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'Falência' do Botafogo e mortes no Flamengo. Expostas por uma faixa

Vice não perdoou faixa que, para ele, remeteu ao incêndio na concentração. E deixou claro que o rival está para ser extinto pela dívida bilionária

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Faixa da discórdia. Dirigente viu provocação em relação ao incêndio na concentração
Faixa da discórdia. Dirigente viu provocação em relação ao incêndio na concentração Faixa da discórdia. Dirigente viu provocação em relação ao incêndio na concentração

São Paulo, Brasil

"Aqui prezamos pelas vidas."

Uma frase dura, direta.

E que não estava por acaso esticada no espaço nobre das arquibancadas do estádio Nilton Santos.

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De frente para as câmeras de televisão.

O mando do jogo de ontem era do Botafogo.

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Ele foi o responsável por tudo no estádio.

Inclusive as faixas espalhadas pelas arquibancadas, recurso utilizado principalmente pelas organizadas do Brasil, diante da pandemia.

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O adversário do Botafogo era seu rival histórico, o Flamengo.

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"Preservar vidas", sem hipocrisia, pode fazer com que qualquer pessoa, com neurônios, se recorde da tragédia acontecida em fevereiro de 2019, na concentração do Flamengo, quando um incêndio matou dez meninos da base.

A leitura era mais do que possível.

O Ministério Público já detalhou que o alojamento era ilegal, improvisado. Com contêineres soldados, com sistema de ar condicionado adaptado, sem a menor segurança para que vinte ou trinta meninos dormissem.

Sem janelas, com apenas uma saída.

Verdadeira armadilha.

Situação inaceitável que os responsáveis estão sendo processados pela justiça.

A terrível lembrança vem à tona, quando o Flamengo conseguiu, a diminuição na justiça de sua obrigação de pagar a pensão de R$ 10 mil mensal aos familiares dos garotos mortos. Agora são R$ 5.250,00.

O vice-presidente geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, fez a leitura da faixa como uma estocada do Botafogo sobre o incêndio na concentração do clube.

E reagiu.

Primeiro, usou seu twitter pessoal para que o presidente do Botafogo, Nelson Muffarej, retirasse a faixa. O que aconteceu minutos antes de o jogo começar.

Mas assim que o clássico começou, ela foi recolocada.

Rodrigo Dunshee decidiu atacar o Botafogo, no seu ponto mais fraco, depois da partida.

"Rivalidade deve se limitar às questões esportivas. Botafogo durante anos foi muito mal gerido, hoje está praticamente falido, rebaixado e em vias de ser extinto."

"Como não tem nada de bom a apresentar, está se tornando notório por atacar o Flamengo."

"Ok."

"Boa sorte aí, Botafogo."

E colocou a parte debaixo da tabela do Brasileiro, com o rival mergulhado na zona do rebaixamento.

O Botafogo deve cerca de R$ 1 bilhão. Tem sérios problemas de gestão. Por isso discute por um ano e meio a possibilidade de virar Sociedade Anônima, aberto a investidores.

O terrível incêndio que aconteceu no Ninho do Urubu é um problema do Flamengo.

A dívida bilionária é relativa apenas ao Botafogo.

Os clubes nada ganham expondo o que os rivais têm de pior.

A situação tem tudo para ir parar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

Dunshee de Abranches quer acusar formalmente o Botafogo pela provocação desnecessária, como havia avisado antes do jogo.

"Vou usar esse espaço para pedir ao presidente do Botafogo que retire essa faixa agressiva que é deselegante e tenho certeza que não partiu dele, mas se ele permitir será. Acho que isso não precisa virar uma questão que seja remetida ao STJD."

"Somos adversários e não inimigos."

A assessoria do Botafogo garante que a faixa, colocada pelo grupo de torcedores que se autointitula "Ninguém Ama Como a Gente", foi uma alusão ao posicionamento 'correto' do clube em relação à pandemia. 

Não tinha nada a ver com qualquer outra equipe.

A postura não convenceu os dirigentes da Gávea.

Porque ela não acredita que foi exposta em outros jogos.

Esperou justo o clássico contra o Flamengo.

A situação é lastimável, em todos os sentidos.

Só expôs que há de pior no futebol do Rio de Janeiro.

E ainda pode ir parar no STJD...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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