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Como o Flamengo de Jesus encantou o futebol pentacampeão do mundo

Com um estilo de jogo definido, que não desiste do ataque, o técnico português levou o Flamengo e as estrelas rubro-negras ao topo do Brasil

Futebol|Carla Canteras, do R7

Jorge Jesus conseguiu tirar o melhor dos jogadores do Flamengo
Jorge Jesus conseguiu tirar o melhor dos jogadores do Flamengo Jorge Jesus conseguiu tirar o melhor dos jogadores do Flamengo

A missão do Flamengo em 2019 era acabar de vez com a história do ‘cheirinho’. Os planos eram claros e as contratações de peso: Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique. O comandante de um grupo estrelado também precisava ser forte. Em um só fim de semana, o Rubro-Negro conquistou a Libertadores e o Campeonato Brasileiro.

A primeira tentativa foi Abel Braga. Veio a conquista do Campeonato Carioca, mas o estilo de jogo não agradava aos torcedores e à diretoria. Até que em junho, os dirigentes rubro-negros cruzaram o oceano Atlântico pararam em Lisboa e trouxeram Jorge Jesus.

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Nem nos melhores sonhos flamenguistas, podia-se imaginar que um técnico tricampeão português revolucionaria o futebol pentacampeão do mundo. O Mister, como é chamado com orgulho pelos flamenguistas, precisou de pouco tempo para impor o seu estilo de jogo e ajudar os jogadores a terem as melhores temporadas da carreira.

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O feito não surpreendeu o ex-meia Deco, nascido no Brasil e naturalizado português. “Sempre foi um grande treinador em Portugal, talvez tenha tido poucas oportunidades de provar isso em clubes ainda mais importantes. Achava que a maior dificuldade dele no Brasil seria a adaptação aos jogadores e ao futebol em si. Mas, pela experiência que tem, sabia que teria sucesso”, afirmou o ex-jogador em uma feira de tecnologia na Europa.

Jesus fica cobra mesmo nas vitórias
Jesus fica cobra mesmo nas vitórias Jesus fica cobra mesmo nas vitórias

O começo de fato foi difícil, como o zagueiro Rodrigo Caio costuma explicar, desde quando a conquista de Brasileiro estava distante. “Ainda bem que tivemos a parada da Copa América, pudemos ter uma ideia do que ele queria, da forma que ele pensava o jogo. E a cobrança é diária. O time ganha e ele fala ‘tem que melhorar’. Isso é importante”, contou Rodrigo Caio em entrevista coletiva. 

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Jorge Jesus joga para frente, não abre mão de atacar e seu time encanta quem gosta de futebol bem jogado. Para Muller, ex-jogador e comentarista, a chegada do comandante foi importante para o futebol brasileiro.

“Ele trouxe a nossa memória o nosso futebol de 50 anos atrás. O Brasil sempre jogou assim. O Jorge Jesus não inventou a bola”, explicou o ex-atacante.

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Preocupação com sistema defensivo

Mas quem vê um time com tantos gols e forte poder ofensivo não imagina que entre as principais preocupações de Jesus é com o sistema defensivo. “Jorge Jesus nos fala que ataque ganha jogo e defesa ganha campeonatos”, responde Rodrigo Caio sempre que pode.

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Talvez por isso, junto com o português no meio do ano, vieram o zagueiro Pablo Marí, os laterais Filipe Luis e Rafinha, e o volante Gerson.

A casa ficou arrumada e desde a estreia contra o Goiás pelo Brasileiro, no dia 14 de junho, o Flamengo só levou 27 gols, em 33 partidas. Outro número que impressiona é o de derrotas, foram só duas: contra o Emelec, um 2 a 0, na Libertadores, e contra o Bahia, 3 a 0, pelo Brasileiro. O time empatou oito vezes.

Melhor temporada de craques

A matemática positiva rubro-negra não se percebe só na análise do grupo, os dados individuais revelam que Jorge Jesus conseguiu tirar o melhor de cada uma de suas estrelas. Por exemplo, o artilheiro Gabigol. Em 54 jogos na temporada, fez 40 gols. No ano passado marcou 27 vezes em 57 partidas.

O vice-goleador, Bruno Henrique jogou 57 jogos e tem 31 gols. Por causa de contusão em 2018, quando estava no Santos, ele só marcou duas vezes em 32 partidas.

Até o Uruguaio Arrascaeta, que teve um ano maravilhoso no Cruzeiro, está melhor agora. Tem os mesmos 15 gols, mas jogou três partidas a menos. Foram 45, em 2019, e 48, em 2018. Sendo que deu 12 assistências para gol no Brasileiro e Libertadores na atual temporada e sete na passada.

Para Marcelinho Carioca o time é reflexo do comando. “O jogador para estar em alto-nível não tem de viver sob pressão. Ele acompanha tudo de muito perto, se o elenco está na piscina, ele está na cola. Percebe se o cara está dando um ‘migué’ ou não. Ele extrai o máximo de todos, porque é muito intenso. O que está dentro de campo reflete a liderança que está fora dele”, completou o ex-flamenguista.

O efeito Jorge Jesus não foi sentido só nos novos flamenguistas. O capitão Everton Ribeiro, no clube desde 2017, tem um aproveitamento comparável ao ano de 2013, quando foi eleito craque do Brasileirão, no título do Cruzeiro. Em 2019, são 56 partidas, seis gols e nove assistências entre Libertadores e nacional. Há seis anos, foram 54 jogas, 15 gols e 11 assistências nas mesmas competições.

Efeitos no Brasil

O português é o só segundo estrangeiro a conquistar o Brasileirão, o primeiro foi o argentino Carlos Volante, campeão com o Bahia, em 1959. Mas a expectativa é que o efeito por aqui seja tão bom quanto o futebol apresentado pelo Flamengo em campo.

“Espero que ele esteja causando um despertamento nos treinadores atuais e antigos também. Para que os times voltem a jogar como o Flamengo tem jogado, e como sempre jogamos ano atrás. Sem tanta retranca”, torce Muller.

Marcelinho ainda acrescenta a chegada de Sampaoli. “A vinda dele como a do próprio Sampaoli fez bem ao futebol brasileiro. Uma filosofia diferente, um linguajar diferente, uma ousadia, uma educação de futebol sem um ciclo vicioso. É importante para tirar o comodismo dos treinadores daqui”, finaliza o ex-meia do Corinthians.

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