Acabaram a confiança, a vibração, o repertório do time. Diretoria vê Diniz como culpado
Rubens Chiri/São PauloSão Paulo, Brasil
Julio Casares cumpriu sua promessa.
Mesmo depois do resultado vexatório, frustrante, o empate com o fraquíssimo Coritiba, desfalcado com dez jogadores, no Morumbi, ele não mandou embora Fernando Diniz.
Não ainda.
O presidente do São Paulo sabe que restam apenas seis partidas para o Brasileiro acabar.
Apesar da assustadora decadência do clube, que esteve com sete pontos de vantagem na liderança e agora está um ponto atrás do líder Internacional, com um jogo a mais, Casares acredita que seria caótico tirar o treinador agora.
Dirigente havia prometido a Diniz que ele ficaria até o final do Brasileiro.
E depois fará uma avaliação no futebol do São Paulo 'como um todo'.
Raí, que já não tem poder algum, sabe que deixará de ser executivo oficialmente em fevereiro.
A ala política que fez de Casares presidente exige a demissão de Fernando Diniz.
E tem fortes argumentos.
Fracassos no Paulista, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana.
Não bastasse o treinador ter humilhado Tchê Tchê com palavrões contra o Bragantino. Após o 1 a 1 de hoje no Morumbi, as câmeras da tevê flagraram Tiago Volpi discutindo de maneira áspera com Reinaldo.
O relacionamento entre Diniz e os jogadores é muito ruim.
O técnico tentou disfarçar. Fingir que está tudo bem. Que o time deveria ter goleado o Coritiba. E que não jogou mal. Falou na coletiva como se os jornalistas fossem idiotizados e não tivessem poder de análise.
"Não tem como explicar de maneira simplista porque não vencemos. Tivemos chances de fazer gols, erramos num arremesso lateral e demos a chance do Coritiba marcar. Precisamos nos juntar, nos unir, trabalhar e passar esse momento que estamos passando", disse o técnico da maneira mais superficial possível.
Com 12 anos de carreira como treinador, ele só ganhou duas vezes a Copa Paulista, que é um torneio para preencher o calendário dos times pequenos de São Paulo, que não disputam os Brasileiros da Série A, B e C.
Vive pela primeira vez a pressão da chance de ganhar o Brasileiro.
Se mostra tenso, irritadiço, só orientando seus jogadores durante as partidas, com muitos palavrões.
Hoje, após o gol de Luciano, Fernando Diniz virou de costa para o gramado e comemorou sozinho, xingando.
Pura demonstração de insegurança, que passa para o time.
Diniz tentou convencer os jornalistas o quanto acredita na conquista do Brasileiro.
"Obviamente a gente pensa em título, o time mostrou que tem qualidade, ficamos na liderança um bom tempo, e tem condições de começar a vencer. Em relação a recuperar confiança, a gente está fazendo o máximo para isso.
"O primeiro passo é o que fazemos, de estar juntos, as derrotas fazem os jogadores se aproximarem mais."
Diniz deve explicar sua tese para Volpi e Reinaldo.
Restam seis jogos para o São Paulo neste Brasileiro.
Atlético Goianiense, fora, Palmeiras, em casa; Ceará, em casa; Grêmio, fora; Botafogo, fora; Flamengo em casa.
Depois destes jogos, se o São Paulo não for campeão, Fernando Diniz deverá ser mandado embora.
O técnico também já sabe.
Só não admite...
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