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Base fatiada faz Corinthians desperdiçar fortuna

Uma única empresa de gerenciamento tem mais de 20 jovens jogadores do clube

Futebol|Francisco Valle, do R7

Malcom quase foi vendido, mas renderia pouco aos cofres do Timão
Malcom quase foi vendido, mas renderia pouco aos cofres do Timão Malcom quase foi vendido, mas renderia pouco aos cofres do Timão

Maior vencedor da Copa São Paulo de Juniores, o Corinthians não consegue fazer com que o sucesso de títulos na base se reverta em lucro aos cofres do Parque São Jorge. Um dos grandes clubes do País que mais sofre para revelar jogadores, o Timão acumulou más experiências nos últimos anos e, além de não fazer os jovens emplacarem, deixa escapar cifras consideráveis nas vendas dos poucos que vingam.

Se a as categorias de base estão cheias de joias e conquistas, o que faz com que o clube não consiga receita significativa com a revelação de jogadores? Uma das explicações pode estar no loteamento dos direitos econômicos que o Corinthians promove desde cedo com as jovens promessas.

A ArtSports, empresa de agenciamento de jogadores, é “dona” de mais de 20 garotos em diferentes categorias da base alvinegra. Responsável pelas intermediações de negócios da Art, Eduardo Cornacini diz que os meninos têm contratos profissionais firmados apenas após os 16 anos e, a partir daí, o Timão passa a fatiar os direitos econômicos desses atletas para gerar renda quando a situação aperta.

— Até os 16 anos, eles não têm contratos profissionais. A partir dessa idade, eles assinam e o clube repassa de 10% a 20% dos direitos para o jogador e para a família. Com o passar do tempo, quando precisa de dinheiro ou para quitar débitos com parceiros [empresários], o clube vai oferecendo parte dos direitos econômicos.

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Foi exatamente essa manobra que o Corinthians utilizou com Malcom, último nome da base que se destacou no profissional. Com apenas 18 anos e no Alvinegro desde 2008, o garoto não deve render bons frutos aos cofres do clube, já que 70% dos direitos econômicos estão ligados a parceiros, entre eles a ArtSports.

Em dezembro de 2014, a diretoria do clube chegou a dar como quase certa a saída de Malcom — que não aconteceu — para ajudar na grave crise financeira. Mesmo com a venda, somente 30% do dinheiro seria do clube e o restante ficaria com os parceiros. Por ter uma pequena parcela nas “fatias” do jogador, o Timão também dificilmente teria lucros com futuras vendas da cria da base por outros clubes. Nas negociações do fim do ano passado, os empresários chegaram a esperar um proposta de 12 milhões de euros (cerca de R$ 40 milhões na atual cotação) do Dinamo de Kiev.

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Se boa parte do dinheiro das vendas vai para os parceiros, que fazem os contratos de acordo com a lei e perante a aprovação do próprio clube, Cornacini diz que a Art não pressiona o Timão a fazer os negócios e respeita as decisões da diretoria.

— A gente, às vezes, sugere. Mas pelo nosso bom relacionamento com o clube e até por ética, deixamos para o Corinthians bater o martelo quando uma boa oportunidade aparece. A venda dos jogadores depende de muitos fatores, entre eles a necessidade do time em receber o dinheiro.

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Passada a renovação com Malcom, a bola da vez é o meia Matheus Cassini, 19 anos, que é 70% do Timão e também tem parte dos direitos econômicos ligados à ArtSports. Na última semana, o jogador quase acertou com o Palermo, da Itália, por cerca de R$ 5 milhões. A negociações não foi para frente, no entanto, porque o Corinthians não aceitou a proposta de parcelamento dos europeus.

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