São Paulo goleou o Santos, sem dificuldades, no Morumbi. 4 a 0 foi pouco
Jorge Bevilacqua/Código 19/Folhapress 06.03.21São Paulo, Brasil
O diretor de futebol, Carlos Belmonte, havia deixado escapar uma frase do presidente Julio Casares.
"Campeonato Paulista é Copa do Mundo para o São Paulo."
O motivo: colocar fim ao jejum de oito anos sem títulos.
Hernán Crespo comprou a ideia.
E está tratando o torneio estadual com muita seriedade.
Colocando seus melhores jogadores, impondo um ritmo muito forte, sem poupar ninguém. Disposto a vencer, enquanto rivais estão aproveitando o Estadual para montar suas equipes.
Foi assim que, no duelo argentino entre os técnicos, Ariel Holan e o seu Santos, com muitos garotos, foram literalmente atropelados pelo São Paulo.
Goleada no Morumbi.
Foi até pouco, diante da desigualdade técnica e física.
O São Paulo conseguiu impor um ritmo fortíssimo, principalmente no segundo tempo, quando o gramado já estava mais seco, depois de estar encharcado, e foi impiedoso.
Gabriel Sara, Luan Peres (contra), Pablo e Tchê Tchê marcaram, diante de um Santos fraquíssimo na marcação. Dando espaço nas intermediárias, sem vibração, com os jogadores distantes, deixando claro que é uma equipe em formação.
"Nossa equipe foi bem, quando a água abaixou melhoramos o toque de bola."
"Acredito que um 4 a 0 num clássico dá confiança para o time, que a gente possa manter esse nível e ganhar as próximas partidas."
"O estilo de jogo é diferente, e a gente está empenhado para ganhar esse campeonato", disse, abertamente, Gabriel Sara.
No primeiro tempo, praticamente não houve jogo.
O gramado do Morumbi não conseguiu drenar a tempestade que castigou a capital paulista.
E o que se viu foi a tentativa dos atletas jogarem contra as várias poças d´agua.
Mas foi possível perceber a disposição tática dos dois times.
Pablo comemorou com muita euforia. Com razão. Marcou um belíssimo gol
Maurício Rummens /Fotoarena/Folhapress 06.03.21Crespo colocou seu São Paulo no 3-5-2, variando para 3-4-3, buscando o ataque, forçando o Santos a ficar atrás.
Ariel Holan tentou 4-5-1. Queria que seu time tivesse segurança.
Mas a diferença técnica entre as duas equipes era gritante. Além da física. O Santos parecia mesmo estar no início de temporada. Já o São Paulo, como se estivesse pronto.
Se o gramado encharcado conseguiu ajudar o time de Ariel e garantir o 0 a 0, no segundo tempo, com a relva apenas úmida, veio a goleada.
Também graças à substituição corajosa de Crespo.
Arboleda não conseguiu voltar, por ter sofrido um forte pisão.
Em vez de colocar um zagueiro, o treinador argentino apostou no atacante Rojas.
Crespo fez uma substituição fundamental, que abriu o caminho para a goleada
Reprodução/PremiereEstabilizou de vez o 3-4-3. Com o São Paulo atuando com um ponta direita à moda dos anos 70. E Luciano enfiado na esquerda, com Pablo pelo meio, como pivô.
O Santos não esperava tanta ousadia.
E a situação se complicou rápido.
Aos quatro minutos, Daniel Alves cobrou muito bem um escanteio e Gabriel Sara se livrou da fraca marcação de Sandry. E cabeceou com força para as redes.
São Paulo 1 a 0.
O gol desnorteou o Santos.
Crespo acertou de novo, ao trocar Rodrigo Nestor, volante mais leve, mais técnico, pelo marcador Luan, aliviando o veterano Daniel Alves.
Ariel Holan percebeu jogadores cansados. E trocou Jean Mota e Bruno Marques por Pirani e Marcos Leonardo.
Nada adiantou.
O São Paulo continuou imprensando o Santos. Criando chances para ampliar. Como a absurda desperdiçada por Léo Pelé, que furou um cruzamento de Pablo, diante do goleiro John.
Mas os gols vieram para fazer justiça à superioridade do time de Crespo.
Aos 27 minutos, Luciano conseguiu driblar dois jogadores da defesa santista e bateu forte. Luan Peres colocou a bola no fundo do seu próprio gol. 2 a 0.
O time santista se adiantou, tentando descontar, deixou sua defesa desarmada.
E Igor Vinícius acertou excelente lançamento para Pablo. Da entrada da área, o atacante percebeu John adiantado e o encobriu com um toque muito bonito e preciso.
São Paulo 3 a 0, aos 30 minutos.
O Tricolor não diminuiu o ritmo, como acontecia com Fernando Diniz.
E, aos 41 minutos, Tchê Tchê acertou um chute fortíssimo, sem defesa para John.
4 a 0.
Goleada.
Placar clássico.
E, que mostra hoje, a distância entre os dois times...
Até quando vão acordos dos clubes brasileiros com marcas de camisas?
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