Até o dia 26 de maio, data da final da Liga dos Campeões da Europa entre Real Madrid e Liverpool, o egípcio Mohamed Salah era a grande sensação do futebol mundial. No entanto, a partir daquele dia, que prometia ser a consagração do craque, uma onda de insucessos parece ter atingido o jogador.
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Artilheiro do Campeonato Inglês e um dos principais responsáveis pela campanha surpreendente do Liverpool (que não disputava uma final da Champions havia dez anos), cotado para disputar o prêmio de melhor jogador do mundo, Salah era o principal nome da decisão até os 24 minutos do primeiro tempo, quando sofreu uma falta do espanhol Sergio Ramos.
O defensor do time madrilenho agarrou o atacante, que caiu sobre o ombro. Contundido, Salah teve que deixar a partida — o time inglês, que pressionava o Real, caiu de rendimento e perdeu a final por 3 a 1 — e passou a ser dúvida para a Copa do Mundo.
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No jogo de estreia do Egito no Grupo A do Mundial, contra o Uruguai, no dia 15 passado, Salah foi poupado pela comissão técnica. O atacante não pode entrar em campo e viu do banco de reservas o time sofrer um gol nos acréscimos do segundo tempo e iniciar a competição com uma derrota — ele havia feito o gol que classificou o Egito após 28 anos longe de uma Copa.
Na partida seguinte, diante da seleção anfitriã do torneio, Salah começou jogando e a equipe egípcia ensaiava uma reação. Porém, os africanos levaram três gols no início do segundo tempo e se desestruturaram no jogo. Salah diminuiu o placar, cobrando um pênalti, mas o gol do ídolo não foi suficiente para recuperar a desvantagem. O resultado eliminou o Egito da Copa.
Incidente político
Como se não bastassem os problemas dentro de campo, Salah se envolveu em uma polêmica que quase o afastou da partida de despedida do Egito na Copa, nesta segunda, contra a Arábia Saudita — o atacante abriu o placar, mas os egípcios levaram a virada nos acréscimos e terminaram a Copa sem pontuar.
Mo Salah estaria irritado por ver a sua imagem usada por políticos de uma região muçulmana onde a Rússia, onde Mundial é disputado, lutou guerras para evitar a separação da Chechênia durante a dissolução da União Soviética. Ele foi obrigado a comparecer a um jantar com o líder Ramzan Kadyrov, apoiado pelo Kremlin.
Postagem polêmica
Depois do episódio, houve boatos de que Salah não atuaria no último jogo do país na Copa. A associação egípcia de futebol chegou a postar a escalação do time na conta da entidade no Twitter sem o nome do craque. Mas a postagem foi apagada, Salah atuou desde o início e foi eleito o homem do jogo pela Fifa.
No entanto, o porta-voz da associação egípcia, Ossama Ismail, afastou qualquer mal-estar político devido ao episódio. "Ele não discutiu essa questão com nenhum dos membros da delegação. Estamos aqui em um evento esportivo e estamos seguindo os procedimentos da Fifa, nós não discutimos política, e se há qualquer discussão política, deve ser direcionada à Fifa", declarou o dirigente egípcio.
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