São Paulo, Brasil
Corinthians e Mirassol já estão em Volta Redonda.
Farão hoje, às 21 horas, a histórica e, absurda, primeira partida do Campeonato Paulista em pleno Rio de Janeiro.
Amanhã, Palmeiras e São Bento, no mesmo ultrapassado estádio, em território carioca.
Às 21h30.
Por quê?
Como o jogo foi parar no estádio Sylvio Raulino de Oliveira?
O blog levantou informações interessantes, que servem para explicar o atual cenário.
A começar pela bênção da CBF, de Rogério Caboclo.
O dirigente tem todo o apoio do governo federal, do Ministério da Saúde, para que o futebol continue no país.
Mesmo no auge da pandemia da Covid-19.
A lógica é que o protocolo adotado pela CBF, com enorme inspiração no modelo alemão, tem dado certo. E que os jogadores não têm se contaminado nas partidas. Treinos são considerados mais perigosos do que os confrontos entre os clubes.
O governo central segue o exemplo dos Estados Unidos e grande parte da Europa, que consideram que o esporte é uma válvula de escape para a população, assolada pela pandemia.
Desde que não haja público.
A partir desse apoio fundamental da presidência da República e do Ministério da Saúde, Caboclo tem realizado reuniões virtuais com os presidentes das Federações do país.
Os maiores 'inimigos' para que os Estaduais e a Copa do Brasil, primeira competição nacional do ano, são os governadores e prefeitos.
Eles têm o poder de proibir eventos esportivos nos territórios que comandam.
O que fez Caboclo?
Combinou com os presidentes das Federações Estaduais de Futebol um rodízio.
Ou seja.
Diariamente, haverá a troca de mensagens, conversas, sobre que estado, que cidade, poderá abrigar os jogos de clubes de outras localidades.
Cabe ao presidente da cada federação buscar esse contato com prefeitos ou secretários de esportes.
A promessa é que, no futuro, quando a vida voltar 'ao normal', esses clubes poderão mandar jogos da Copa do Brasil, e levar dinheiro, para as cidades que aceitar jogos agora, na pandemia.
Foi dessa maneira, com a interferência de Rubens Lopes, presidente da Federação Carioca de Futebol, que a prefeitura de Volta Redonda aceitou que Corinthians e Mirassol jogassem hoje, pelo Campeonato Paulista.
Estádio Raulino de Oliveira. Em Volta Redonda. Palco do Campeonato Paulista de 2021
DivulgaçãoPara felicidade de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, travado pelo Ministério Público de São Paulo e pelo governador João Doria, de organizar partidas em estádios paulistas. Até, pelo menos, o dia 30 de março.
Reinaldo havia prometido aos dirigentes paulistas que o torneio estadual seguiria.
Na reunião de ontem à tarde, entre o dirigente e as cúpulas de Palmeiras e Corinthians, o presidente da FPF teve de voltar atrás. A sua ideia era uma rodada dupla hoje, em Volta Redonda, com Palmeiras e São Bento, às 15 horas, e Corinthians e Mirassol, às 19 horas.
O presidente Mauricio Galiotte não aceitou. Alegou falta de tempo para organizar a viagem em segurança para o Rio de Janeiro. O time pequeno, de Sorocaba, estava préstes a embarcar de ônibus para Volta Redonda, quando recebeu a notícia de que o jogo não aconteceria. E que 'talvez' acontecesse amanhã.
Primeiro foi anunciada, pela própria Globo, que o jogo do Palmeiras foi cancelado
Depois, confirmado.
As delegações do Palmeiras e do São Bento seguem hoje para o Rio de Janeiro.
A direção do Corinthians aceitou no ato, assim como os dirigentes do Mirassol.
Reinaldo Carneiro Bastos já soube que a prefeitura de Volta Redonda, pressionada pelo governo estadual, não aceitou a partida entre Corinthians e Retrô, pela Copa do Brasil.
E está consultando outros presidentes de Federações para tentar viabilizar o jogo.
A CBF segue dando seu respaldo.
A Federação Paulista de Futebol quer a realização dos jogos, não ceder à paralisação do Estadual, porque a Globo pode parar o pagamento do torneio, que faz mensalmente.
Os clubes estão com sérios problemas financeiros.
Principalmente os pequenos.
Daí a insistência, em plena pandemia.
Os sindicatos dos jogadores se calam.
Porque a esmagadora maioria dos atletas querem as partidas, para terem a certeza que receberão seus salários. No ano passado, com a paralisação, entre três meses no Rio, e quatro meses em São Paulo, os jogadores tiveram seus salários atrasados. E muitas vezes, diminuídos.
Os presidentes de Federações, com o comando do presidente da CBF, Rogério Caboclo, garantem que a situação não se repetirá.
Mesmo com o Brasil vivendo seu pior momento de pandemia.
Os jogos seguirão.
Em rodízio.
Principalmente da Federação mais rica, a Paulista.
Na cidade que aceitar os jogos.
O mesmo critério vale para a Copa do Brasil.
O confronto contra os governadores que insistirem com o lockdown seguirá aberto.
As Federações e a CBF prometem não ficarem de 'braços cruzados', como em 2020.
E vão usar o escudo do governo federal.
A liberação do Ministério da Saúde.
Simples assim...
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