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Cosme Rímoli - Blogs

O bipolar Corinthians quer o jogador acusado de agredir a namorada

Juninho é acusado no Recife de agredir e ameaçar de morte a ex-namorada. Pressionada, a diretoria corintiana não sabe se o contrata ou não

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Juninho. Acusação de agressão, ameaça de morte e injúria à ex-namorada
Juninho. Acusação de agressão, ameaça de morte e injúria à ex-namorada

São Paulo, Brasil

"Há 20 dias teve uma agressão quando chamei a polícia para ir no prédio, porém a pedido da família dele, de empresário, eu deixei a polícia ir embora e só fiz um boletim de ocorrência.

"Mas, depois, começaram perturbações de madrugada, de que eu tinha que ficar com ele, que ele não iria perdoar esse negócio de polícia, porque ele pode perder a carreira por causa disso. Ele me disse que, se eu tivesse deixado ele ir no camburão, me esquartejaria.

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"Depois, pedi uma medida protetiva além do boletim de ocorrência e ontem nos encontramos numa mesma festa. Ele, depois de bêbado, me chamou para conversar. Eu realmente fiquei querendo saber o que era e me deu curiosidade. Pedi para meus amigos ficarem de olho enquanto eu ia falar com ele. Aí ele me propôs a gente conversar no apartamento dele, onde a gente morava antes. Eu disse que sozinha não iria, aí ele me disse que, por segurança, levaria um amigo. Quando a gente estava esperando o táxi, eu disse que não iria dormir com ele, só iria conversar. Foi quando ele me deu o primeiro tapa no rosto.

"Chegando lá, não existiu conversa não existiu nada. Ele simplesmente entrou no quarto e disse que estava com outra mulher e que eu iria ter que ficar na casa dele presa, amordaçada dentro de um quarto, e ele iria levar essa mulher para lá para ter relações e fazer tudo. E eu tinha que ficar dentro da casa dele presa sem ter whatsapp nem nada porque, quando eu saísse da casa, ele sabia que eu iria dizer à polícia dele ter me agredido e de tudo que aconteceu"


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"Eu tentei acalmar ele, tentei enganar, minha mãe foi até o prédio, ele atendeu o telefone e mandou dizer a minha mãe que estava tudo bem. Ela pediu para eu descer, mas ele dizia que não precisava que estava tudo bem, ela pedia para subir e eu também dizia que não precisava porque ele estava do meu lado. Nessa madrugada, no final das contas, quando tentei ir embora ele pegou uma faca e saiu correndo atrás de mim, dizendo que iria me matar porque sabia que eu iria embora e dizer que ele me ameaçou muito.


"Cheguei a pedir socorro e uma vizinha chegou a ver foi quando eu desci e a polícia chegou. O motorista dele já estava chegando ao local entrando por trás para poder livrar ele do flagrante, mas a polícia conseguiu deter e estão investigando ameaças do whatsapp e áudio."

Esta história de terror veio à tona ontem, em inacreditável descaso da diretoria do Corinthians ao 12º aniversário da lei Maria da Penha. Foi contada pela ex-namorada de Juninho, atacante do Sport, na saída da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, em outubro do ano passado.

A lei foi criada para punir violência à mulher. Leva o nome de Maria da Penha Maia Fernandes, farmacéutica que sofreu duas tentativas de homicídio do marido, Marco Antônio Heredia Viveiros. Na primeira, com tiros de revólver, deixando-a paraplégica, e na segunda, tentou afogá-la.

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O país tem a absurda estatítica de 13 mortes de mulheres assassinadas por dia. A esmagadora maioria por seus companheiros. São 135 estupros diários, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Em maior deste ano, o próprio Corinthians teve uma atitude elogiável, quando seus jogadores entraram em campo com a frase estampada no peito. "Respeita as 'minas", em alusão ao preconceito ao futebol feminino.

O mesmo clube que fez campanhas feministas, insiste por Juninho
O mesmo clube que fez campanhas feministas, insiste por Juninho

Justamente esse clube anunciou ontem, estar concluído o empréstimo de Juninho, atacante de 18 anos. O jogador do Sport foi acusado pela ex-namorada, com quem viveu por cinco meses, de ter feito as barbaridades acima.

Ele chegou a ser detido em Recife pelas supostas agressões.

Pagou R$ 10 mil de fiança.

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Saiu da delegacia sem dar declarações. 

Só sorriu para os jornalistas.

Ele não fala sobre o caso.

Apenas seu advogado, Ernesto Cavalcanti.

"Eles tiveram uma relação que durou uns quatro meses, acabou essa relação, mas ela não se conforma com o fim e insiste em permanecer atrás dele mandando mensagem, emails para ele e querendo que a relação prossiga. Ele já tem uma outra pessoa. Ela interceptou ele ontem (domingo) quando saía de uma casa de eventos e estava de folga. Foram para a casa dele, conversaram, transaram e agora de manhã ela veio novamente bater na tecla de que ele tinha que acabar a relação com outra pessoa."

"Ele disse que não iria acabar. Foi quando ela disse que iria acabar com a vida dele, com a carreira dele e iria colocar ele em mais situações como ela está colocando e disse que tinha pessoas influentes na família. Desceu, chamou a polícia, a policia pediu que ele descesse, ele desceu e vieram todos para a delegacia. A polícia agora está juntando os fatos para ver quais os procedimentos a serem tomados."

Juninho foi indiciado por agressão, ameaça e injúria.

A diretoria do Sport foi pressionada a se livrar do jogador. O Fortaleza estava fechando contrato com ele, mas uma campanha nas redes sociais travou a negociação. Ele foi para o Ceará, apesar de protestos da torcida. Juninho atou apenas cinco vezes e foi devolvido.

O atleta foi oferecido ao Corinthians.

Empréstimo sem custo.

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Mas só que a torcida começou uma forte campanha na Internet, que surpreendeu a diretoria corintiana. 

A incoerência ficou ainda mais absurda.

No dia que estava fechando com Juninho, o clube postou no seu Instagram oficial.

"Já são 12 anos da conquista da Lei Maria da Penha. Apesar disso, a realidade ainda é de muita violência (física e psicológica) contra as mulheres brasileiras. O #Timão apoia a luta pela igualdade, respeito e pela vida. ⠀

"Não silencie o abuso, denuncie.

Ligue 180."

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As críticas chegaram até o presidente Andrés Sanchez.

Ele deixou a decisão para o gerente da base, o ex-goleiro Fernando Yamada.

O dirigente confirmou que o contrato, empréstimo até o final de 2019, será mantido.

Só que a pressão segue enorme, imensa.

Andrés não esperava tamanha rejeição.

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O presidente está indeciso e terá conversa definitiva com Yamada.

A chance de a negociação ser anulada é grande.

Tanto que o clube acaba de publicar uma nota sobre o caso.

"O Sport Club Corinthians Paulista informa que irá se posicionar sobre a eventual vinda de Juninho, atleta do Sport que atuava pelo Ceará, tão logo seja definida sua contratação ou não pelo Centro de Formação de Atletas (Base). No momento, o clube aguarda algumas definições do atleta sobre exigências feitas pela agremiação relativas ao seu comportamento extracampo."

Nas redes sociais, a promessa de milhares de torcedores é seguir pressionando para que Juninho não jogue no Parque São Jorge.

"JuninhoNoCorinthiansNão" é a hastag...

(Como era de se esperar, o Corinthians voltou atrás. Não contratará Juninho. Terá outra relação com ele. Será processado pelo jogador do Sport. A campanha contra a sua contratação deu certo...)

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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