São Paulo, Brasil
21 minutos do segundo tempo.
O São Paulo jogava mal, perdia para o fraco Coritiba por 1 a 0, gol de Robson, no Paraná, no estádio Couto Pereira.
Falta na entrada da área para o time de Fernando Diniz.
Leia também
Daniel Alves cobra, Hugo Moura, que estava na barreira, vira de costas.
O lateral, que joga como volante, havia errado. Colocado pouca força, a bola não subiu como queria. Mas bate exatamente no braço de Hugo Moura.
A Fifa recomenda a marcação de penalidade nesta situação.
Pênalti salvador para o São Paulo.
Reinaldo cobrou com força, deslocando Wilson.
1 a 1.
Foi mais uma péssima atuação do tricolor.
Equipe previsível, sem iniciativa, imaginação.
Movimentação lenta.
Previsível
Jogo horroroso.
Sétima partida sem vitória do time de Diniz.
Só o desespero pode explicar a troca de Luciano por Trellez, aos 49 minutos e trinta segundos do segundo tempo.
Enquanto o colombiano não teve tempo para nada, como era óbvio, o atacante titular mostrou toda sua raiva ao sair do jogo. Balançou a cabeça ostensivamente, chutou bola fora do campo. Desafiou publicamente a autoridade do treinador.
Dois pontos importantes desperdiçados.
O clube paulista perdeu com o empate duas posições na tabela, nesta rodada.
Palmeiras e Flamengo ultrapassaram o São Paulo.
Em vez de terceiro para quinto.
O Coritiba, sem o poder financeiro do adversário, ocupa apenas o 17º lugar no Brasileiro.
A pressão sobre o treinador são paulino continua.
A torcida organizada que já protestou antes do jogo promete seguir cobrando o time, a diretoria.
O ambiente seguirá pesado, tenso.
"Que eles (torcedores) não desistam de acreditar na gente, que estamos lutando, buscando o resultado. Não estamos conseguindo, hoje teve dois gols anulados pelo VAR, a gente está criando.
"Conseguimos arrancar um gol de empate, poderíamos ter saído com a vitória.
"Agora é descansar e partir pra próxima pra reverter", dizia o lateral Reinaldo, como se nada estivesse acontecendo. E fosse normal um clube como o São Paulo, tricampeão mundial, ficar sete jogos sem vencer.
Fernando Diniz falava em 'retomada', depois da eliminação do clube da Libertadores. Ficou no ar, a perspectiva de que ele faria alguma alteração tática, buscaria novas fórmulas para vencer.
Só que o time voltou exatamente o mesmo, no Paraná.
Como o treinador do Coritiba, Jorginho, previa.
Com posse de bola até a intermediária adversária. A partir daí, falta de imaginação, talento de seus meio-campistas para quebrar as duas linhas de marcação, com dribles, infiltrações, tabelas.
Jorginho sabia que o lado direito do São Paulo é inofensivo, com o espanhol Juanfran, especialista na marcação, desde os tempos do Atlético de Madrid, mas que não tem a mínima habilidade e, agora, velocidade, para atacar.
Ele tratou de travar o lado esquerdo. Sabia que o São Paulo forçaria Reinaldo, Tchê Tchê e até Léo Pelé.
O Coritiba superpopulou as intermediárias e cuidou, principalmente de seu lado direito defensivo. E apenas sonhava com contragolpes ao acaso, buscando Robson, seu único atacante.
E foi justamente ele, que cobrou uma falta de forma sensacional, logo aos cinco minutos de partida. Na entrada da área, pela direita, ele bateu no ângulo esquerdo, indefensável para Volpi. 1 a 0, Coritiba.
Foi a décima partida seguida que o time de Diniz sofre gols. Foram 18 neste período.
Nos 20 anteriores, tomou 19.
Tudo foi piorando, sem o enganoso Paulista.
Desta vez tomou gol do pior ataque do Brasileiro.
O São Paulo não mostrou reação, vibração, raça e muito menos estratégia. Seguiu lento, passivo, sem espírito de competitividade.
O Coritiba não sofria para seguir com a vantagem no placar.
O desenho tático, o ritmo, a postura dos times não mudava na etapa final.
Até que houve a falta aos 21 minutos do segundo tempo.
Daniel Alves foi para a bola.
E Hugo Moura saltou de costas.
Com o braço aberto...
Craques do Brasileirão! Saiba quem são os artilheiros do nacional