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Presidente de comissão de doping diz não ter ficado surpreso com o caso de Anderson Silva

Dr. Fernando Soléra afirmou que controle ainda não é eficaz

Mais Esportes|Marcelo de Salles, do R7

Anderson Silva foi flagrado em exame antidoping surpresa
Anderson Silva foi flagrado em exame antidoping surpresa Anderson Silva foi flagrado em exame antidoping surpresa

O doping de Anderson Silva pegou os fãs de esporte de surpresa. Tido como a maior estrela do MMA brasileiro, o lutador se viu no meio de um escândalo que pode prejudicar a imagem da modalidade no País.

No entanto, algumas dúvidas também surgiram sobre o controle antidoping no MMA, já que no mês passado, outro grande nome do UFC, o campeão dos meio-pesados (93 kg) Jon Jones, foi flagrado com vestígios de cocaína no organismo.

Em conversa com a reportagem do R7, o médico dr. Fernando Soléra, que também preside a comissão de controle de dopagem da CBF, definiu a notícia como lamentável para os profissionais que fiscalizam substâncias proibidas no esporte, mas não se surpreendeu com o acontecimento.

— Não fiquei surpreso. Fiquei chateado com a notícia. Para nós que trabalhamos no controle antidoping, ao ouvir isso, não ficamos nem um pouco satisfeitos. Isso significa que o controle e a educação com os atletas, treinadores e dirigentes sobre o doping não está sendo eficaz. 

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O lutador foi flagrado após um teste surpresa realizado pela Comissão Atlética de Nevada (órgão que regulamentou a edição do UFC 183). Tal tipo de exame começou a ser utilizado pela entidade, em parceria com o evento de MMA, há poucos anos. Para o médico, isso atinge a modalidade que apresenta um grande crescimento de fãs.

— Ele se arrisca quando toma um anabolizante, seja por indicação de um médico, amigo, treinador ou colega de treino, que falam que não pode ter qualquer problema, que vai sair do organismo depois de certo tempo. Mas a comissão fez o exame surpresa, e a casa caiu. O controle de doping no MMA aumentou há uns dois anos e pegou alguns atletas até o momento. É uma pena, porque é um esporte tão inovador. Todos nós ficamos acordados na madrugada para vê-lo lutar e, infelizmente, isso aconteceu.

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Anderson testou positivo para drostanolona e androsterona, espécies de esteroides. Algo utilizado pelos atletas para escapar do doping é tomar as substâncias que melhoram sua performance meses antes do período de competição e, depois, parar, desse modo, elas saem de seus organismos. O dr. Fernando Soléra alertou para o risco neste método.

— Sobre o tempo que leva para essas substâncias saírem do organismo. Essa pergunta todos me fazem, até atletas. Isso varia do metabolismo e da dosagem que o atleta estiver tomando. Qualquer médico que der um prazo exato sobre isso é um chute. No esporte, estamos acostumados a ver que essas substâncias param de aparecer no organismo após três meses, mas não dá para o atleta se arriscar com isso, porque vai ser flagrado e punido.

Outro fator do exame surpresa de Anderson Silva é que ele foi flagrado em período fora de competição, que termina quando o atleta está a 12 dias de sua luta. No entanto, Soléra afirma que isso não deve abrir precedentes para o brasileiro ter uma pena mais branda, tendo como base os protocolos da Wada (Agência Antidoping Mundial).

— A Wada diz algo importantíssimo em seu regulamento: ‘Todos os atletas são atletas 24 horas por dia, em todos os dias do ano’. Ou seja, o atleta não tira férias. Esse é o preço a se pagar por ser um atleta. O código da Wada é utilizado por qualquer outro esporte. O anabolizante faz com que você desenvolva músculos, treine melhor e se recupere com mais facilidade. Mesmo não sendo em período de competição, se tem um benefício direto. Você tem uma vantagem direta sobre o adversário, e isso, eticamente falando, é um crime.

O médico ainda previu mais casos de doping no UFC, mas que isso não será algo comum apenas para o MMA. Escândalos relacionados a substâncias proibidas no esportes aparecem quando o órgão responsável por regulamentar determinada modalidade começa a agir.

— Você vê mais casos em que exames apontam negativo em lugares que o controle começou há mais tempo. Como no MMA tem pouco tempo de controle no doping, é uma tendência que na modalidade ocorram mais casos positivos nos testes. Esse não é um processo que só ocorreria no MMA, e sim em qualquer outro esporte em que o controle de doping não é algo corriqueiro. Mas, com o passar do tempo, os lutadores vão se acostumar com o procedimento e vão se segurar.

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