estranha coincidência que uniu os pentacampeões, que não foram à Vila Belmiro dar adeus ao maior personagem do futebol mundial e que nasceu no Brasil.

Dos 23 jogadores convocados por Felipão, e mais o então capitão Emerson, cortado às vésperas do Mundial, nenhum apareceu.

Nada de Cafu, Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos.

Nem Scolari.

De 1994, dos 22 convocados, apenas Mauro Silva, que também é vice-presidente da FPF, esteve no velório. Nada de Romário, Bebeto, Dunga. Parreira também não foi.

Nenhum deles joga mais futebol.

Rogério Ceni trabalha no São Paulo. Dida é preparador de goleiros no Milan.

Além da coincidência de os campeões de 1994 e 2002 não terem ido à Vila Belmiro, vários deles se comunicam em grupos de WhatsApp. Ou seja, saberiam quem iria e quem não iria dar adeus a Pelé.

Também, por coincidência, lógico, Pelé criticou a seleção de 1994 e a de 2002 antes dos Mundiais. Apostando na Colômbia, nos Estados Unidos, e na França, no Japão.

O fato de ninguém aparecer levou muitos dos 1.200 jornalistas credenciados para o velório a pensarem que seria retaliação pelas críticas.

Mas deve ter sido "apenas coincidência", e muitos repórteres de 31 países, que estavam em Santos para cobrir o velório e ouvir os ídolos brasileiros, "imaginaram coisas".

Estudiosos de redes sociais garantem que a média para uma postagem — por exemplo, no Instagram — é de quatro minutos.

Para escolher a foto e escrever uma mensagem "emocionada".

Foi o que optou por fazer a maioria desses 45 jogadores.

Lembrando que vários deles têm assessores de imprensa, que poderiam gastar esses preciosos quatro minutos e postar nas redes de seus patrões.

A família de Pelé foi digna, elegante, não se queixou de quem não teve disposição de dar adeus ao homem que revolucionou a história deste país. E que libertou os jogadores, quando foi ministro extraordinário dos Esportes, no governo de Fernando Henrique Cardoso, ao acabar, de vez, com a lei do passe.

O filho Edinho e a filha Kelly agradeceram pela presença do pai de Neymar.

Nem uma palavra aos que não foram.

Mas jornalistas de Santos, próximos a parentes de Pelé, garantiram ao blog.

A família de Pelé, por enquanto, tem mantido essa postura pública.

Não tem cobrado a posição absurda dos tetra e pentacampeões mundiais.

Há muita tristeza, mágoa, pelas ausências.

Por tudo o que Pelé significa.

Magoada, a família preferiu, por enquanto, o silêncio. Mas as ausências foram sentidas
Magoada, a família preferiu, por enquanto, o silêncio. Mas as ausências foram sentidas

Mas a opinião pública jamais esquecerá tanto desprezo.

A aposta de muitos atletas está na amnésia da imprensa.

Isso não acontecerá.

Aqui, a longa, e vazia, resposta de Kaká.

Que não respondeu à pergunta mais simples.

Por que você não foi ao velório de Pelé? 

"Em toda a minha vida, eu sempre tive o orgulho e a honra de receber muito carinho e respeito em todos os lugares em que estive, principalmente do povo brasileiro.

"Durante a Copa do Mundo, uma declaração minha foi feita dentro de um contexto, mas infelizmente se espalhou como uma crítica a todo o povo. Nunca foi essa a minha intenção. Nem poderia ser, principalmente pelo fato de o povo brasileiro ter sempre me tratado com muito amor. Eu me referia apenas às pessoas que, naquele momento, torciam contra um ídolo da seleção. Errei na forma deselegante com que citei um amigo, mas já me desculpei, seguimos juntos em frente.

"Essa declaração novamente foi lembrada agora por ocasião do falecimento e velório do nosso querido Rei Pelé, pessoa por quem tenho uma admiração enorme, e de cujas mãos recebi o maior título individual da minha carreira. Naquela noite, disse que só mesmo ele poderia tornar aquele momento ainda melhor. Como brasileiro e amante do futebol, meu respeito e admiração permanecerão, e sinto demais não ter ido a Santos.

"Tive a oportunidade de homenagear o Rei em vida algumas vezes, entre elas uma conversa apenas entre nós, promovida gentilmente por seu filho. Foi mais um momento especial, entre outros, que guardarei em meu coração.

Ronaldo, Roberto Carlos, Cafu e Kaká. No distante Catar. Na Vila Belmiro, não
Ronaldo, Roberto Carlos, Cafu e Kaká. No distante Catar. Na Vila Belmiro, não

"Durante a Copa do Mundo, propus ao presidente da Fifa a atribuição do nome Pelé a um dos prêmios concedidos pela Fifa na sua gala anual, e torço para que assim aconteça.

"Minha solidariedade e respeito a sua família são eternos, assim como a sua história, as homenagens e o reconhecimento são feitos de diversas formas. O dever continua, e continuarei trabalhando pelo desenvolvimento do futebol brasileiro, apoiando as próximas gerações. Afinal, além do reconhecimento, o legado do rei passa pela continuidade.

"Por fim, gostaria de ressaltar meu amor pelo Brasil, pelo povo brasileiro, e agradecer por todo o enorme carinho que sempre recebi de todos vocês. Muito obrigado.

"Kaká..."

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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