Dia 19: agora, na sexta-feira, em Kazan, o Brasil confronta a Bélgica
Com uma retaguarda impecável e William & Neymar esplêndidos, a seleção de Tite ignorou o México. A Bélgica, porém, só no sufoco passou pelo Japão.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Costumo dizer que um jornalista esportivo basicamente torce pelo seu trabalho. E, no meu caso de hoje, torci para que o meu micro funcionasse com alguma solidariedade. Pois o meu fidelíssimo companheiro de trabalho me traiu por quatro horas e quase me impediu de escrever. Menos mal que a minha pauta deste Dia 19 da Copa da Rússia previa apenas uma análise da partida entre a Bélgica e o Japão, um deles o eventual adversário do Brasil, agora, em Kazan, nas quartas da competição. E menos mal que felizmente eu pude ver o cotejo de Samara como um mortal comum.
Brasil 2 X 0, com ralas dificuldades, uma demonstração impressionante de eficiência da sua retaguarda, a partir da imponência de Thiago Silva e de Miranda. Pena que o precioso Casemiro tenha recebido um cartão amarelo que o impedirá de atuar nas quartas. Ótimo Neymar, apesar de meia-dúzia de investidas agressoras, inclusive desleais de seus adversários em rodízio. Excelente Willian, ora na direita, ora na esquerda, bem mais onipresente do que um certo Maradona nas tribunas dos jogos da sua Argentina.
Apesar da sua óbvia alegria, e do seu natural relaxamento depois de visado o seu passaporte, o elenco de Adenor Bacchi, o Tite, seguramente testemunhou as dificuldades que a favorita equipe dos “Rebeldes Rubros” enfrentou, na Arena de Rostov, 43.972 espectadores, diante dos muito menos cotados “Samurais Azuis”. A Bélgica, afinal, na fase de grupos da Copa, havia somado três triunfos, com 9 tentos a 2. O Japão havia se limitado a uma vitória, um empate e uma derrota, 4 tentos a 4, e apenas conseguira a sua vaga no estranho quesito do Fair Play, ou um total inferior de cartões amarelos.
Enquanto Thibaut Courtois, o elástico arqueiro da equipe de Roberto Fernández, nos primeiros 45’ da peleja mal viu as cores da nova pelota, a Mechta, que a FIFA definiu para a fase das oitavas, o seu opositor, Eiji Kawashima, se assustou em meia-dúzia de ocasiões. Aliás, logo se tornou ostensivo que Akira Nishino, técnico do Japão, pretendia repetir a estratégia da Rússia diante da Croácia. Fechar-se na retranca, tentar alguma surpresa e arrastar a igualdade até a disputa de penais. Ironicamente: nos acréscimos dos 45’, Courtois quase aceitou um frango entre as pernas.
Pois a surpresa de fato, o infortúnio, o inviável, o incrível aconteceria aos 48’, num lançamento de Shuji Kagawa que o pesadão Vertonghen desprezou e assim permitiu a sossegada incursão de Haraguchi às suas costas, um chute cruzado e gol dos “Samurais”, 1 X 0. Só isso? Que nada. Aos 52’, logo após Hazard fulminar um poste da meta de Kawashima, da entrada da área dos “Rebeldes” Inui desferiu um tiro enviesado que Courtois aceitou, 2 X 0.
Por instantes se desarvorou completamente a brigada de Martínez, que fantasiava pespegar uma tunda no Japão e, a um terço do encerramento do prélio, de um fôlego necessitava produzir uma virada por três tentos.
Pois conseguiu em três lampejos. Aos 69, Vertonghen, o resgate, numa falha dupla de Kawashima. Aos 74’, numa testada afortunada de Fellaini, recém-entrado. E os 94’, o relâmpago de um contra-ataque e logo depois de o Japão ter queimado a vitória, Chadli, também saído do banco. A Bélgica leva a Kazan, para o seu duelo contra o Brasil, uma invencibilidade, agora, de 23 partidas.
Resumo do Dia 19: a competição da Rússia/2018 fechou a jornada deste domingo com 143 tentos em 54 partidas, a média fraquinha de 2,65, público acumulado de 2,47 milhões de espectadores, e a média excelente de 45.750. Pugnas definidas para a fase das quartas-de-final: na próxima sexta, 6 de Julho, em Novgorod, França X Uruguai; e em Kazan, Brasil X Bélgica; daí, no sábado, 7 de Julho, no Fisht Olímpico de Sochi, Rússia X Croácia.
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