A seleção que se classificou no Pré-Olímpico da Colômbia
CBF Lucas FigueiredoPraticamente sete décadas depois da sua apresentação de estréia, nos Jogos de Helsinque/1952, enfim no evento do Rio/2016 o Futebol do Brasil levantou a tão ambicionada medalha de ouro de campeão. Já havia envergado a prata em três competições (em Los Angeles/1984, Seul/1998 e Londres/2012), e em duas o bronze (Atlanta/1996 e Pequim/2008). Agora, depois de conquistar, no sufoco e com um elenco bastante desfalcado, a sua vaga no recente torneio Pré-Olímpico Sub-23 da América Sul, certamente levará a Tóquio, entre os dias 24 de Julho e 9 de Agosto, um time muito mais forte e digno do bi.
A seleção do ouro nos Jogos do Rio em 2016
COBOcorre que o Pré-Olímpico, organizado pela Colômbia, entre os dias 18 de Janeiro e 9 de Fevereiro, transcorreu fora daquelas chamadas “Datas FIFA”, em que a entidade máxima do Ludopédio obriga os clubes a liberarem os seus atletas às respectivas seleções nacionais. Motivo basilar pelo qual André Jardine, o treinador do Brasil, não pôde convocar quase todo aquele que seria o seu onze titular. Os Jogos de Tóquio também não acontecerão em “Datas FIFA”. Porém, além de abarcar, em parte, as férias das agremiações da Europa, pela evidente importância histórica o evento compele os grandes profissionais a pressionarem os seus patrões em busca da autorização.
Neymar e Micale, no Rio/2016
COBFoi assim em 2016, quando Rogério Micale pôde curtir, num elenco de 18 convocados, um terço de provenientes do Exterior, caso de Neymar, então no Barcelona, capitão do Brasil e inclusive o cobrador do penal decisivo no duelo final contra a Alemanha. De novo, como já sucede desde Atlanta/1996, o regulamento permitirá que o treinador da “Amarelinha” chame três craques acima dos 23 anos. E Neymar já assegurou que o seu atual empregador, o PSG da França, não impedirá a sua presença. De todo modo, mesmo com apenas Sub-23 à sua disposição, Jardine, que será respaldado por Adenor Tite Bacchi mais a Comissão Técnica da principal, terá um belo time para trabalhar.
André Jardine, nos seus idos de Grêmio
FolhaPressUm gaúcho de Porto Alegre, nascido em 8 de Setembro de 1979, André Soares Jardine chegou a bater bola nas categorias de base do Grêmio, mas não se profissionalizou. Assumiu as pranchetas em 2003, no Sub-10 do Internacional, e lá permaneceu até retornar ao Grêmio, em 2013, no Sub-17. Em 2015 se transferiu ao São Paulo, ainda nos menores, e em 25 de Novembro de 2018 substituiu o uruguaio Diego Aguirre no principal. Ficou pouquíssimo no cargo.
Caiu em 14 de Fevereiro de 2019, eliminado numa etapa qualificatória da Libertadores. Mas, principiaria a somar sucessos em 3 de Abril, na Sub-20 que, logo em Junho, abiscoitaria o título do celebrado Torneio de Toulon, na França, ao suplantar o Japão no bingo dos penais, 5 X 4. O arqueiro Ivan (Ponte Preta), também o titular da Sub-23 na Colômbia, encaixou a cobrança crucial.
Matheus Cunha
CBF Lucas FigueiredoSubiram da Sub-20 outros seis titulares de Jardine no Pré-Olímpico: os meio-campistas Matheus Henrique (Grêmio) e Pedrinho (Corinthians), os atacantes Antony (São Paulo), Paulinho (Bayer Leverkusen/Ale) e Matheus Cunha (Leipzig/Ale). Aliás, Paulinho e Matheus Cunha foram apenas dois dos 17 que estão no Exterior e que ele, originalmente, havia imaginado para a equipe.
Impelido pelas circunstâncias, Jardine precisou abdicar dos centrais Gabriel (Lille/Fra) e Ibañez (Atalanta/Ita). Dos laterais Emerson (Betis/Esp) e Ayrton Lucas (Spartak Moscou/Rus). Dos volantes Wendel (Sporting/Por), Douglas Augusto (Paok/Gre) e Douglas Luiz (Aston Villa/Ing). E ainda do avante Gabriel Martinelli (Arsenal/Ing), este uma preciosa revelação de artilheiro .
Alisson
FolhaPressJardine nem sonhou com o lateral Renan Lodi (Atlético de Madrid/Esp), os atacantes Vinicius Junior e Rodrygo (Real Madrid). E mais: existe uma relação providencial à sua disposição, caso a CBF se envolva no indispensável procedimento político e diplomático de liberação. Alas e zagueiros como Éder Militão (Real Madrid) e Lyanco (Torino/Ita). Meio-campistas como Douglas Luiz (Aston Villa/Ing) e Lucas Paquetá (Milan/Ita). Ótimos atacantes como Gabriel Jesus (Manchester City/Ing), Richarlison (Everton/Ing) e David Neres (Ajax/Hol).
E também aqueles que atuam por aqui, de Gerson ao Gabigol, do Flamengo. E fora-quota, além de Neymar, talvez um arqueiro como Alisson (Liverpool/Ing) e um zagueiro experiente, como Marquinhos. Talento, enfim, não falta. Resta que Jardine saiba como fazer de tanta gente um esquadrão de fato.
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