O 'melhor jogador da história' tem frustrado dirigentes e torcedores
São PauloSão Paulo, Brasil
Há muita preocupação no São Paulo.
O inesperado está acontecendo.
Capitão da Seleção Brasileira, 40 títulos na carreira, a caminho dos 37 anos, o jogador, além de forçar sua escalação como meia, atuar mal tanto na lateral como na meia, Daniel Alves se mostra abalado psicologicamente.
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Não esperava e não consegue lidar com as fortes cobranças pela expectativa pelo seu retorno ao futebol brasileiro.
A cúpula do São Paulo resolveu bancar o jogador mais caro de todo o país. Ele ganha R$ 1,5 milhão a cada 30 dias.
Para se defender das cobranças, Daniel Alves só tem piorado as coisas.
Nervoso, ele participou do programa Grande Círculo, da TV Globo. E em vez de dizer ser o jogador que mais títulos importantes ganhou na história, disse que era o melhor jogador da história. Declaração absurda, sem sentido.
“Porque aqui não tem estabilidade. Você vai construir uma carreira aqui como? Me explica? Eu tenho três meses aqui no Brasil e não sirvo.
"Sou o maior jogador da história do futebol e já começa a gerar debate se eu sirvo ou se eu não sirvo, se é isso mesmo ou aquilo.
"Cara, tenho três meses aqui no Brasil. Caramba, eu joguei oito anos no Barcelona, ganhei 23 títulos, porque tem estabilidade, não se constrói coisas de ontem para hoje não.
Até a camisa 10 foi reservada para Daniel Alves. Clube submisso
SãoPauloFC"Se você faz um filho você tem que esperar nove meses para o seu filho nascer. Sete ou oito, mas você precisa esperar. Ou você faz um filho hoje e amanhã ele já está ai?"
A declaração virou meme, logo depois de a entrevista ir ao ar.
Na quarta-feira, ele foi o pior jogador do São Paulo, na derrota contra o Palmeiras. Mal demais na lateral e no meio.
Mais críticas.
Daniel Alves não teve coragem sequer de dar entrevistas. Liderança difícil de aceitar.
O jogador apelou para as redes sociais, onde é especialista, para prometer reagir.
Toda a autoconfiança que demonstrava ao chegar no clube não existe mais.
Daniel Alves foi o responsável, o pivô pela saída de Cuca. O treinador o queria fixar na lateral, mesmo com a chegada do espanhol Juanfran, o que foi um erro. Não pelo futebol, que é de bom nível, mas por ser também veterano e lateral direito.
O capitão da Seleção Brasileira não concordou com Cuca. Deixou claro que, quando aceitou o convite do São Paulo, era para ser meia.
O técnico percebeu que não poderia corrigir o grave erro que percebia no time, pelas fracas atuações de Daniel Alves, e via a batalha como perdida. Decidiu conversar com os dirigentes e acabou acertando sua saída.
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Vagner Mancini sonhava em aproveitar a chance e mostrar que poderia ser o treinador do clube. Só que Daniel Alves entrou novamente em cena. Foi o maior defensor de Fernando Diniz. Mancini foi desprezado e Diniz contratado.
O novo técnico contratado fez um pacto com o jogador. O treinador sabe bem que ele não rende como meia, como volante. Tem péssimo sentido de marcação, além de articular muito mal as jogadas.
Diniz criou o 'falso lateral'. Daniel Alves se reveza durante os jogos. É volante, meia e, também lateral. O resultado tem sido muito fraco.
Raí tenta aliviar a pressão. Repete a dirigentes que Daniel Alves está em processo de adaptação ao futebol brasileiro.
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Só que o fraco desempenho vem espantando eventuais patrocinadores, que deveriam bancar seu salário de R$ 1,5 milhão.
Raí e o inseguro presidente Leco esperavam que o clube não tivesse de pagar por ter o jogador dos 40 títulos.
Só que o mercado está mostrando que essa possibilidade é cada vez mais remota.
Para sorte de Daniel Alves, nos nove jogos que restam ao Brasileiro, o São Paulo terá adversários fracos, como hoje, a Chapecoense. Há ainda o Fluminense, o Ceará, o CSA.
Daniel Alves segue jogando mal no meio e também na lateral
Reprodução/TwitterEle poderá jogar bem, desabafar, desafiar os críticos.
Mas a verdade é que seu retorno tem sido motivo de enorme frustração no Morumbi. Os jovens que vieram de Cotia não esperavam o fraco futebol do capitão da Seleção Brasileira.
Até na hora de se justificar, o jogador deixa claro que orientará, servirá de exemplo para os companheiros.
"Não desistirei jamais da minha equipe, não deixarei de tentar fazê-los melhores cada dia.... sei que o processo é árduo mas o final será prazeroso e valerá a pena. Soldado que teme a sua missão não é merecedor de está a frente de um batalhão!"
Só que antes de fazer alguém melhor, ele precisa fazer a sua obrigação e mostrar a que veio.
Se a expectativa com sua chegada foi enorme, a decepção tem sido muito maior.
Suas declarações nas redes sociais só aumentam a frustração.
Caríssima, por sinal...
(Na vitória do São Paulo, ontem contra a fraca Chapecoense, por 3 a 0, Daniel Alves saiu no intervalo.
Sentiu um 'desconforto muscular' na coxa direita.
Quando ele chegou, já havia a preocupação que ele não suportaria o calendário do futebol brasileiro.
Não, a caminho dos 37 anos...)
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