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Neymar foi além do limite. Voltou antes do recomendado. Lutou. Criou genial paradinha em falta. Empate frustrante. Agora, o medo do sintético, contra o Palmeiras

O Santos escapou da derrota desastrosa. O Fortaleza teve a chance de marcar três gols. Fez um só. Neymar entrou, com o time perdendo, a torcida tensa. Deu confiança aos dois e veio ao menos o empate. 1 a 1. Frustrante. Melhor que a derrota

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Neymar inovou. Criou a paradinha na falta. E quase marcou o gol da virada. Se movimentou pouco, mas passou confiança ao time. Aos torcedores Raul Baretta/Santos

Ele foi além dos seus limites.

A começar pela recuperação da lesão no músculo retro femoral da coxa direita, que rompeu em setembro.


Deveria ficar mais oito dias se restabelecendo.

De acordo com os médicos, fisiologistas e preparadores físicos.


Mas como não estava sentindo dores, pediu, insistiu e foi para o jogo.

Primeira barreira rompida.


A partida era fundamental para o Santos.

O time precisava vencer o Fortaleza, adversário direto na briga para escapar do rebaixamento.


Partida na Vila Belmiro, com o gramado que ele tanto conhece.

Vojvoda o deixou no banco, para atuar nos 15 minutos finais.

Mas o ex-clube do treinador argentino não cumpriu sua parte no roteiro, não aceitou ser mero coadjuvante para mais uma apoteótica volta de Neymar.

Palermo, outro argentino, colocou seu time para marcar forte na intermediária e atacar em bloco. Não só travou o Santos, como criou chances para fazer três gols, ainda no primeiro tempo.

Marcou um, aos 34 minutos. Breno Lopes cruzou na cabeça de Bareiro. 1 a 0, Fortaleza.

O clima já pesava na Vila Belmiro, com nervosos torcedores cobrando Vojvoda.

Cinco minutos depois, tudo parecia que iria ruir para os santistas. Breno Lopes outra vez serviu Bareiro que marcou. Mas o VAR salvou. Por centímetros Breno Lopes estava impedido.

O primeiro tempo terminou com muita apreensão.

A segunda etapa começou com o Santos mais ofensivo, porém aceitando contragolpes.

Virou uma partida emocionante, sem técnica, mas com os dois times criando e perdendo gol.

Vojvoda percebeu que faltava, antes de tudo coragem, atitude, ao Santos.

E tratou de colocar Neymar.

Antes do que esperava.

Por pura necessidade, o jogador entrou aos 21 minutos.

Os torcedores vibraram como se fosse um gol.

Depois de 48 dias.

Sem ritmo, sem dribles, sem arrancadas, ele procurava dar passes inteligentes, inesperados.

Os defensores do Fortaleza o respeitaram demais, evitando faltas duras.

Aos 25 minutos, o vivido Diogo Barbosa teve uma chance incrível para ampliar. Cara a cara com Brazão, teve coragem de chutar fora.

Excelente para o Santos.

Neymar, na entrada da área, fingiu que iria driblar. Serviu Adonis. O cruzamento veio forte. A bola desvia em Bruno Pacheco e entra. 1 a 1, aos 28 minutos.

Neymar celebra com Adonis o gol de empate do Santos. O camisa 10 é o grande líder do time Raul Baretta/Santos

Um castigo ao Fortaleza.

Depois do gol, o Santos se empolgou.

Foi à frente buscando a virada.

Quase toma 2 a 1.

Moisés entrou driblando, deixou Adonis desnorteado. Poderia bater para o gol. Mas quis humilhar o santista, com novo drible. E até conseguiu. Só que gastou segundos preciosos, que deram tempo de Brazão abafar seu chute.

A jogada aconteceu aos 46 minutos.

Aos 48 minutos, Zé Rafael sofreu falta na entrada da área.

E aos 50 minutos, Neymar foi para a bola.

E mostrou um lance que só seus companheiros de treinos viram.

A paradinha na falta.

Ele fingiu que iria cobrar.

Parou.

Esta parada enganou os homens da barreira, que saltaram em vão.

Quando tocaram o chão, Neymar bateu e Breno voou, espalmando a bola.

Foi uma cobrança inesperada, chocante.

Genial.

Final de jogo, 1 a 1.

O resultado foi frustrante para o Santos.

Mas ter seu camisa 10 de novo foi muito importante.

O clube não aspira título.

2025 foi mais um ano de fracasso.

A equipe não chegou nem ao menos a uma decisão.

A campanha pífia não o permite nem sonhar com Libertadores.

Antes de pensar em Sul-Americana, o clube precisa se salvar.

Evitar novo rebaixamento.

O retorno de Neymar foi um alento.

Mas o perigo segue real.

Neymar foi além dos seus limites hoje.

Restam ainda oito partidas, oito decisões.

Ele que saiba dosar seu físico.

Para não ter uma quarta contusão em 2025.

Bastam as 43 lesões da carreira.

O Santos nunca precisou tanto dele em campo.

O próximo jogo, no entanto, causa medo no camisa 10.

Não pela força do poderoso Palmeiras.

Mas pelo gramado sintético do Allianz, que detesta.

O confronto será quinta-feira.

Alega que sempre que joga, sai com dores nas articulações, pelo piso duro.

Jogar ou não?

Eis a questão...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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