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Assédio ou abuso? Como diferenciar a violência infantil no futebol

Assunto é tema na Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados

Especiais|Dado Abreu, do R7

Mais 120 mil casos foram registrados entre 2012 e 2015
Mais 120 mil casos foram registrados entre 2012 e 2015 Mais 120 mil casos foram registrados entre 2012 e 2015

Visto como um dos grandes tabus da sociedade, o abuso sexual também é um assunto pouco tratado no mundo esportivo. Sobretudo no futebol. É comum jovens atletas, ainda crianças, serem vítimas de técnicos, dirigentes e empresários do ramo, que se aproveitam dos sonhos infantis para obterem favores sexuais. 

Além da ilusão dos meninos, os abusadores têm a favor de si o meio em que atuam. Isso porque o futebol é um ambiente extremamente machista e homofóbico. Uma denúncia por parte dos garotos pode se voltar em forma de contra-ataque como chacota ou dúvidas sobre a sexualidade da criança.

O ex-goleiro Alê Montrinas, que foi assediado durante sua carreira e hoje promove campanhas sobre o tema em clubes de futebol, explica como ocorre o primeiro contato entre o “predador”, como ele se refere aos criminosos, e as vítimas. “O abuso começa de forma psicológica. Vi um caso recente em que os meninos estavam sendo assediados no caminho do alojamento do clube para a escola”, conta.

Montrinas revela que a fase de aliciamento, de assédio, ocorre em quase todos os clubes, principalmente nos menos estruturados. É quando o criminoso manipula emocionalmente a criança, que nem sequer percebe estar sendo vítima. Um dirigente, por exemplo, promete a permanência do jovem jogador no clube, quiçá a titularidade em campo, e compra a confiança da vítima com presentes como jantares, roupas, tênis, aparelhos de celular.

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O abuso sexual se consuma na etapa seguinte, após o aliciamento inicial ter sido aceito pelo jovem. Seduzido psicologicamente e com o desejo de se transformar em um “novo Neymar”, o atleta-mirim é usado para gratificação sexual do adulto e induzido, ou forçado a práticas sexuais. Para a vítima, tudo pelo sonho de se tornar um jogador de futebol profissional e ter a possibilidade de prover uma vida melhor aos seus familiares. 

Nos termos da lei, abuso, violência e exploração sexual de crianças e adolescentes são enquadrados penalmente como corrupção de menores (art. 218) e atentado violento ao pudor (art.214), caracterizado por violência física ou grave ameaça.

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Mais de 120 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes foram registrados no país entre 2012 e 2015 - o equivalente a pelo menos três ataques por hora. Os números são relativos às denúncias feitas ao Disque-Denúncia Nacional, o Disque 100.

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