São Paulo, Brasil
Bárbara.
Ela foi a responsável pelo Brasil deixar escapar uma vitória fácil contra a Holanda. O time de Pia Sundhage dominou a partida, encurralou as europeias. Conseguiu três gols diante de uma equipe que priorizava a marcação.
Mas o sistema defensivo, principalmente pelo setor direito, e principalmente as falhas de Bárbara. E a Seleção da técnica Pia Sundhage apenas empatou em 3 a 3, no Japão.
O resultado é frustrante porque o futebol foi muito superior à atual vice-campeã mundial. E campeã da Europa.
A Seleção poderia sair de campo como líder do grupo F. Mas o lugar é da Holanda por conta do saldo de gols.
A sensação após o jogo é muito amarga.
O Brasil sempre teve a iniciativa do jogo. Embalado pela goleada na estreia da Olimpíada, a vitória por 5 a 0 contra a China, o time não se intimidou diante das holandesas. Se preparou para marcar sob pressão, atacar em bloco, usar a habilidade contra a vice-campeã mundial, montada para contragolpear.
Mas o Brasil tomou um susto. Logo aos dois minutos de jogo, Érika deu espaço e Miedema dominou a bola, virou e bateu forte, sem chance de defesa para Bárbara.
Holanda 1 a 0.
O time brasileiro se enervou. E ficou ainda mais tenso depois que foi marcado e a anulado, corretamente, o que seria pênalti para a Seleção. Não houve falta da goleira Van Veenendaal em Érika,
Mas, aos 15 minutos, a fórceps, o Brasil empatou. Em uma disputa de bola na área holandesa, a bola sobrou para Debinha empurrar para a redes. 1 a 1.
A Seleção, com ótima movimentação de Marta, seguia muito melhor com a bola nos pés. Mas falhava na recomposição. Dava espaço aos contragolpes holandeses.
O jogo ficou aberto, com chances para os dois times.
No intervalo, Pia tentou organizar a intermediária. Trocou a veteraníssima Formiga por Angelina. Duda por Andressa. Bia por Ludmila. A intenção era ter mais intensidade. Travar os contragolpes da Holanda no nascimento das jogadas.
E tome pressão.
O Brasil estava muito melhor, quando Bárbara entrou em ação.
A boa goleira da Seleção, teve uma partida muito infeliz. Em um esporádico cruzamento, Miadema ganhou de cabeça da zaga brasileira. E a bola foi fraca, na direção de Bárbara. Mas ela foi com mão direita 'mole'. Apenas resvalou na bola que acabou nas redes. 2 a 1. Falha imperdoável para uma competição tão importante quanto a Olimpíada do Japão.
O Brasil teve de correr, de novo, atrás do empate. E conseguiu três minutos depois. Van der Gragt cometeu falta infantil em Ludmila na área. Pênalti. Marta, com frieza, cobrou e marcou, deslocando Van Veenendaal. 2 a 2.
Sentindo a fragilidade física da Seleção Holandesa, Pia ordenou que seu time seguisse marcando forte a saída de bola. Até mesmo Zâmbia havia feito gols, no primeiro jogo da chave, contra as vice-campeãs mundiais, travando a saída de bola.
Foi assim que o Brasil conseguiu virar o placar.
Nouwen quis recuar a bola para Van Veenendaal. Acabou dando um presente para Ludmila. Ela não desperdiçou. Brasil 3 a 2, aos 22 minutos.
A Seleção dominava a partida, teria tudo para conseguiu a vitória empolgante.
Mas...
Bárbara outra vez falhou.
Em uma falta na intermediária, Dominique Janssen cobrou. E a goleira brasileira demorou para ir para a bola, depois decidiu trocar a mão na hora de espalmar. Resultado: gol da Holanda.
3 a 3.
O Brasil ainda tentou a vitória, mas a Holanda se fechou. E segurou o resultado. O time foi mal hoje, teve a consciência que seria ótimo segurar o empate oferecido pela goleira brasileira.
E foi o que aconteceu.
A Seleção empatou com a vice-campeã mundial.
Mas o gosto é amargo.
Poderia ter vencido.
Não fosse pelas falhas de Bárbara...
Veja fotos do empate da seleção feminina com a Holanda em Tóquio
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